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ID
31480
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2007
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Acerca das origens e conseqüências do Plano Cruzado, concebido durante a Presidência de José Sarney, julgue (C ou E) os próximos itens.

À implantação do Plano Cruzado seguiu-se forte e imediata retração do consumo.

Alternativas
Comentários
  • Após a implantação do Plano Cruzado (1986), houve, na verdade, forte ampliação da demanda pelos consumidores, em virtude: do congelamento de preços; da frouxa política monetária; das expectativas de manutenção da renda com a introdução do gatilho salarial, da ação dos "fiscais do Sarney" no combate à marcação discricionária de preços, entre outros fatores.
  •  28/02.1986. Plano Cruzado, inclui:

    1.Nova moeda o Cruzado, equivalente ao 1000 cruzeiros.

    2.Congelamento de todos os preços, tarifas e serviços nos níveis de 27/02/1985.

    3.Fim da correção monetária.

    4.Congelamento dos salários na média dos últimos 6 meses, mais abono de 8%. Com gatilhos salariais (correção sempre que a inflação acumule 20%).

    5.Cambio Fixo

    6.Criação do Seguro-Desemprego;

    A população aprovou o plano com entusiasmo e percorriam o comercio com a lista dos preços congelados.

    Efeitos Imediatos:

    1.Bem, os efeitos imediatos foram animadores, em março houve deflação e até outubro fica na faixa dos 2%.

    A população população, temporariamente livre do “imposto inflacionário”, desafoga seu poder aquisitivo e o consumo explode. 

    A produção industrial acompanha o consumo e cresce 35% entre fev-out. 

    2.O desemprego cai.

    Efeitos posteriores:

    1.O congelamento começa a desalinhar os preços com a realidade.

    2.Os bancos sem o lucro de antes começam a demitir.

    3.A demanda superaquecida gera escassez que induz ao ágio (cobrança por fora da tabela).

    4.Inicia-se a escassez de produtos, principalmente de carne, pois os produtores alegam preços irreais e preferem manter o gado no pasto. 

    5.O cambio fixo barateia os importados e desequilibra a balança comercial, desestimulando os investimentos externos, e encorajando a evasão de capitais.

    A equipe econimica vendo a grave situação tenta conter o consumo.

     

  • Errado.
    O plano cruzado não seguiu forte e não houve uma “retração do consumo”, muito pelo contrário. Houve muito consumo por parte da população, principalmente a classe trabalhadora. Os elevados gastos do consumidor foram estimulados pelos significativos aumentos reais de salário, o preço atraente de muitos produtos (houve o congelamento dos preços) cujos preços relativos estavam defasados na época do congelamento e o “efeito riqueza” resultante da subida mudança das expectativas inflacionárias que liberou recursos para o consumo. 
    Poderíamos atribuir o fracasso do Plano Cruzado a muitos fatores, mas o mais importante, sem dúvida nenhuma, foi o aumento salarial concedido no inicio, o que intensificou a demanda agregada numa época em que a economia já estava aquecida, situação que se agravou pela não-poupança externa e do setor público (também muito afetado – há uma opinião generalizada de que a sua principal falha foi a ausência de um programa de controle fiscal que só ocorreu em 1985 e mesmo assim não foi o suficiente).
  • ERRADO

     

    O que houve, na realidade, foi uma acelerada corrida ao consumo.


    "Passado o primeiro impacto de entusiasmo, o Plano Cruzado começou a fazer agua. Ele fora lançado em um momento de expansão das atividades econômicas e resultou em muitos casos em aumentos reais de salário. Como os preços estavam congelados, houve uma verdadeira corrida ao consumo desde a carne e o leite até os automóveis e as viagens ao exterior. Em consequência, começou a surgir o ágio, uma quantia cobrada “por fora”, acima do preço da tabela. Em julho de 1986, com o objetivo de reduzir o consumo e incentivar os investimentos, Sarney anunciou um pacote de medidas conhecido como “cruzadinho”. Ele atingia principalmente o consumo da classe média, pois instituía um empréstimo compulsório na compra de carros, de gasolina e álcool, de dólares para viagem e passagem áreas sobre ao exterior"

     

    História do Brasil - Boris Fausto - pág. 444.