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ID
3124036
Banca
FCC
Órgão
METRÔ-SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Para responder a questão, considere o texto abaixo. 

Nisto entrou o moleque trazendo o relógio com o vidro novo. Era tempo; já me custava estar ali; dei uma moedinha de prata ao moleque; disse a Marcela que voltaria noutra ocasião, e saí a passo largo. Para dizer tudo, devo confessar que o coração me batia um pouco; mas era uma espécie de dobre de finados. O espírito ia travado de impressões opostas. Notem que aquele dia amanhecera alegre para mim. Meu pai, ao almoço, repetiu-me, por antecipação, o primeiro discurso que eu tinha de proferir na Câmara dos Deputados; rimo-nos muito, e o sol também, que estava brilhante, como nos mais belos dias do mundo; do mesmo modo que Virgília devia rir, quando eu lhe contasse as nossas fantasias do almoço. Vai senão quando, cai-me o vidro do relógio; entro na primeira loja que me fica à mão; e eis me surge o passado, ei-lo que me lacera e beija; ei-lo que me interroga, com um rosto cortado de saudades e bexigas... 
Lá o deixei; meti-me às pressas na sege, que me esperava no Largo de S. Francisco de Paula, e ordenei ao boleeiro que rodasse pelas ruas fora. O boleeiro atiçou as bestas, a sege entrou a sacolejar-me, as molas gemiam, as rodas sulcavam rapidamente a lama que deixara a chuva recente, e tudo isso me parecia estar parado. Não há, às vezes, um certo vento morno, não forte nem áspero, mas abafadiço, que nos não leva o chapéu da cabeça, nem rodomoinha nas saias das mulheres, e todavia é ou parece ser pior do que se fizesse uma e outra coisa, porque abate, afrouxa, e como que dissolve os espíritos? Pois eu tinha esse vento comigo; e, certo de que ele me soprava por achar-me naquela espécie de garganta entre o passado e o presente, almejava por sair à planície do futuro. O pior é que a sege não andava.
− João, bradei eu ao boleeiro. Esta sege anda ou não anda?
− Uê! nhonhô! Já estamos parados na porta de sinhô conselheiro. 

(Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001, p. 135-136) 

O Dicionário Porto Editora da Língua Portuguesa define “personificação” como “recurso expressivo que consiste em atribuir propriedades humanas a uma coisa, a um ser inanimado ou abstrato”. Verifica-se a ocorrência desse recurso expressivo no seguinte trecho:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    ? e eis me surge o passado, ei-lo que me lacera e beija; ei-lo que me interroga, com um rosto cortado de saudades e bexigas... (1º parágrafo)

    ? Temos a personificação do substantivo "passado", foram-lhe atribuídas características humanas, passado não beija, passado não interroga; logo houve personificação/prosopopeia.

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    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Gab. D

    ***

    Machado de Assis personificou o passado.

    .

    personificação, também chamada de prosopopeia ou animismo, é uma figura de linguagem. Serve para dar vida aos seres inanimados, atribuir sensações, sentimentos, comportamentos, características e/ou qualidades essencialmente humanas aos objetos inanimados ou seres irracionais, por exemplo:

    -O vento assobiava esta manhã em que o céu chorava.

    -Naquela noite, a lua beijava o céu.

    Fonte - site todamatéria

  • a virgula ri

  • o assado não é um objeto e nem um ser

  • kkkkk eu lí vírgula

  • Prosopopeia ou personificação

    Prosopopeia ou personificação e atribuição características humanas a seres não humanos ou características animadas a seres não animados.

    Ex.: O vento vem beijar-me a face.

    Ex.: E a noite grita em minha mente.

    GAB - D

  • aula top sobre figuras de linguagem https://www.youtube.com/watch?v=Ciky6RTBEa0&t=128s

  • Por que não a "A"? Almoço tem fantasia?

  • Gab: D

    e eis me surge o passado, ei-lo que me lacera e beija; ei-lo que me interroga, com um rosto cortado de saudades e bexigas.

  • Ótima dica pra revisar o conteúdo Alysson :)

  • A - Em "(...) as nossas fantasias do almoço" não vejo figura de linguagem. São fantasias que aconteciam na hora do almoço. Não é isso?

  • "ei-lo que me interroga, com um rosto cortado de saudades e bexigas"

    O passado não faz isso, quem interroga, sente saudades são as pessoas. Portanto, letra D.

  • d)e eis me surge o passado, ei-lo que me lacera e beija; ei-lo que me interroga, com um rosto cortado de saudades e bexigas... (1º parágrafo) 

     

     

    . Personificação (prosopopeia ou animismo):

     

              Consiste em atribuir características humanas a seres não humanos / inanimados.

     

              A lua testemunhou, ao lado das estrelas, aquele momento.

             

    O cachorro sorriu para ela.

  • facil essa gras a deus

  • GABARITO: LETRA D

    Prosopopeia ou personificação é a atribuição de características humanas a seres não humanos ou inanimados. A prosopopeia também é entendida como figura de linguagem do animismo, pois, como o próprio nome diz, trata-se de um processo de animação dos personagens em um texto literário ou campanhas publicitárias.

    A intenção desse recurso é intensificar a expressividade do texto ou chamar a atenção do leitor para algum assunto. No entanto, é preciso destacar os pontos que distinguem a prosopopeia da metáfora, ambas são figuras de linguagem, mas com efeitos estilísticos diferentes.

    Exemplo de prosopopeia:

    “A bomba atômica é triste, coisa mais triste não há/ Quando caicai sem vontade.”

    (Vinicius de Moraes)

    Perceba que a atribuição dada à bomba atômica pertence ao imaginário coletivo dos seres humanos (ou seja, trata-se de característica humana) ou dos animais. Dessa forma, ocorre construção de figura de linguagem por personificação em relação ao objeto.

    FONTE: https://www.portugues.com.br/gramatica/personificacao-prosopopeia.html

  • e eis me surge o passado, ei-lo que me lacera e beija; ei-lo que me interroga, com um rosto cortado de saudades e bexigas... (1º parágrafo)

    Passado não beija ninguém, minha gente; muito menos interroga.

  • Se ela não explicasse o que era personificação, meio mundo estaria lascado kkkkkkkkkkkkkk inclusive eu