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ID
31477
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2007
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Acerca das origens e conseqüências do Plano Cruzado, concebido durante a Presidência de José Sarney, julgue (C ou E) os próximos itens.

O Plano Cruzado foi concebido por economistas como um plano ortodoxo de combate à inflação segundo modelo recomendado pelo FMI.

Alternativas
Comentários
  • Na conceituação econômica, o Plano Cruzado é classificado como heterodoxo.
  • Não foi Delfim Netto (com f e tt) o responsável pelo Plano Cruzado.O Plano foi proposto e implementando pelo ministro da Fazenda Dílson Funaro e pelo ministro do Planejamento João Sayad.
  • No inicio da nova República, o país vive uma inflação recorde, de 234% nos últimos 12 meses. O problema remonta os anos 50 (50 foi o último ano com inflação anual de 1 digito) e se agrava desde 73.

    Sarney promete dar dar prioridade à inflação e indica para fazenda o ortodoxo Dornelles, que milita a linha de juros altos, corte de gastos públicos. Contudo, sua postura começa a divergir do Presidente que declara discordar do FMI, enquanto o ministro diz que não há divergência entre o Brasil e o FMI, além de ser favorável as Privatizações das Empresas Públicas (pensamento também contrário ao de Sarney). Dornelles, por desentendimentos, entende que a sua posição é insustentável e pede demissão, o acompanha Carlos Lemgruber, Presidente do Banco Central, e sua equipe. 

    Sarney coloca em seu lugar Funaro, então presidente do BNDES, de posição heterodoxa, que arquiteta com Sayad e economistas da PUC e UNICAMP, o Plano Cruzado.


     

     

     

     

  • Errado. Na verdade, os assessores econômicos do presidente Sarney, argumentaram que a inflação - que subia a níveis sem precedentes – não poderia ser lida por meio de programas tradicionais ortodoxos, então o convenceram a tentar um choque heterodoxo.
  • Governo Sarney (1985-1990)

    planos econômicos:

    - Plano Cruzado em 1986 -  Dilson Funaro era o ministro da Fazenda. A principal marca foi o congelamento de preços. Alimentos, combustíveis, produtos de limpeza, serviços e até o dólar tiveram os preços tabelados pelo governo. Essas medidas do Plano Cruzado contrariaram a recomendação internacional do Fundo Monetário Internacional. 

    Inicialmente, o Cruzado reduziu a inflação de 12,47% em fevereiro de 1986 para 1,43% em outubro do mesmo ano. Com o resultado o governo Sarney ficou extremamente popular, era considerado ótimo ou bom por 72% dos brasileiros, segundo o Ibope, e o PMDB, sozinho, elegeu 53% dos deputados federais e o PFL 24% – dando ao governo maioria de 77% nas eleições gerais no Brasil em 1986. No Senado, a bancada governista somava 81%. [5] Os resultados foram inéditos na história política brasileira. O plano foi elogiado em editoriais de jornais e por políticos de todas as vertentes, como José Serra, Fernando Henrique Cardoso e Aloizio Mercadante. O Partido dos Trabalhadores gravou vídeo elogiando a medida. Ficaram isolados na crítica ao plano Leonel Brizola e Roberto Campos.

    Devido ao controle dos preços dos produtos e serviços, as mercadorias principiaram a escassear e a sumir. Mercados paralelos floresceram e só pagando "ágio" era possível comprar as coisas. As exportações caíram, as importações aumentaram e as reservas cambiais foram esgotadas. A inflação disparou, os preços de combustíveis, bebidas, automóveis aumentaram consideravelmente. A economia entrou em colapso. Seis dias depois das eleições gerais no Brasil em 1986 o governo lançou o Plano Cruzado II.

    O Plano Cruzado ficou conhecido como um dos maiores exemplos de Estelionato Eleitoral no Brasil.

    - Plano Bresser em 1987 -  Luiz Carlos Bresser-Pereiraera o Ministro da Fazenda. congelamento, por 90 dias, de preços, salários e de câmbio. 

    Com Bresser, o Brasil decreta nova moratória em julho, desta vez ao Clube de Paris, e propõe grandes cortes de gastos e de subsídios, com demissões de pessoal no setor público, enxugamento da máquina governamental e cortes nos investimentos públicos. 

     Greves de trabalhadores e protestos empresariais (sobretudo das montadoras de automóveis: a Autolatina chega a fazer lockout por alguns dias) 

    - Plano Verão em 1989 - implementado pelo Ministro da Fazenda Maílson Ferreira da Nóbrega. 

     Plano modificava o índice de rendimento da caderneta de poupança, congelava preços e salários, criava uma nova moeda, o cruzado novo (inicialmente atrelada em paridade com o dólar). A lei também dispunha sobre a desindexação da economia, como estratégia de combate à inflação.