No inicio da nova República, o país vive uma inflação recorde, de 234% nos últimos 12 meses. O problema remonta os anos 50 (50 foi o último ano com inflação anual de 1 digito) e se agrava desde 73.
Sarney promete dar dar prioridade à inflação e indica para fazenda o ortodoxo Dornelles, que milita a linha de juros altos, corte de gastos públicos. Contudo, sua postura começa a divergir do Presidente que declara discordar do FMI, enquanto o ministro diz que não há divergência entre o Brasil e o FMI, além de ser favorável as Privatizações das Empresas Públicas (pensamento também contrário ao de Sarney). Dornelles, por desentendimentos, entende que a sua posição é insustentável e pede demissão, o acompanha Carlos Lemgruber, Presidente do Banco Central, e sua equipe.
Sarney coloca em seu lugar Funaro, então presidente do BNDES, de posição heterodoxa, que arquiteta com Sayad e economistas da PUC e UNICAMP, o Plano Cruzado.
Governo Sarney (1985-1990)
planos econômicos:
- Plano Cruzado em 1986 - Dilson Funaro era o ministro da Fazenda. A principal marca foi o congelamento de preços. Alimentos, combustíveis, produtos de limpeza, serviços e até o dólar tiveram os preços tabelados pelo governo. Essas medidas do Plano Cruzado contrariaram a recomendação internacional do Fundo Monetário Internacional.
Inicialmente, o Cruzado reduziu a inflação de 12,47% em fevereiro de 1986 para 1,43% em outubro do mesmo ano. Com o resultado o governo Sarney ficou extremamente popular, era considerado ótimo ou bom por 72% dos brasileiros, segundo o Ibope, e o PMDB, sozinho, elegeu 53% dos deputados federais e o PFL 24% – dando ao governo maioria de 77% nas eleições gerais no Brasil em 1986. No Senado, a bancada governista somava 81%. [5] Os resultados foram inéditos na história política brasileira. O plano foi elogiado em editoriais de jornais e por políticos de todas as vertentes, como José Serra, Fernando Henrique Cardoso e Aloizio Mercadante. O Partido dos Trabalhadores gravou vídeo elogiando a medida. Ficaram isolados na crítica ao plano Leonel Brizola e Roberto Campos.
Devido ao controle dos preços dos produtos e serviços, as mercadorias principiaram a escassear e a sumir. Mercados paralelos floresceram e só pagando "ágio" era possível comprar as coisas. As exportações caíram, as importações aumentaram e as reservas cambiais foram esgotadas. A inflação disparou, os preços de combustíveis, bebidas, automóveis aumentaram consideravelmente. A economia entrou em colapso. Seis dias depois das eleições gerais no Brasil em 1986 o governo lançou o Plano Cruzado II.
O Plano Cruzado ficou conhecido como um dos maiores exemplos de Estelionato Eleitoral no Brasil.
- Plano Bresser em 1987 - Luiz Carlos Bresser-Pereiraera o Ministro da Fazenda. congelamento, por 90 dias, de preços, salários e de câmbio.
Com Bresser, o Brasil decreta nova moratória em julho, desta vez ao Clube de Paris, e propõe grandes cortes de gastos e de subsídios, com demissões de pessoal no setor público, enxugamento da máquina governamental e cortes nos investimentos públicos.
Greves de trabalhadores e protestos empresariais (sobretudo das montadoras de automóveis: a Autolatina chega a fazer lockout por alguns dias)
- Plano Verão em 1989 - implementado pelo Ministro da Fazenda Maílson Ferreira da Nóbrega.
Plano modificava o índice de rendimento da caderneta de poupança, congelava preços e salários, criava uma nova moeda, o cruzado novo (inicialmente atrelada em paridade com o dólar). A lei também dispunha sobre a desindexação da economia, como estratégia de combate à inflação.