- ID
- 3286189
- Banca
- Quadrix
- Órgão
- SEDF
- Ano
- 2018
- Provas
- Disciplina
- Sociologia
- Assuntos
Foucault: do poder disciplinar à sociedade de controle
O controle do corpo e o poder exercido sobre ele pelas sociedades disciplinares foi tema das teses de Foucault no século XX. Para o filósofo, os mecanismos do poder nunca foram estudados na história; estudaram‐se as pessoas que detiveram o poder. O poder, em suas estratégias, ao mesmo tempo gerais e sutis, em seus mecanismos, nunca foi estudado. Assim, o corpo submisso, transformado, docilizado e controlado em face de práticas de poder foi objeto de estudo do filósofo, que mostrou, primeiramente em Vigiar e Punir, que a sociedade moderna, por meio de práticas disciplinares, construiu um sistema de poder com base no controle e na submissão dos corpos. Nos termos do filósofo, é pelo estudo dos mecanismos que penetraram nos corpos, nos gestos, nos comportamentos, que é preciso construir a arqueologia das ciências humanas. Para Foucault, nos séculos XVII e XVIII, inaugurou‐se, na sociedade, o momento das disciplinas, que, de forma institucional, se servia da vigilância nas prisões, nas escolas, nos hospitais, nos quartéis e em outras organizações, fabricando corpos submissos, por meio de uma sujeição implantada nos indivíduos que se sabiam observados. Era um tipo de poder microfísico que, nos termos de Foucault, se exerce continuamente por meio da vigilância. O controle, conceito que impera na contemporaneidade, do indivíduo no espaço e no tempo também foi objeto dos estudos foucaultianos. Foucault mostrou que a distribuição dos indivíduos no espaço era orientada pela ideia de se ter cada sujeito em um lugar específico. Tal procedimento teria a finalidade de evitar a formação de grupos, facilitaria o controle das frequências e ausências, assim como determinaria a localização exata de cada um na instituição. O princípio da ordem, desse modo, estabeleceu cada sujeito em um lugar, hierarquicamente controlado.
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Na sociedade tecnológica contemporânea, os corpos e as mentes, ou seja, os sujeitos, são seduzidos pelos aparatos tecnológicos que são apresentados diariamente como facilitadores do exercício de sua função, cargo ou trabalho. Esses aparelhos carregam em si dispositivos de dominação e acabam levando o controle para dentro das casas das pessoas.