A crise afetou a disponibilidade de moeda forte na economia brasileira e derrubou o preço do café, ameaçando a sobrevivência econômica dos produtores brasileiros. Dada a importância do café na pauta de importações brasileira, o governo entendeu como fundamental a intervenção no mercado para evitar a falência dos produtores, ao comprar os excedentes das safras, e consequentemente permitir a continuidade das vendas ao mercado externo e entrada de divisas. Conforme nos ensina o professor João Daniel Lima de Almeida:
"(...) o café representava em 1930, mais de 70% dos dólares que entravam no país. Com 20 milhões de libras emprestadas dos ingleses, o governo comprou a safra paulista abaixo do preço tradicional para desespero dos produtores, evitando, entretando, sua falência. (...) O que fazer com o café adquirido? (...) Decidiu-se, então, por incinerar a produção em um total de 78 milhões de sacas ao final de uma década, segundo nos ensina Delfim Neto, pesquisador clássico do tema. Era o equivalente a três vezes o consumo anual do produto e, ao mesmo tempo, uma grande virada na economia política brasileira, já que, ao comprar abaixo do preço, pagando em moeda nacional em crescente desvalorização, o governo federal desestimulava o ciclo de superprodução que as intervenções anteriores haviam favorecido. Por outro lado, ao queimar parcela significativa da produção, evitava que o preço caísse ainda mais e garantia que os recursos em dólares continuassem entrando no país, não raro, sob controle do próprio governo, desestimulando importações” (Manual do Candidato: História do Brasil, 380)