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ID
3301327
Banca
AOCP
Órgão
Prefeitura de Feira de Santana - BA
Ano
2018
Provas
Disciplina
Educação Física
Assuntos

Nas sociedades industriais, o homem vive um constante paradoxo: deve primeiro economizar tempo – e para esse fim desenvolve inúmeras técnicas – para então gastá-lo depois. É desta equação que emerge o tempo destinado ao lazer. Nesse sentido, lazer pode ser compreendido como

Alternativas
Comentários
  • Segundo Padilha (2003), temos dois tipos de abordagens sobre o fenômeno do lazer. As abordagens funcionalistas e as abordagens Marxistas, sendo que, sob a ótica funcionalista, o lazer é visto como algo necessariamente bom em oposição ao trabalho visto como algo necessariamente ruim. Já na visão Marxista, o trabalho e o lazer são atividades complementares e não opostas, assim, problemas em uma esfera provocam problemas também na outra esfera. Sobre as abordagens funcionalista de lazer, (Marcellino 1987 apud Mascarenhas 2003, p.23) sugere a seguinte classificação: românticas e moralistas, que, muito próximas, situam o lazer dentro de uma perspectiva nostálgica apontando para a necessidade de manutenção de certas tradições e defendendo hábitos, crenças e valores em que a exaltação da instituição família tem forte presença; compensatória, que, vendo o trabalho como tempo e espaço de alienação, acreditam no lazer como uma possibilidade de fuga individual às insatisfações; e utilitaristas que potencializam as atividades de lazer como instrumento de recuperação e manutenção da força de trabalho.

    Para Marcelino, entre os estudiosos do lazer podemos distinguir duas linhas: a) a que se fundamenta na variável da atitude e considera lazer como um estilo de vida; e b) a que se opõe esse tempo como tempo liberado de trabalho de “tempo livre” não só do trabalho, mas de outras obrigações sociais. Do ponto de vista da atitude, até o trabalho pode ser considerado lazer, desde que fosse gratificante e fosse uma forma de realização pessoal, mas isso atinge uma minoria. Já na questão do tempo livre, Marcellino coloca o conceito como simplista, pois nas relações sociais tempo algum é livre de coações de normas de conduta.

    O conceito de lazer para Dumazedier é: o lazer é um conjunto de ocupações as quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se, entreter-se, ou ainda desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação voluntária ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais. (1976, p.34)

    Outra definição bastante próxima é a do sociólogo Renato Requixa, que entende o lazer como “uma ocupação não obrigatória de livre escolha do indivíduo que a vive, e cujos valores propiciam condições de recuperação psicossomática e desenvolvimento pessoal e social”. (REQUIXA, 1977)