SóProvas


ID
3237478
Banca
IBADE
Órgão
Prefeitura de Presidente Kennedy - ES
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 07

Zygmunt Bauman, o pensador da

modernidade liquida


Na época atual, o ritmo incessante das

transformações gera angústias e incertezas e dá

lugar a uma nova lógica, pautada pelo

individualismo e pelo consumo


     “Fluidez é a qualidade de líquidos e gases. (...) Os líquidos, diferentemente dos sólidos, não mantêm sua forma com facilidade. (...) Os fluidos se movem facilmente. Eles “fluem", “escorrem", “ esvaem-se”, “respingam”, “transbordam", “vazam”, “inundam" (...) Essas são razões para considerar “fluidez" ou “liquidez” como metáforas adequadas quando queremos captar a natureza da presente fase (...) na história da humanidade.

     ’’ O trecho acima faz parte do prefácio de Modernidade Líquida, uma das principais obras do polonês Zygmunt Bauman (1925-), professor emérito das universidades de Leeds (Inglaterra) e Varsóvia (Polônia) e um dos mais importantes sociólogos da atualidade. Com um olhar simples e crítico, Bauman lança um olhar crítico para as transformações sociais e econômicas trazidas pelo capitalismo globalizado.

       Conceito central do pensamento do autor, a "modernidade líquida” seria o momento histórico que vivemos atualmente, em que as instituições, as ideias e as relações estabelecidas entre as pessoas se transformam de maneira muito rápida e imprevisível: “Tudo é temporário, a modernidade (...)- tal como os líquidos - caracteriza-se pela incapacidade de manter a forma".

         Para melhor compreender a modernidade líquida, é preciso voltar ao período que a antecedeu, chamado por Bauman de modernidade sólida, que está associada aos conceitos de comunidade e laços de identificação entre as pessoas, que trazem a ideia de perenidade e a sensação de segurança. Na era sólida, os valores se transformavam em ritmo lento e previsível. Assim, tínhamos algumas certezas e a sensação de controle sobre o mundo - sobre a natureza, a tecnologia, a economia, por exemplo.

      Alguns acontecimentos da segunda metade do século XX, como a instabilidade econômica mundial, o surgimento de novas tecnologias e a globalização, contribuíram para a perda da ideia de controle sobre os processos do mundo, trazendo incertezas quanto a nossa capacidade de nos adequar aos novos padrões sociais, que se liquefazem e mudam constantemente. Nessa passagem do mundo sólido ao líquido, Bauman chama atenção para a liquefação das formas sociais: o trabalho, a família, o engajamento político, o amor, a amizade e, por fim, a própria identidade. Essa situação produz angústia, ansiedade constante e o medo líquido: temor do desemprego, da violência, do terrorismo, de ficar para trás, de não se encaixar nesse novo mundo, que muda num ritmo hiperveloz. Assim, duas das características da modernidade líquida são a substituição da ideia de coletividade e de solidariedade pelo individualismo; e a transformação do cidadão em consumidor. Nesse contexto, as relações afetivas se dão por meio de laços momentâneos e volúveis e se tornam superficiais e pouco seguras (amor líquido). No lugar da vida em comunidade e do contato próximo e pessoal privilegiam-se as chamadas conexões, relações interpessoais que podem ser desfeitas com a mesma facilidade com que são estabelecidas, assim como mercadorias que podem ser adquiridas e descartadas . Exemplos disso seriam os relacionamentos virtuais em redes.

A modernidade líquida, no entanto, não se confunde com a pós-modernidade, conceito do qual Bauman é crítico. De acordo com ele, não há pós-modernidade (no sentido de ruptura ou separação), mas sim uma continuação da modernidade (o núcleo capitalista se mantém) com uma lógica diferente - a fixidez da época anterior é substituída pela volatilidade, sob o domínio do imediato, do individualismo e do consumo.

Fonte: Revista Guia do Estudante, Atualidades, ed.23, Editora Abril. 1 “semestre 2016

A realidade humana é QUE talvez seja meio engraçada. A partir de 1960, o movimento da contracultura ensinou às grandes multinacionais e agências de publicidade QUE dava lucro desenvolver e disseminar entre as pessoas a noção de individualismo como um estilo de vida.

Sobre a partícula QUE, em destaque nos dois trechos, pode-se afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    ? A realidade humana é QUE talvez seja meio engraçada. A partir de 1960, o movimento da contracultura ensinou às grandes multinacionais e agências de publicidade QUE dava lucro desenvolver e disseminar entre as pessoas a noção de individualismo como um estilo de vida.

    ? Nenhum dos dois "quês" são pronomes relativos e sim conjunções integrantes; é ISSO (=conjunção integrante dando início a uma oração subordinada substantiva predicativa e ensinou ISSO (=conjunção integrante dando início a uma oração subordinada objetiva direta).

    Baixe a Planilha de Gestão Completa nos Estudos Grátis: http://3f1c129.contato.site/plangestaoestudost3

    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • CUIDADO

    A questão possui vicio grave, o colega Arthur Carvalho está apenas conferindo os gabaritos e comentando ao encontro destes.

    "A realidade humana é QUE talvez seja meio engraçada. A partir de 1960, o movimento da contracultura ensinou às grandes multinacionais e agências de publicidade QUE dava lucro desenvolver e disseminar entre as pessoas a noção de individualismo como um estilo de vida."

    É simplesmente absurdo afirmar que o primeiro "que" é uma conjunção integrante: estamos diante de uma PARTÍCULA EXPLETIVA, sem função sintática e totalmente suprimível, presente apenas para realçar a informação presente.

    "A realidade humana talvez seja meio engraçada."

    O segundo "que" de fato é conjunção integrante, introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta, completando o sentido do verbo "ensinar".

    Gabarito da banca na alternativa A

    Gabarito correto na alternativa E

  • A banca IBADE parece ignorar a existência de partícula expletiva. Não é a única questão em que isso acontece.

  • Em "A realidade humana é QUE talvez seja meio engraçada", penso eu que a expressão É QUE é partícula expletiva, não apenas o QUE.

  • Peçam gabarito comentado, pessoal...

  • essa banca me estressa