Leia o texto para responder a questão.
Ligeiro e nasalado, sotaque paulista teve influência de
índios e migrantes
Ligeiro e nasalado, o português paulista tem pressa. Atropela os plurais das frases e suprime o “lh” das palavras.
Em São Paulo se toma dois café com dois pão na chapa
por quinze real. E filha, milho, velho e mulher são reduzidos
a fia, mio, véio e muié.
Ainda que incomodem os ouvidos mais sensíveis, esses
usos da língua têm origem na mistura do português dos colonizadores com algumas das 350 línguas indígenas que existiam no território brasileiro à época do descobrimento – hoje
são cerca de 180.
O cruzamento do idioma de Portugal com o tupi deu origem à chamada língua geral, utilizada no cotidiano da nova
colônia até a segunda metade do século 18.
Uma de suas marcas, que hoje caracteriza o português
paulista, era o “r” retroflexo, também conhecido como ‘r”
caipira. Ele substituiu o “r” chiado dos portugueses, que os
índios não conseguiam pronunciar. Na sintaxe indígena,
o plural não redunda ao longo da sentença, o que poderia
explicar o hábito paulista.
(https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano. 23.04.2018. Adaptado)
Usos como “fia”, “mio”, “véio” e “muié” constituem o que
Bortoni-Ricardo (2004) chama de