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ID
3154138
Banca
NUCEPE
Órgão
FMS
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psiquiatria
Assuntos

A alteração psicopatológica que descreve o quadro de uma “mulher de 30 anos de idade com relato de crença de que um rapaz, que acredita estar interessado em sua pessoa, esteja controlando seus comportamentos e inserindo pensamentos em sua mente”, é:

Alternativas
Comentários
  • Consciência da atividade do Eu – a consciência de pertença dos sentimentos e ações. Por vezes os doentes têm a sensação de já não serem os mesmos, sentem-se estranhos em relação a si próprios. São as vivências de personalização que, em situações ligeiras podem surgir em momentos de grande stresse e ansiedade, e em situações graves em perturbações depressivas e esquizofrénicas. Noutros casos os doentes perdem a noção de pertença do seu pensamento, que é manipulado pelo exterior, podendo ser subtraído, como no roubo do pensamento, ou imposto, como na imposição do pensamento. Outras atividades como a vontade, a linguagem e os comportamentos podem deixar de ser dominados pelo doente, que se sente controlado pelo exterior: são as chamadas vivencias de influenciamento. Estas alterações são comuns em doentes esquizofrénicos e são vividas com convicção absoluta. Consciência da unidade do Eu – consciência que em cada momento há só um “eu”. Em algumas situações de despersonalização ansiosa ou depressiva, o indivíduo pode sentir-se como dividido. No entanto, é em alguns psicóticos que se pode encontrar uma clara perturbação da unidade do Eu, sentindo-se o doente como duas pessoas simultaneamente. Consciência da identidade do Eu – consciência que se é o mesmo que antes. Alguns doentes esquizofrénicos sentem que já não são a mesma pessoa que no passado. Em algumas situações dissociativas, como na fuga dissociativa (fuga psicogénica), e na perturbação dissociativa da identidade (perturbação múltipla da personalidade), também estão presentes sentimentos de mudança de identidade. Consciência dos limites do Eu – consciência do Eu em oposição ao exterior e aos outros. Em alguns indivíduos os limites entre o Eu e o mundo externo não estão bem definidos. Temos como exemplos algumas situações vividas por doentes esquizofrénicos, como a difusão do pensamento, em que o doente pensa que os seus pensamentos são conhecidos por toda a gente, o transitivismo, em que projeta para o exterior o que se passa nele, e a apropriação, em que sente como dele o que se passa à sua volta.