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ID
3104320
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
HUB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Fisioterapia
Assuntos

Paciente do sexo masculino, com cinquenta e oito anos de idade, com diagnóstico de câncer de orofaringe, foi submetido à cirurgia para ressecção tumoral, com esvaziamento cervical à esquerda seguido de radioterapia concomitante a quimioterapia. Esse paciente apresentou abertura de boca de 18 mm — distância interincisivos —, radiodermite aguda grau 3 em região cervical e ombro esquerdo caído.

Considerando esse caso clínico, julgue o item subsecutivo.


A síndrome do ombro caído, decorrente da lesão do nervo acessório após esvaziamento cervical, ocorre por fraqueza do manguito rotador, responsável pela estabilidade glenoumeral.

Alternativas
Comentários
  • Também conhecida como síndrome do nervo espinhal acessório, ela é definida como um conjunto de sinais e sintomas que aparecem quando há dano ao nervo acessório após o procedimento de esvaziamento cervical (EC). Com a remoção dos grupos de linfonodos (especialmente os grupos dos níveis II e III) o nervo acessório pode ser lesionado parcial ou totalmente devido à sua localização anatômica no trígono cervical posterior.

               Dentre as morbidades causadas por esta síndrome estão: atrofia muscular do trapézio; desnível do ombro (ombro caído), presença de escápula alada, dor mal localizada no ombro e região supraescapular com piora aos movimentos, limitação da amplitude de movimento e da força muscular do ombro, dificuldades nas realizações das atividades de vida diária e decréscimo da qualidade de vida.

               Essa síndrome tem incidência de 50 a 100% nos pacientes submetidos ao EC radical, de 31 a 60% nos pacientes submetidos ao EC radical modificado e de 29 a 39% nos pacientes submetidos ao EC seletivo.

               O principal fator de risco que leva a incidência desta síndrome é a REALIZAÇÃO DO ESVAZIAMENTO CERVICAL, devido ao estadiamento avançado do tumor ou a presença de metástases linfonodais cervicais. A gravidade desta síndrome varia de acordo com o tipo de esvaziamento cervical que o paciente foi submetido, visto que quanto mais radical (remoção de mais estruturas não linfáticas e outros grupos linfonodais), maior será a presença e intensidade de morbidades, agravando os sintomas e piorando a qualidade de vida.

  • Os objetivos da fisioterapia são Reduzir a dor no ombro, manter ou ganhar a amplitude de movimento articular do ombro, aumentar a força de outros músculos estabilizadores da escápula e ensinar maneiras alternativas de desempenhar as atividades de vida diária. Quanto ao tratamento fisioterapêutico ainda não há uma padronização, porém estudos evidenciam uma melhor resposta terapêutica através de exercícios de força com resistência progressiva, sendo realizados 3x na semana por 12 semanas.

  • Ocorre fraqueza, atrofia e paralisia do músculo trapézio

  • Ocorre fraqueza, atrofia e paralisia do músculo trapézio

  • Inervação N. Acessório: Músculo trapézio, músculo esternocleidomastóideo, constritores faríngeos, , músculos do palato mole (motor).

  • A “síndrome do ombro caído” é decorrente de lesões ou quando da necessidade da retirada cirúrgica-oncológica do nervo acessório espinhal, denominado de XI par craniano. Este par craniano inerva principalmente o músculo trapézio dando sustentação ao ombro.

  • Em cirurgias de esvaziamento cervical a estrutura nervosa frequentemente manipulada e lesada é o Nervo Acessório, tendo como sequela a paralisia do músculo trapézio. A dor é atribuída ao tracionamento excessivo suportado pelos outros músculos não lesionados, tais como rombóides e elevador da escápula. Logo a musculatura prejudicada em questão seria trapézio, romboides e elevador da escápula.