As estacas de madeira, empregadas desde os primórdios da história da construção civil, nada mais são do que troncos de árvores, os mais retos possíveis, cravados no maciço de solo. No Brasil, a madeira mais empregada é o eucalipto, principalmente como fundação de obras provisórias. Para obras definitivas tem-se usado as denominadas “madeiras de lei”, como por exemplo a peroba, a aroeira, a moçaranduba, o ipê e outras.
A madeira tem duração praticamente ilimitada quando mantida permanentemente submersa. Entretanto, quando submetida à variação de nível d’água apodrece por ação de fungos aeróbios que se desenvolvem no ambiente água-ar. Por isso, a durabilidade das estacas de madeira está condicionada a privá-la de um desses fatores; como no solo é praticamente impossível obter um meio completamente seco, o fator a eliminar é o ar. Na literatura universal cita-se que em 1902, por ocasião da reconstrução do campanário da Igreja de São Marcos, em Veneza, foi verificado que as estacas de madeira cravadas havia cerca de mil anos ainda se encontravam em ótimo estado e capazes de voltar a suportar o peso do campanário. Entre as atuais obras brasileiras com fundações em estacas de madeira pode-se citar o Teatro Municipal do Rio de Janeiro, construído em 1905.
Assim como as estacas metálicas e as pré-moldadas de concreto, as estacas de madeira enquadram-se na categoria das estacas de deslocamento, caracterizadas por sua introdução no terreno através de processo que não promova a retirada de solo. A cravação das estacas pode ser feita por percussão, prensagem ou vibração, e a escolha do equipamento deve ser feita de acordo com o tipo, dimensão da estaca, características do solo, condições de vizinhança, características do projeto e peculiaridades do local. A cravação por percussão é o processo mais utilizado, utilizando-se para tanto pilões de queda-livre ou automáticos.
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