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ID
3193348
Banca
CS-UFG
Órgão
UFG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O jovem e os cientistas, por uma narrativa que inclua

o ser humano concreto

Isso se faz conectando disciplinas, como preconiza Edgar

Morin

          [...] É assustador saber que 93% dos jovens brasileiros não conhecem o nome de um cientista brasileiro, de acordo com pesquisa do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, divulgado na semana passada.

         Em resposta a isso, alguns lembram a carência de professores que temos nas áreas científicas do ensino médio, particularmente em física e química.

         Na verdade, embora ocorra, de fato, falta de professores, o problema é mais complexo. Para além da carência de mestres, trata-se da forma como ensinamos história e, em especial, a história da ciência no país.

         É como se houvesse um determinismo histórico absoluto, em que processos econômicos governassem os fatos, sem interferências da subjetividade.

         Assim, alunos perdem a chance de compreender que somos nós, seres humanos, claro que em condições dadas, que individual ou coletivamente construímos comunidades, nações e instituições.

       Foram pessoas singulares que fizeram pesquisas, desvendaram os fenômenos da natureza e criaram soluções para os mais diferentes desafios enfrentados pela humanidade, inclusive no Brasil.

       No passado, padecemos do fenômeno oposto e as aulas se tornavam um recital de nomes e fatos a serem memorizados. Mas ao romper com uma abordagem equivocada, caímos muitas vezes no outro extremo. E, com isso, ao enfatizar processos frente a pessoas, o ensino de história patina.

        É urgente integrar os enfoques e ensinar aos jovens, desde o ensino fundamental, sobre a incrível aventura de seres humanos concretos no planeta, inclusive formulando hipóteses e produzindo conhecimento. Isso se faz, inclusive, conectando disciplinas, como preconiza Edgar Morin, em seu clássico "Religando os Saberes", em que analisa a escola secundária francesa.

       Felizmente, a Base Nacional Comum Curricular avança nesta direção e possibilita que se aprenda em todo o país sobre as contribuições de nomes como Oswaldo Cruz, Adolpho Lutz, Carlos Chagas, Mario Schenberg e o recentemente premiado físico e cosmólogo Marcelo Gleiser, entre outros. A possibilidade de um ensino que construa convergências entre matérias possibilitaria também assegurar que crianças e jovens aprendam mais sobre brasileiros que se destacaram em geografia, como Milton Santos, ou artistas nossos de renome, como Tarsila do Amaral

         E, assim, os alunos terão condições de entender as relações de produtores de conhecimento com seu tempo e imaginar cenários futuros em que eles possam ser cientistas, artistas ou nomes que contribuam para a construção de um país melhor e mais bonito.

COSTIN, Cláudia. Colunas e Blogs. Folha de S. Paulo. 5 jul. 2019. Disponível em:

<https://www1.folha.uol.com.br/colunas/claudia-costin/2019/07/o-jovem-e-os-cientistas-por-uma-narrativa-que-inclua-o-ser-humano-concreto.shtml> . Acesso em: 5 jul.

2019. (Adaptado).


Como o texto é um artigo de opinião, o aspecto gramatical que nele concorre, de modo efetivo e evidente, para a construção da opinião do produtor do texto, é:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    ? Observando bem o que a pergunta nos pede: o aspecto gramatical que nele concorre, de modo efetivo e evidente, para a construção da opinião do produtor do texto:

    ? Ou seja, queremos algo que evidencie a opinião do autor do texto; presente nestas partes (é assustador [...] é urgente [...]); isso denuncia um ponto de vista do autor.

    ? Planejamento Completo nos estudos grátis: http://3f1c129.contato.site/plangestaoestudost2

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • A opção D “somos” e “construímos” , faz a inclusão do leitor no processo.

  • O uso da segunda pessoa gera cumplicidade entre locutor e interlocutor: "somos" e "construímos", de fato o enunciador se incluiu, e nos inclui no processo, porém, as expressões: "é assustador", "é urgente", evidenciam uma opinião, é urgente e assustador pra quem? na opinião de quem? Do locutor. Isso é característica do artigo de opinião.

    Citar autoridades confere credibilidade ao texto, e não necessariamente o autor se compromete com o que é dito.

    Os sequenciadores aditivos, como “para além de” e “e” são recursos argumentativos.

    C

  • Um artigo de opinião é um texto opinativo. Nesse tipo de artigo, o autor apresenta seu ponto de vista e sua opinião sobre um assunto, ou seja, o texto reflete as impressões pessoais de quem o escreve.

    O artigo de opinião se caracteriza por ser um texto argumentativo, ou seja, ao escrever, o autor demonstra quais são as razões que o levam a ter aquela opinião. Isso é feito com o objetivo de convencer o leitor do seu ponto de vista.

    Os artigos de opinião são encontrados principalmente nos meios de comunicação, como jornais, revistas e nas redes sociais e são publicados normalmente por jornalistas ou colunistas.

    As principais características de um artigo de opinião são:

    • Em geral os temas abordados são assuntos bem atuais ou polêmicos;
    • É comum que sejam escritos na primeira ou na terceira pessoa;
    • Uso de títulos atraentes para chamar a atenção do leitor;
    • A argumentação apresentada é direcionada a convencer o leitor;
    • Uso de linguagem objetiva e de fácil compreensão;
    • O artigo é assinado pelo escritor.

    O artigo de opinião faz parte do grupo de . Nele, o ponto de vista do autor sobre determinado assunto é evidenciado.

    Para comprovar a tese defendida, devem ser usados dados, fatos e outros elementos.

    É fundamental ainda que o artigo respeite às  e utilize uma linguagem de fácil compreensão.

    É permitido usar verbos na primeira pessoa do singular, mesmo que muitos autores optem pela terceira pessoa.

    O artigo de opinião é, geralmente, curto, para se encaixar aos espaços pré-determinados dos canais de imprensa, e assinado.

  • As provas da ufg tem muitos textos longos e chatos... aff

  • gabarito deveria ser alterado para letra "D"!