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A questão provavelmente se refere ao 2º fundig loan, onde os efeitos positivos foram menores que os do primeiro.
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Alguem sabe explicar mais?
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Embora a expansão de crédito dos anos iniciais da República tenha constituído estímulo à iniciativa empresarial nacional, entende-se que a principal razão para a "substituição de importações" no período de 1895 a 1899 está nas relações, defasadas e ampliadas, entre a taxa de câmbio e a inflação interna gerada pelo grande aumento na oferta monetária. Tal defasagem parece ter favorecido, num primeiro momento, as importações em geral de tecidos, mas também de bens de capital, para, a seguir, por meio de desvalorização real do câmbio, estimular as compras internas de bens de consumo. Portanto, o primeiro surto de substituição de importações se devia principalmente ao mecanismo cambial, embora este não fosse determinado propriamente por uma crise externa.
Ao estudar a evolução da indústria têxtil brasileira, os períodos caracterizados por desvalorização da moeda nacional corresponderam a fases de crescimento da produção; por outro lado, períodos de intensificação do investimento coincidiram com fases de câmbio relativamente alto. Desse modo, a crise externa, que conduz à queda do câmbio, tinha efeito positivo sobre a produção industrial e negativo sobre o investimento. A expansão das exportações, ao contrário, elevando o câmbio, favorecia o investimento mas limitava o crescimento das exportações pelo barateamento relativo dos importados.
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"O resultado natural foi a assinatura, em outubro, de um novo funding loan de 15 milhões de libras com os banqueiros do governo, para fazer frente ao pagamento de juros dos empréstimos federais até 1917, suspendendo-se as amortizações até 1927. O funding loan de 1914 (..) serviu para aliviar o balanço de pagamentos e contribuiu de forma decisiva para que se pudesse estabilizar a taxa de câmbio em torno de 20 a 25% abaixo da paridade de pré-guerra ao longo de todo o conflito" A ordem do progresso.
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Até 1914, o câmbio era fixo e mantido, artificialmente, supervalorizado. No início do conflito mundial, o Brasil abandona o padrão-ouro e adota o câmbio flexível; a consequência natural dessa flexibilização é que, como o câmbio estava supervalorizado, o câmbio sofra uma desvalorização ao longo do conflito. O que a questão está cobrando, além desses fatos mencionados, é que o candidato entenda que os empréstimos estrangeiros (2o Funding Loan de out-1914) ajudaram a moeda brasileira a desvalorizar menos do que ela teria desvalorizado caso o Brasil não tivesse logrado realizar essa consolidação com novo empréstimo.
Outro fator que também ajudou a segurar a desvalorização (fez com que a desvalorização fosse menor do que poderia ter sido) ao longo da guerra foi o resultado superavitário da balança comercial brasileira (que passou a exportar mais para o exterior, por conta da oportunidade de suprir alguns produtos que estavam faltando no mercado internacional por conta da retração produtiva/comercial em países beligerantes); como o câmbio era flutuante e o Brasil era superavitário na balança comercial, a maior entrada de moeda estrangeira (entrava mais com as exportações e não saíam pagamentos da dívida, pois vigorava um período de rolagem dos juros por três anos, conforme acordado no 2o Funding Loan) havia uma pressão contrária para valorizar a moeda nacional.
dez-1906 a ago-1914: câmbio fixo com padrão-ouro; deveria estar valorizando porque Brasil está com superávit no BP (superávit comercial com preço do café subindo; vendas de borracha até 1910; ainda não paga dívida até 1911;); Brasil abandona o PVC em 1912, por pressão dos EUA; Brasil abandona a conversibilidade e fecha a Caixa de Conversão (ago-1914) logo após o início da GM;
ago-1914 a 1918: câmbio flutuante; houve desvalorização do mil-réis e a moeda permaneceu desvalorizada durante o conflito; ela só voltará a valorizar a partir de 1919;
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Questão CORRETA.
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Só para lembrar: Durante a Primeira República ocorreram três funding loans:
Campos Sales(1898-1902): início das negociações ainda com Prudente de Moraes. O que previa:
Empréstimo de 10 milhões de libras, prazo 50 anos, carência 13 anos
contrapartidas: zerar déficit, criação de impostos (selo e consumo), queima pública 13% papel moeda em circulação, alfândega do Rio como garantia
Hermes da Fonseca (1910-1914): (mencionado na questão): feito quando vence o primeiro funding (governo brasileiro adora gastar sem controle)
Empréstimo de 10 milhões de libras, alfândegas de todo o país como garantia
Washington Luis (1926-1930): empréstimo de 18 milhões de libras, prazos entre 20 e 40 anos
Cenário de rápido endividamento externo a partir de 1925 agravado pela crise de 1929.
Na década de 30, Vargas decreta moratória e dívida só é renegociada em 1943.
Maior parte do estoque dessas dívidas ainda era em Libras, dólar a partir de 1940.
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Certo.
O Primeiro Funding Loan (1898) brasileiro permitiu a suspensão do pagamento da dívida externa brasileira, o que levou o país a um período de relativa estabilidade. Quando Rodrigues Alves (1902-06) e Afonso Pena (1906-10) assumem, o Brasil estava passando por um bom momento econômico. Isso se deu por meio da repentina melhora da posição externa do país em virtude do rápido crescimento das exportações de borracha e do início do grande boom de investimentos europeus na periferia que, com breves interrupções, duraria até as vésperas da guerra.
Fonte: A Ordem do Progresso (cap. 2)