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ID
3187456
Banca
FCC
Órgão
TJ-MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Algumas pessoas, antes de iniciar um processo de mudança de comportamento relacionado à dependência química, de nicotina ou mudança de hábitos alimentares, acreditam que têm o controle sobre os seus hábitos e não os veem como inadequados.


De acordo com o Modelo Transteórico de Motivação para a Mudança de Proshaska, indique a que estágio a situação acima descrita se refere e em quantos estágios esse modelo se divide:

Alternativas
Comentários
  • O ponto de entrada do processo de mudança é a etapa de “pré-contemplação”. A pessoa ainda não considerou que tem um problema ou que precisa introduzir uma mudança na sua vida. Um “pré-contemplador” é alguém que sabe que tem um problema, embora não esteja consciente dele.

    Uma vez que aparece uma tomada de consciência do problema, a pessoa entra num período caracterizado pela ambivalência: a fase de “contemplação”. A pessoa contempladora considera e, ao mesmo tempo, rejeita a mudança. A experiência da pessoa contempladora é descrita como um tipo de oscilação entre as razões para mudar e as razões para continuar da mesma maneira.

    Uma pessoa que tem problemas com  e que está nessa fase, por exemplo, pode dizer alguma coisa como: “Não acho que eu tenho um problema com o álcool. Pode ser que eu beba muito para ter uma boa saúde, mas não acho que bebo mais do que os meus amigos. Posso parar de beber quando quiser”. Como vemos, é uma etapa na qual a pessoa, apesar de ter um problema, tem a sensação de 

    A etapa de determinação, dentro do modelo transteórico de mudança, é como uma janela de oportunidade que abre a porta para um novo período de tempo. Se durante esse tempo a pessoa entrar na etapa de ação, o processo de mudança continua. Se não, a pessoa retrocede para a etapa de contemplação.

    A etapa de “ação” é a que com mais frequência as pessoas consideram como a etapa de início da  Aqui a pessoa se envolve em ações que a levarão a uma mudança.

    A maioria das pessoas que param de fumar, por exemplo, fazem isso sozinhas. O objetivo durante essa etapa é produzir uma mudança no problema que se deseja resolver. A intenção de mudar, entretanto, não garante que a mudança vai se manter ao longo do tempo.

    Por fim, se a recaída ocorrer, a tarefa da pessoa consiste em começar a girar de novo ao redor da roda, e não ficar imóvel nessa etapa. Os tropeços ou as recaídas são normais, fatos esperados quando uma pessoa tenta mudar qualquer padrão de conduta de longa duração.

    Como já vimos, o modelo transteórico de mudança envolve uma série de etapas dispostas de forma circular. Uma pessoa que quer mudar uma conduta viciante passa por essas etapas de forma indefinida, até que finalmente consegue manter a mudança.

    William R. Miller y Stephen Rollnick. La entrevista motivacional. Ed. Paidós. Barcelona, 1999.

  • Pré-contemplação;

    Contemplação;

    Determinação ou preparação;

    Ação; e

    Manutenção.

    Jurema Cunha (Entrevista motivacional)

  • O Modelo Transteórico de Motivação para Mudança de Prochaska, DiClemente e Norcross (1994, citado por OCHASKA; DiCLEMENTE; NORCROSS, 1992) foca a mudança intencional, ou seja, a tomada de decisão do  indivíduo, ao contrário de outras abordagens, que se concentram nas influências sociais ou biológicas do comportamento. Está fundamentado na premissa de que  a mudança  comportamental acontece ao longo de um processo no qual as pessoas passam por diversos níveis de motivação para mudança. Esses níveis estariam representados  por cinco estágios de motivação para a mudança que representam a dimensão temporal do  Modelo Transteórico, e permitem que entendamos quando mudanças particulares, intenções e reais comportamentos podem acontecer. São eles: Estágio de pré-contemplação, no qual ainda não se observa nenhuma intenção de mudar comportamentos-problema e, geralmente, a existência do problema é completamente negada, o que faz com que os pré-contempladores dificilmente procurem ajuda para iniciar seu processo de mudança, e, quando o fazem, em geral são impelidos por motivos externos, como, por exemplo, encaminhamento pela família, empresa ou poder judicial.
    Estágio de contemplação, no qual a pessoa admite ter um problema e considera possibilidades de mudança, mostrando preocupação e uma clara avaliação entre as vantagens e  as desvantagens de mudar, porém, ainda são ambivalentes, passando por momentos de ansiedade e de dúvida que
    enfraquecem sua força motivacional.
    O estágio de determinação ou preparação, no qual já há uma melhor conscientização do problema e o indivíduo constrói um plano cuidadoso de ações orientadas para a mudança. Surge uma necessidade de tornar pública a intenção de mudar, assim a pessoa assume não só um compromisso interno, mas também externo, envolvendo-se ainda mais com o processo de mudança.
    Estágio de ação, no qual a pessoa inicia explicitamente a modificação de seus comportamentos-problema. A ação é um período que exige muita dedicação e energia pessoal, e
    as mudanças realizadas nesse estágio são muito mais visíveis do que as realizadas durante
    outros estágios. Costuma ser, equivocadamente, considerado como o sucesso na mudança, no entanto, ainda é necessário que o indivíduo tenha consciência de que é preciso haver uma manutenção das mudanças realizadas.
    O estágio de manutenção, por fim, que se caracteriza no grande desafio no processo de mudança: a estabilização  do comportamento em foco. Assim, é necessário um esforço constante do indivíduo para consolidar os ganhos conquistados nos outros estágios, principalmente no estágio de ação, além de um esforço contínuo para prevenir possíveis lapsos  e recaídas. A mudança nunca é concretizada com a ação. 
    O estágio descrito no comando da questão, no qual o indivíduo acredita ter o controle sobre o hábito não-saudável, configura uma negação do comportamento-problema, ou seja, estágio pré-contemplação.
    SZUPSZYNSKI, K.P. D. R.; OLIVEIRA, M. S. O Modelo Transteórico  no tratamento da dependência química. Psicologia: Teoria e Prática. São Paulo, 10(1):162-173, 2008.

    GABARITO: A