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Me surpreendi com a resposta dessa questão. Então quer dizer que a política de redução de danos não funciona? Pela resposta, parece que não, já que continuarão usando substâncias psicoativas. Acho questionável a resposta.
Alguém tem algum comentário ou justificativa?
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De acordo com a estratégia da redução de danos, a abstinência não pode ser o único objetivo a ser alcançado. Quando se trata de cuidar de vidas humanas, têm-se que, necessariamente, lidar com as singularidades, com as diferentes possibilidades e escolhas que são feitas. As práticas de saúde, em qualquer nível de ocorrência, devem levar em conta esta diversidade. Devem acolher, sem julgamento, o que em cada situação, com cada usuário, é possível, o que é necessário, o que está sendo demandado, o que pode ser ofertado, o que deve ser feito, sempre estimulando a sua participação e o seu engajamento.
A abordagem da redução de danos reconhece cada usuário em suas singularidades, traça com ele estratégias que estão voltadas não para a abstinência como objetivo a ser alcançado, mas para a defesa de sua vida. A redução de danos apresenta-se como um método (no sentido de methodos, caminho) e, portanto, não excludente de outros. Mas, reconhece também, que o método está vinculado à direção do tratamento e, tratar significa aumentar o grau de liberdade, de co-responsabilidade daquele que está se tratando. Implica, por outro lado, no estabelecimento de vínculo com os profissionais, que também passam a ser co-responsáveis pelos caminhos a serem construídos pela vida daquele usuário, pelas muitas vidas que a ele se ligam e pelas que nele se expressam.
In: A política do Ministério da Saúde para atenção integral a usuários de álcool e outras drogas
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O Objetivo da política de redução de danos é minimizar os riscos dos usuários. Neste sentido, ela é altamente eficaz, na medida em que consegue, dentre outras coisas, reduzir as chances de que outras condições maleficas- doenças ( AIDS, HEPATITE e etc) se instalem no usuário. Não sendo seu principal objetivo a total abstinência, mas sim como o próprio nome sugere: reduzir os danos, portanto ela acredita mesmo que o usuário irá continuar utilizando drogas, só lhe restando a alternativa de minimização dos riscos.
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A droga sempre esteve presente na nossa cultura, não se acredita mais em extingui-la da sociedade, mas sim, aprender a conviver melhor com ela, como utilizando-as de forma responsável ou até mesmo, modificando o tipo de droga para alguma menos prejudicial.
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Não podemos nos esquecer que grande parte da população (pra não dizer 99% dela) utiliza substâncias psicoativas em seu dia a dia. Quando ouvimos essa expressão tendemos a pensar apenas em crac, maconha, cocaína, álcool, tabaco. Não podemos esquecer que a cafeína e os medicamentos também são substâncias psicoativas e que grande parte da população bebe socialmente bebida alcoolica. O uso de substâncias psicoativas nunca vai deixar de existir. A diferença está na dependência dessas substâncias no organismo de cada um e as consequências que essa dependência acarreta, por isso fala-se em política de redução de danos. Logo, letra "e" está correta.
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Também fiquei surpresa com a resposta. Compreendo que a Redução de Danos não exige a abstinência, mas considera que alguns usuários a desejam e são capazes de abandonar o uso de drogas se bem instruídos de seus danos (alternativa b). Afirmar que são capazes não é o mesmo que afirmar que o desejam ou que assim o farão.
Por outro lado, afirmar, categoricamente, que as pessoas continuarão utilizando substâncias psicoativas (letra e) é desconsiderar a singularidade e as múltiplas possibilidades dos sujeitos.
Não concordo com o gabarito.
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a política de redução de danos admite que o uso de drogas sempre existiu e sempre existirá na sociedade mas é um equívoco se pensar que a RD é contrária a abstinência. um dos objetivos da RD pode sim ser a abstinência se esse objetivo for também partilhado pelo sujeito. não concordo com o gabarito, tanto a letra b como a letra e podem ser verdadeiras.
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A redução de danos não exige nada, ela admite as diversas formas e estratégias de se lidar com o uso de drogas, desde a diminuição, a substituição até a própria abstinência, quem decidirá essa estratégia é o próprio usuário, que é quem sabe o que é melhor para o mesmo. o terapeuta o ajuda a encontrar esta solução, ela não é dada de forma verticalizada e autoritária como nas intervenções médicas.
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No processo de RD, a proposta é que os usuários reduzam o consumo; façam substituição de drogas com maior potencial de danos por outras de impacto psicossocial e orgânico menor. O que se infere da proposta é que haverá uma continuidade de uso de substâncias, no entanto, a possibilidade do uso cessar também existe. Por isso, acredito que a alternativa estaria mais pertinente se assim estivesse posta:
"...PODERÃO continuar utilizando substâncias psicoativas"
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BANCA COLOCA COMO GABARITO LETRA E. PORÉM, ACREDITO QUE SEJA LETRA B.
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"...objetivo minimizar as consequências adversas do consumo de drogas..."
Pensando que a redução de danos não visa interromper o consumo de álcool ou drogas (comportamento), pois o foco é prevenir os danos (consequências), a letra E pode está correta.