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ID
3105196
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Buritizal - SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
História
Assuntos

“Este Brasil já é um novo Portugal”. Esta afirmação do Padre Fernão Cardim corresponde, segundo o historiador Evaldo Cabral de Melo (in: Viagem Incompleta – formação: histórias), a um processo de construção de identidade das populações da América portuguesa que pode ser definido como

Alternativas
Comentários
  • Nativismo para a Antropologia é toda ação que procure valorizar a cultura de um lugar, em reação à imposição de uma cultura externa, em geral dominante. O nativismo faz-se sentir especialmente na história dos povos que foram colonizados por outros, muitas vezes através de revoltas e motins, culminando mais adiante na própria emancipação - ou na completa aculturação.

  • Gabarito C: modalidade inicial de sentimento nativista durante o primeiro século da colonização.

  • O Padre Fernão Cardim entrou para a Companhia de Jesus em 1566 e, embarcou para o Brasil em 1583, como secretário do visitador da companhia. Visitou as regiões que hoje pertencem os estados da Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. 
    Eleito procurador pela província do Brasil em 1598, voltou a Portugal. Quando do seu regresso ao Brasil em 1601, foi aprisionado pelo corsário inglês Francis Cook. Após a sua libertação, voltou ao Brasil em 1604, como provincial da companhia, cargo que desempenhou até 1609 
    Embora publicada tardiamente, no século XIX, a obra de Fernão Cardim é datada do século XVI, e é constituída por dois tratados e cartas. Foi elaborada ao longo da década de 1580, quando desempenhava o cargo de secretário do padre visitador.
    O texto Narrativa epistolar de uma viagem e missão jesuítica foi publicado em Lisboa em 1847. Nesse texto, como testemunha da realidade quinhentista do Brasil, Cardim se encanta com a fauna e a flora do país a ponto de exagerar em muitas descrições, sempre com muito apreço pelo país que escolheu para trabalhar. 
    A fácil adaptação dos animais e árvores transplantados para o nosso país fez com que o jesuíta realçasse a grandiosidade da natureza: ´Este Brasil já é outro Portugal, e não falando no clima que é muito mais temperado e saio, sem calmas grandes, nem frios, e donde os homens vivem muito com poucas doenças' “
    A questão pede que seja assinalada, em uma das alternativas, a possível interpretação da expressão “ Este Brasil já é outro Portugal" , segundo o historiador Evandro Cabral de Melo. 
    A) INCORRETA- A obra do jesuíta é do século XVI, momento em que ainda não havia ainda, ao menos entre a maioria dos segmentos sociais da colônia, uma reação coletiva contrária ao domínio de Portugal e,o desejo pela independência. 
    B) INCORRETA- A construção de uma identidade não passa por uma identificação com “as formas de dominação lusitanas" ou uma submissão das elites coloniais. Ela podia existir mas, não como elemento de construção de identidade. 
    C) CORRETA- No início da colonização e dominação portuguesa pode ser interpretada como um início de sentimento nativista a ideia de que na América estruturava-se “um outro Portugal". Não uma continuação do Portugal europeu e sim “um outro". 
    D) INCORRETA- Esta afirmativa está deslocada no tempo. A metrópole portuguesa arrastou um atraso e passou a ter uma maior dependência de suas áreas coloniais, do Brasil em especial, nos séculos XVIII e XIX. 
    E) INCORRETA – Não havia, entre os habitantes da colônia, o anseio de “renovação das tradições portuguesas". A mistura, ainda que não racionalizada, de costumes nativos, africanos e europeus na verdade gerava uma especificidade cultural nas áreas coloniais.
    . RESPOSTA : C
  • Alguem sabe o porque da alternativa A estar errada? Obrigado!

  • A letra A está incorreta porque embora possa nutrir-se um sentimento nativista (como a letra C evidencia), no contexto do padre Fernão Cardim (1549-1625 (Invasão e colonização recentes )), é improvável que os habitantes do Brasil já quisessem emancipação de Portugal como uma nova nação nos moldes da Independência ocorrida no século XIX.