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ID
3187762
Banca
FCC
Órgão
TJ-MA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psiquiatria
Assuntos

M.N., 54 anos, vem trazida pela irmã ao serviço de emergência psiquiátrica, pois a paciente recebeu uma intimação judicial para manter-se afastada do ator e cantor F.A.B., sob pena de prisão. A paciente conta que acompanha a carreira de F.A.B desde o início, e foi conhecê-lo numa entrevista há cerca de 6 meses. Nesse dia, percebeu que as músicas que ele escrevia eram para ela, e passou a ir aos lugares que ele costumava frequentar. Mandava cartas diariamente, e mostra uma foto autografada “que ele mandou somente para mim”. Após receber essa foto, teve certeza de que ele a cortejava. Ao ser questionada sobre a família do ator, responde: “ele casou com ela antes de me conhecer, e ela não deixa ele se separar, usa os filhos”. Passa dias seguindo F.A.B e, devido a faltas, perdeu o emprego no mês passado – “mas quando casarmos voltarei a trabalhar”. Nas últimas semanas vem escrevendo “sobre o que fazer para se livrar dela”. A irmã está preocupada com o que pode acontecer com a paciente, informando que tem autocuidados preservados, mantém cuidados com a casa, vai ao banco e gerencia sua conta. Sono e apetite preservados. A irmã nota a piora comportamental há cerca de 2 meses, quando a paciente começou a falar mais sobre o assunto, e não aceita quando ela (irmã) tenta falar sobre a impossibilidade desta relação − nestes momentos fica irritada e já chegou a jogar prato na parede. Ao exame psíquico: consciente, atenta e vigil. Orientada no tempo e espaço. Memória preservada. Humor sem polarização, afeto reativo. Psicomotricidade sem alterações. Não foram observados sinais alucinatórios. Pensamento com curso e direção preservados, fala pausada sem alteração quanto à velocidade. 

O tratamento mais adequado seria:

Alternativas
Comentários
  • A erotomania ou Síndrome de Clérambault consiste na certeza delirante de que uma pessoa, usualmente de maior status social, está apaixonada pelo paciente. Tende a seguir curso crônico, mas pode ser breve ou recorrente. O início é abrupto, geralmente dentro de 7 dias.

    O paciente racionaliza o comportamento paradoxal da pessoa objeto de desejo, ou seja, quanto mais a pessoa refuta qualquer reação de aproximação, mais o paciente entende que se trata de uma demonstração de amor, de correspondência. Não há alucinações.

    É muito mais comum em mulheres, usualmente solitárias, pouco atraentes sexualmente, que apresentam funcionamento social e ocupacional medíocres. Menos comum em homens, mas estes tendem mais a comportamentos violentos contra a pessoa objeto ou companheiros desta. O tratamento envolve basicamente a anulação de qualquer tipo de contato com a pessoa objeto.