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parabéns pra pessoa que acertou essa sem chutar
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GABARITO: B
Hobbes considera a mecânica (estudo do movimento na ciência natural ou física) como modelo para sua psicologia e também para sua sociologia. Ele parte do conceito de indivíduos isolados, como átomos (que são corpos inorgânicos imutáveis e eternos) e faz a analogia com os homens no estado real de natureza. É essa analogia que pode explicar as alterações sociais.
Assim, cada indivíduo reage a movimentos exteriores numa necessidade incondicional. Vistas do interior, as reações humanas apresentam-se como vivências, sentimentos e impulsos. Para Hobbes, todos os afetos que sentimos são efeitos de fenômenos mecânicos no nosso corpo e também no mundo exterior.
Seguindo uma tradição empirista que remonta a Aristóteles, Hobbes entende que a mente humana é totalmente desprovida de qualquer representação anterior à experiência
Ainda segundo o autor, os sonhos são causados por perturbações de alguma parte do corpo (interna) que provocam sonhos diversos para perturbações diversas. Os sonhos são o reverso das imaginações despertas. Com isso, Hobbes critica as religiões e os costumes que estimulam imaginações fortes, tornando as pessoas supersticiosas e despreparadas para a obediência civil.
Devemos entender, portanto, que, para Hobbes, fora da nossa mente há apenas matéria em movimento, como se fossem feixes de luzes desorganizados. Quando captamos esses feixes, a mente organiza esses dados, isto é, cria um mundo artificialmente através da linguagem (que também é artificial). A imaginação se dá pelas palavras, sinais e entendimento. Da mesma forma que se cria um mundo ilusório pra si, os indivíduos coletivamente podem criar um mundo comum para si. É a common wealth, termo inglês usado pelos filósofos para designar uma comunidade, sociedade civil organizada ou Estado.
CABRAL, João Francisco Pereira. "O materialismo na teoria do conhecimento de Thomas Hobbes"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/o-materialismo-na-teoria-conhecimento-thomas-hobbes.htm. Acesso em 20 de junho de 2021.
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A questão em comento demanda
leitura atenta do texto de introito da questão.
Lendo tal texto, apuramos o
seguinte:
I-
Apego a dedução com base no racionalismo, ou
seja, sem processos de indução;
II-
Olhar do homem como objeto da ciência, isto é,
apego ao cientificismo;
III-
Observar o homem tal como ele é, sem apegos
metafísicos, sem alusão recorrente ao transcendente;
IV-
Olhar empírico do homem;
V-
Os homens tendem para a ordem e a segurança, ou
seja, saem do Estado de Natureza, com a liberdade sem freios, o mundo do “homem
lobo do homem" para o Estado Civil, fruto do Contrato Social, onde o soberano
garante a paz e o direito à vida, a segurança, isto tudo em função da renúncia
pelo homem da liberdade plena;
VI-
Olhar utilitarista para a Ciência Política, que
sai da lógica do justo enquanto arte para o campo do útil, ou seja, apego ao
pragmático, ao utilitarismo;
VII-
O Direito não está subordinado a um justo
metafísico, transcendental, mas sim ao posto pelo Soberano, pautado no útil, no
empírico, na ordem, na segurança.
Diante de tais proposições,
podemos comentar as alternativas da questão.
LETRA A- INCORRETO. Não há alusão
na questão ao metafísico de Kant. Não falamos aqui no transcendental, mas sim
no empírico.
LETRA B- CORRETO. De fato, o
texto tem a perspectiva materialista, empírica de Hobbes, seu desejo de ordem,
segurança, ciência, um olhar para o homem como é;
LETRA C- INCORRETO. O texto não
fala da perspectiva de Justiça distributiva de Aristóteles. O justo é sublimado
em prol do útil no texto em questão.
LETRA D- INCORRETO. O justo é
sublimado em prol do útil no texto em questão.
LETRA E- INCORRETO. O texto até
menciona o termo “dever ser", o que pode causar confusões. Não passa disto. A
passagem para a segurança, o apego ao útil, o racionalismo, tudo isto são
perspectivas teóricas incorporadas por Kelsen, mas anteriores a ele, típicas de
Hobbes (Kelsen, em alguma medida, foi influenciado por Hobbes, bebeu das lições
de um iluminista).
GABARITO DO PROFESSOR: LETRA B
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03 expoentes da teria do JUSNATURALISMO CONTRATUAL (ao lado, suas palavras-chaves)
HOBBES: garantir a SEGURANÇA
LOCKE: garantir a PROPRIEDADE
ROUSSEAU: garantir a LIBERDADE
Todos eles entendem que o contrato é necessário e que o Estado é fruto de um pacto (contrato) que a sociedade faz. Mas eles justificam essa necessidade por motivos diferentes:
1) HOBBES: na noção de igualdade material + perspectiva agressiva e egoísta do estado de natureza do homem = para conter essa agressividade = necessidade de um ESTADO ABSOLUTISTA.
2) LOCKE: a noção de igualdade + estado natural do homem POLÍTICO + ESTADO LIBERAL.
3) ROUSSEAU: noção de igualdade + perspectiva romântica do estado de natureza do homem + ESTADO SOCIAL (porque, ao contrário do LOCKE, Rousseau entende que o mal da sociedade veio com a ideia de propriedade - como uma fraude e que, não é o homem que precisa servir ao ESTADO LIBERAL, mas sim o ESTADO SOCIAL que deve servir ao homem) = BEM COMUM.
aula prof of. Odair José Torres de Araújo do GRANCURSOS
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GABARITO: B
O materialismo é uma concepção filosófica que admite a origem e a existência humana a partir de uma condição concreta: a matéria. É uma corrente que acredita nas circunstâncias concretas e materiais como principal meio de explicação da realidade e seus fenômenos sociais, históricos e mentais.