SóProvas


ID
3119398
Banca
FCC
Órgão
Câmara de Fortaleza - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Estabelecida na Sicília no século V a.C., a retórica terá como primeiros cultores a Empédocles, Córax e Tísias. Segundo Armando Plebe (1968, p. 3-6, passim), já nesse momento nebuloso de suas origens, a disciplina conheceria duas linhagens: primeira, uma demonstração técnica e racional do verossímil; segunda, uma psicagogia (literalmente, “condução da alma”), isto é, exploração do potencial de sedução da palavra, aquém ou além de sua inteligibilidade. A primeira linhagem aspira a tornar mais potente o discurso válido de uma perspectiva lógica, tendo como fonte Córax, Tísias e Protágoras; a segunda, mergulhada em princípios pitagóricos − magia, medicina e música como terapias − e parmenídicos − distinção entre a via da verdade e a da opinião − pretende trabalhar o fascínio enganador a que se presta a palavra, originando-se no pensamento de Empédocles, para daí passar a Górgias e depois a Isócrates.

      A partir de fins do século V a. C., a retórica entra num período que ficou melhor documentado, podendo-se dizer, contudo, que a controvérsia já referida, entre a arte da palavra como embalagem do raciocínio ou como encantamento e ilusionismo, se transforma em verdadeiro mote do debate filosófico que atravessaria os séculos. Desse período, são de destacar as obras de Platão − que em geral reagiu contra a retórica enquanto hipertrofia da linguagem como forma sedutora, ou então a avaliou positivamente, desde que identificada com a dialética − e de Aristóteles − que lhe dedicou um tratado específico destinado a ampla influência, concebendo-a como técnica rigorosa de argumentação e como arte do estilo, além de estudá-la sob os pontos de vista do ethos do orador e do pathos dos ouvintes.

(Adaptado de ACÍZELO, Roberto. O império da eloquência: retórica e poética no Brasil oitocentista. Rio de Janeiro: EdUERJ: EdUFF, 1999, p. 7) 

Em linhas gerais, os sofistas foram mestres da retórica e da oratória, que ensinavam na pólis aos cidadãos interessados em dominar as técnicas do discurso. No entanto, eram constantemente acusados por Platão e por Aristóteles, por exemplo, de empregar sofismas, silogismos falsos, para impressionar os seus ouvintes. Referência semelhante sobre a sofística e sobre os sofistas está presente em:

Alternativas
Comentários
  • Acertei essa questão porque associei o seu enunciado com o disposto na alternativa "A":

    Se os sofistas utilizavam-se de silogismos falsos, basta correlacionar com o enunciado da letra "A", que já começa com o seguinte trecho: "pretende trabalhar o fascínio enganador a que se presta a palavra". Basta lembrar que Górgias foi um dos maiores sofistas da antiguidade e muito citado em Humanística.

    Resumidamente, a teoria proposta por Górgias era a de que: "Nada existe que não possa ser conhecido; se pudesse ser conhecido não poderia ser comunicado, se pudesse ser comunicado não poderia ser compreendido". Para Gorgias, a verdade não podia ser conhecida.

    Sócrates o contrapunha alegando que a pessoa tem que se despir de todas as suas pré-concepções para se chegar à verdade. É como se fôssemos um terreno baldio: primeiro temos que nos limpar de toda a sujeira, para depois construirmos o edifício. Por um processo maiêutico, a verdade seria construída a partir uma nova concepção de ideias despidas de conceitos levianos e pré-definidos.

    A crítica de Sócrates aos sofistas era tão intensa que custou-lhe a própria vida, pois os sofistas lecionavam oratória para os poderosos da época, que acabaram por encampar as acusações dos sofistas contra Sócrates e culminando na execução deste.

  • SOFISMA: raciocínio mal formado intencionalmente\ falácia.

  • Aquela questão para não deixar em branco hehe

  • Pq nao caiu uma dessas na minha prova? hehe

     

  • tão óbvia q deu medo kk