O clima de hoje, os dramas de amanhã
O Rio Araguaia, um dos maiores do País, já perdeu mais
de 100 de suas ilhas, com o assoreamento documentado por
cientistas. O canal principal de navegação reduziu-se, sendo
que a drenagem de água para fins de agricultura contribui
para o agravamento da crise hídrica.
Goiânia e Aparecida de Goiânia sofrem sem água em
partes das cidades, porque fazendas desviaram o curso de
um rio. A Ilha do Bananal só existe agora como ilha durante
parte do ano porque o Rio Javaés, borda ocidental dessa ilha,
só tem água durante dois meses no ano. Em vários municípios, a crise na captação é forte. Só na Serra das Areias,
15 nascentes e 9 cachoeiras secaram.
Estudo recente do Painel do Clima (IPCC), publicado na
revista Nature, atualizou a correlação entre volumes de emissão de gases do efeito estufa (GEE) e aumentos da temperatura média na Terra até o fim do século – a continuarem
como hoje as políticas, o aumento será entre 3,2 e 4,4 graus.
Mesmo que os países cumpram os compromissos voluntários assumidos no passado, o aumento ficaria entre 2,9 e
3,8 graus.
Este ano, o El Niño contribuiu para o aumento da concentração de gases do efeito estufa para um nível recorde, ultrapassando, pela primeira vez, 400 partes por milhão. Mudanças climáticas estão provocando deslocamento de nuvens
para os polos, exposição de zonas, tropical e subtropical, do
planeta à radiação solar e desertificação.
(Washington Novaes. http://opiniao.estadao.com.br/23/09/2016. Adaptado)
O terceiro e o quarto parágrafos da notícia se referem às
mudanças climáticas no planeta. Em relação ao aquecimento
global, ao efeito estufa e ao fenômeno El Niño, é correto afirmar que