SóProvas


ID
3192232
Banca
COPESE - UFT
Órgão
Prefeitura de Porto Nacional - TO
Ano
2019
Provas
Disciplina
Odontologia
Assuntos

Leia o texto para responder a questão.

Uma senhora de 75 anos, que utilizava próteses totais superior e inferior há 20 anos, compareceu à unidade básica de saúde acompanhada da neta, queixando-se de “ardência no céu da boca, perto do calo da dentadura” (sic). Na anamnese, relatou que as próteses nunca tinham sido substituídas. O cirurgião dentista, ao examinar a prótese superior, notou que a peça apresentava uma câmara de sucção. Ao examinar a boca da paciente, notou que os tecidos bucais apresentavam as seguintes alterações:

1. o palato apresentava uma extensa mancha vermelha, de aspecto liso e brilhante, ardente, em toda a extensão correspondente à área chapeável da prótese superior.

2. na região palatina correspondente à área da câmara de sucção, havia uma lesão exofítica indolor, de coloração semelhante à mucosa e consistência borrachoide/fibrosa (“calo de dentadura”).

3. na comissura labial, bilateralmente, havia lesões ulceradas e doloridas, com bordas avermelhadas, que não cicatrizavam devido à perda da dimensão vertical causada pelo uso das próteses antigas.

Baseado no texto, pode-se concluir que as principais hipóteses diagnósticas são, RESPECTIVAMENTE:

Alternativas
Comentários
  • O fibroma é a “neoplasia” mais comum da cavidade oral. Entretanto, é questionado se, na maioria das situações, ele representa

    uma neoplasia verdadeira. Talvez, ele possa representar uma hiperplasia reacional do tecido conjuntivo fibroso em resposta a

    irritação ou trauma local.

    Características Clínicas

    Embora o fibroma possa ocorrer em qualquer lugar da boca, a localização mais comum é a mucosa jugal, ao longo da linha de

    oclusão. Presumivelmente, isto é uma consequência do trauma da mordida na bochecha (Figs. 12-1 e 12-2). A mucosa labial, a

    língua e a gengiva também são localizações comuns (Figs. 12-3 e 12-4). Além disso, é provável que muitos fibromas gengivais

    representem uma maturação fibrosa de um granuloma piogênico preexistente. Normalmente, a lesão se apresenta como um

    nódulo de superfície lisa e coloração rosada, similar à coloração da mucosa normal. Em pacientes negros, o aumento de volume

    pode demonstrar uma pigmentação cinza-acastanhada. Em alguns casos, a superfície pode se apresentar branca em decorrência da

    hiperqueratose, resultante da irritação contínua. Muitos fibromas são sésseis, embora alguns sejam pediculados. Seus tamanhos

    podem variar de pequenas lesões, com apenas poucos milímetros de diâmetro, a grandes aumentos de volume com muitos

    centímetros de diâmetro; entretanto, a maioria dos fibromas tem 1,5 cm ou menos de diâmetro. A lesão usualmente não produz

    sintomas, a menos que ocorram ulcerações traumáticas secundárias em sua superfície. Os fibromas são mais comuns da quarta à

    sexta década de vida, e a proporção homem-mulher dos casos submetidos à biopsia é de 1:2.

  • HIPERPLASIA FIBROSA INFLAMATÓRIA (EPÚLIDE FISSURADA; TUMOR POR TRAUMA DE

    DENTADURA; EPÚLIDE POR DENTADURA)

    A hiperplasia fibrosa inflamatória é uma hiperplasia de tecido conjuntivo fibroso, semelhante a uma neoplasia, que se

    desenvolve em associação às bordas de uma prótese total ou parcial mal adaptada. Embora o simples termo epúlide seja, algumas

    vezes, usado como sinônimo de epúlide fissurada, epúlide é, na verdade, um termo genérico que pode ser aplicado a qualquer

    aumento da gengiva ou do rebordo alveolar. Desse modo, alguns autores defendem a não utilização deste termo, preferindo

    denominar a lesão de hiperplasia fibrosa inflamatória ou utilizar outras denominações descritivas. Entretanto, o termo epúlide

    fissurada ainda é usado e bem entendido pela maioria dos clínicos. Outros exemplos de epúlide incluem a epúlide de células

    gigantes (granuloma periférico de células gigantes) (p. 485), a epúlide fibrosa ossificante (fibroma ossificante periférico) (p.

    487) e a epúlide congênita (p. 503).

    Características Clínicas

    Tipicamente, a hiperplasia fibrosa inflamatória se apresenta como uma única prega ou múltiplas pregas de tecido hiperplásico no

    vestíbulo alveolar (Figs. 12-12 e 12-13). Mais frequentemente, duas pregas de tecido estão presentes, e as bordas da prótese

    associada se encaixam perfeitamente dentro da fissura entre as pregas. O tecido redundante usualmente é firme e fibroso, embora

    algumas lesões se apresentem eritematosas e ulceradas, semelhantes ao granuloma piogênico. Ocasionalmente, casos de hiperplasia

    fibrosa inflamatória apresentam áreas de hiperplasia papilomatosa inflamatória em sua superfície (p. 478). O tamanho da lesão

    pode variar de hiperplasias localizadas menores que 1 cm a grandes lesões que envolvem a maior parte da extensão do vestíbulo. A

    hiperplasia fibrosa inflamatória usualmente se desenvolve na face vestibular do rebordo alveolar, embora lesões ocasionais possam

    ser vistas na face lingual do rebordo alveolar inferior (Fig. 12-14).

  • Outra hiperplasia fibrosa similar, mas menos comum, é o pólipo fibroepitelial ou fibroma por dentadura semelhante à

    folha, que ocorre no palato duro abaixo de uma prótese superior. Essa lesão se apresenta como uma massa plana de coloração

    rosa, aderida ao palato por um estreito pedículo (Fig. 12-15). Usualmente, a massa aplainada é intimamente próxima ao palato e

    se assenta em uma discreta depressão. Entretanto, é facilmente levantada com uma sonda exploradora, o que demonstra sua

    natureza pediculada. Os bordos da lesão geralmente são recortados, lembrando uma folha.