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ID
3105190
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Buritizal - SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Leia o texto de Frei Vicente de Salvador, citado por Eduardo França Paiva (2001), em Inaugurando a história e construindo a nação.

“E deste mesmo modo se hão os povoadores, os quais, por mais arraigados que na terra estejam e mais ricos que sejam, tudo pretendem levar a Portugal e, se as fazendas e bens que possuem souberam falar, também lhe houveram de ensinar a dizer como aos papagaios, aos quais a primeira coisa que ensinam é: papagaio real pera Portugal, porque tudo querem para lá.” Frei Vicente de Salvador.

Segundo o texto, o autor

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra A.

    Importante entender num primeiro momento sobre o que o texto faz referência, que no caso é sobre o SENTIDO da colonização, isto é, explorar para enriquecer a Metrópole.

    "e, se as fazendas e bens que possuem souberam falar"

    "porque tudo querem para lá."

    Essas passagens dão a entender diretamente uma critica a política metropolitana, mas analisando as alternativas:

    B) ERRADA, o texto não faz alusão ao povoamento no território nacional

    C) ERRADA, o texto não está necessariamente desacreditando, e sim descrevendo um tipo de política de colonização

    D) ERRADA, "recrimina os colonos lusos" até esta certo, mas o final é totalmente sem sentido

    E) ERRADA, novamente, não há alusão ao povoamento ocorrido e nem valorização de atitudes de colonos.

    FONTE: professora Alê Lopes - Estratégia

  • Frei Vicente do Salvador, cujo nome original era Vicente Rodrigues Palha, nascido em algo em torno de 1564, na atual Bahia, foi um religioso franciscano brasileiro. Sua vida é pouco documentada e, portanto, pouco conhecida. Frei Vicente estudou no colégio dos jesuítas, em Salvador. Estudou Direito e Teologia na Universidade de Coimbra, onde doutorou-se em cânones. Fez uma rápida carreira na Igreja, sendo nomeado num intervalo de poucos anos presbítero secular, cônego da Catedral de Salvador, vigário geral e governador do bispado da Bahia. Sua rápida carreira resulta de seu sucesso como administrador .

    No entanto, abandonou a carreira e ingressou na ordem mendicante dos Franciscanos. Inicialmente dedicou-se à catequização de nativos mas, com a preocupação da salvaguarda de suas culturas, assim como Bartolomeu de las Casas de quem era admirador. Em torno de 1603 foi nomeado para catequizar os silvícolas da Paraíba, devido ao seu conhecimento do idioma nativo e à ordem régia de fundar novas missões na área. Em 1606 deixou as missões, passando a lecionar Filosofia no convento de Olinda. No fim do ano o superior o escolheu para fundar o convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro

    Seus escritos" Crônica da Custódia do Brasil" e “História do Brasil" são documentos extremamente importantes acerca do período de dominação portuguesa no Brasil. Mais especificamente do final do século XVI e início do século XVII. A Crônica da Custódia do Brasil foi escrita provavelmente a partir de 1612 e terminada em torno de 1617. Deve ter sido levada a Lisboa pouco depois para ser impressa. Seus originais se perderam depois de 1650, mas já haviam sido utilizados pelo frei Manuel da Ilha e por Jorge Cardoso, que transcreveram várias partes da obra respectivamente na Relação e no Agiológio Lusitano. Parte já havia sido também transcrita na segunda composição do próprio Vicente do Salvador, História do Brasil. 

    A obra de Frei Vicente é conhecida entre graduados em História portanto, a questão não apresenta maiores dificuldades. Ademais, a pergunta é basicamente de interpretação do trecho transcrito. Uma das opções aponta a interpretação correta do fragmento
     A) CORRETA- O trecho de Frei Vicente Salvador demonstra a espoliação das riquezas da colônia em  favor da metrópole portuguesa.
    B) INCORRETA – Não há menção, no trecho citado, à não permanência dos colonizadores no território. 
    C) INCORRETA- Ao criticar a espoliação Frei Vicente Salvador não está desacreditando a colonização mas denunciando seus efeitos negativos. 
    D) INCORRETA – A questão dos papagaios é, mais do que tudo, uma metáfora: obediência e repetição acrítica. 
    E) INCORRETA – Ao contrário de elogios, há críticas às ações dos portugueses no território colonial 

    Gabarito do Professor: Letra A.