O comportamento alimentar, apesar de sua aparente banalidade na vida cotidiana, é um fenômeno humano complexo e de importância central.Segundo Bernard e Trouvé (1976), o comportamento alimentar inclui algumas dimensões complementares:
Dimensão fisiológico-nutritiva. Aspectos metabólicos, endócrinos e neuronais, que regulam a demanda e a satisfação das necessidades nutricionais.
Dimensão psicodinâmica e afetiva. a fome e a alimentação vinculam-se à satisfação e ao prazer oral. O prazer alimentar oral tem, segundo a psicanálise, uma conotação nitidamente libidinal.
Dimensão relacional. No desenvolvimento da criança, a boca é o mediador da primeira relação interpessoal; a relação mãe-bebê. A incorporação oral pode representar simbolicamente diversas coisas: o amor, a destruição, a conservação no interior do Eu e a apropriação das qualidades do objeto amado, etc. Por exemplo, alimentar seu filho, para a mãe, é muito mais que uma tarefa fisiológica, tem valor emocional especial, podendo exprimir afeto, aplacamento de sentimentos de culpa ou tentativa de “dar amor” que, às vezes, ela se sente incapaz de dar de outra forma.