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ID
3130486
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Guararapes - SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A utilização da estratégia de psicoterapia de grupo com pacientes esquizofrênicos

Alternativas
Comentários
  • Existem três abordagens teóricas principais para grupos psicoterápicos de pacientes esquizofrênicos: educativa, psicodinâmica e interpessoal (KANAS, 1991).

    Na abordagem educativa - ou de apoio - o objetivo é ajudar os pacientes a enfrentar problemas reais que afetam suas vidas na ocasião atual. Os instrumentos principais são conselhos e técnicas didáticas. Através do treinamento de habilidades, buscar a recuperação do funcionamento social.

    Na psicodinâmica - também designada expressiva - o objetivo é ajudar os pacientes a conquistar uma compreensão dos conflitos e uma melhora das funções do ego e, assim, auxiliar os pacientes a tornarem-se relativamente resistentes ao processo esquizofrênico. O instrumento principal é o processamento de fantasias projetadas na identificação com o grupo. Com pacientes esquizofrênicos, fica ressaltada a necessidade do terapeuta ser mais ativo e priorizar o teste da realidade.

    Na abordagem interpessoal, o objetivo é ajudar os pacientes a enfrentar dificuldades que tenham em interagir com outras pessoas. O instrumento principal é o enfoque nas interações aqui-e-agora, isto é, nos relacionamentos mal-adaptados observáveis no setting grupal.

    KANAS (1991) propõe uma integração dessas três modalidades de atendimento e ressalta a vantagem de aproveitar os vários recursos das diferentes.

  • Gente, paciente esquizofrênico na fase aguda e/ou em surto, não tem como fazer psicoterapia. Cada coisa ao seu tempo. Estabiliza-se o sujeito com a intervenção medicamentosa (apenas médico) e, aí sim, quando essa fase passar, dá-se início/continua o tratamento psicoterápico.

  • Zanini (2006), sugere, as seguintes intervenções, de acordo com o modelo tridimensional para a classificação de sintomas psicopatológicos em negativos, positivos e de desorganização:


    1) Pacientes com predomínio de sintomas positivos intensos podem não se beneficiar de intervenções grupais. Enquanto não haja estabilização de seu quadro clínico, com a consequente redução dos sintomas, esses pacientes, em geral, não devem ser incluídos em grupos. Uma possibilidade, nesses casos, pode ser a intervenção psicoterápica individual. O terapeuta poderá acompanhar o paciente durante sua recuperação, oferecendo suporte e continência e, posteriormente, encaminhá-lo a um grupo. Entretanto, em grupos coesos é possível a inclusão de pacientes com sintomas positivos moderados. Os outros pacientes podem funcionar como auxiliares daqueles mais sintomáticos. Um certo conteúdo psicótico, abertamente apresentado, pode ser útil para estimular debates.

    2) Pacientes com predomínio de sintomas negativos podem se beneficiar de grupos psicoterápicos e de intervenções individuais. Ainda que não participem ativamente, podem aproveitar a experiência. É importante avaliar o grau de ameaça que o paciente sente no contato com o outro antes de encaminhá-lo a um grupo.

    3) Para pacientes com predomínio de sintomas de desorganização, são mais indicadas intervenções em terapia ocupacional.


    ZANINI, Márcia H. Psicoterapia na esquizofrenia. Rev. Bras. Psiquiatr.,  São Paulo ,  v. 22, supl. 1, p. 47-49,  May  2000 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext...>. access on  20  May  2020.  http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462000000500016.


    GABARITO: B
  • Gabarito B - pode ser útil quando os sintomas positivos se estabilizaram por meio da intervenção medicamentosa.