Questão 3304327

• Banca: Asconprev
• Órgão: SAAE de Juazeiro - BA
• Ano: 2019
• Provas: Asconprev - 2019 - SAAE de Juazeiro - BA - Engenheiro Civil
• Disciplina: Português
• Assuntos: Morfologia

A comunicação animal 

              “Como hoje frequentemente se afirma que a linguagem é exclusiva do homem, é atividade puramente humana e o elemento que o distingue dos seres inferiores pois o homem pode ser definido como um animal que fala, não seria demais fazermos algumas rápidas considerações sobre a comunicação animal por meio de gritos, justamente para contrapô-la à linguagem humana.

            Em primeiro lugar, não será necessário levar em conta que certos animais (alguns tipos de macacos e aves) são capazes de reproduzir palavras ouvidas ou outros sons como também são capazes de entender certas ordens. Convenhamos que, nesta “aprendizagem”, não há nenhuma operação mental que permita aos “aprendizes” reter o conceito dos conjuntos sonoros emitidos. Não nos consta que dois papagaios conversem entre si em linguagem humana aprendida. (...)

            Embora certos gritos, pios e cantos correspondam a estados gerais de alegria, espanto, dor ou apetite e possam ser quase traduzidos em linguagem humana (como no português, por exemplo, onde há verbos especiais para traduzir os diversos gritos do cão – ladrar, uivar, ganir), os animais não emitem frases nem fazem variar seus gritos como nós o fazemos com nossas palavras, que podem ser substituídas no enunciado comunicativo. (...)

           Por isso, o grito animal é instintivo e não aprendido, não está sujeito a transformações como a linguagem humana. Que é instintivo, facilmente se observa. Isolando-se um gatinho do convívio de seus semelhantes, fatalmente ele acabaria miando. E o homem não nasce falando. Que não se transforma também é fácil verificar. O ladrar do cão teria sido, em eras remotas, diferente do que é hoje?”

 (BORBA, Francisco da Silva. Op. Cit., p. 40-1.)

Tendo em vista as funções morfológicas da palavra se, assinale a única opção incorreta:

• A. Nunca se, queixava da vida. (parte integrante do verbo).
• B. Vendem-se animais em extinção? (pronome apassivador ou partícula apassivadora).
• C. Precisa-se de pessoas que amem os animais. (índice de indeterminação do sujeito).
• D. Se o papagaio estiver preso, solte-o. (conjunção subordinativa integrante).
• E. O professor retirou o se da frase. (substantivo).

Gabarito: D

Comentários

• GABARITO: LETRA D

  ? Queremos uma alternativa incorreta:

  ? Se o papagaio estiver preso, solte-o. (conjunção subordinativa integrante) ? temos uma conjunção subordinativa condicional, ela equivale a "caso", não é uma conjunção subordinativa integrante).

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  ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

• Seria ótimo se alguém pudesse explicar as demais alternativas... Grato!

• Carlos Eduardo, grafei em vermelho os termos que devem ser analisados.

  A - "Nunca se queixava da vida. (parte integrante do verbo)."

  Primeiramente perceba que existe um erro na transcrição da questão, a virgula após a partícula "se" inexiste. O verbo "queixar-se" é pronominal, necessita da presença de pronome para ter sentido. Não dizemos "fulano queixou de dor", é necessário o uso do pronome (queixou-se), de modo a dar sentido e correção à construção.

  B - "Vendem-se animais em extinção? (pronome apassivador ou partícula apassivadora)."

  Temos uma voz passiva sintética composta por verbo transitivo direto + pronome apassivador (animais em extinção são vendidos), o pronome indica passividade e substitui o verbo "ser".

  C - "Precisa-se de pessoas que amem os animais. (índice de indeterminação do sujeito)."

  Temos um índice de indeterminação do sujeito composto por verbo transitivo indireto + índice de indeterminação do sujeito. A partícula "se" quando ligada a verbo transitivo indireto ou intransitivo indetermina o autor da ação, de modo que não podemos determina-lo.

  D - "Se o papagaio estiver preso, solte-o. (conjunção subordinativa integrante)." - GABARITO

  Aqui temos a alternativa incorreta. Conjunção subordinativa integrante é a conjunção que introduz orações subordinadas substantivas, como por exemplo: "Não sei se ele já chegou em casa" - perceba que a oração introduzida pelo "se" tem função de substantivo, atuando como objeto direto do verbo "saber".

  O "se" da alternativa introduz uma condição, só soltaremos o papagaio se ele estiver preso, de modo que ele é uma conjunção subordinativa condicional, introduzindo uma oração subordinada adverbial condicional.

  E - "O professor retirou o se da frase. (substantivo)."

  Aqui temos um substantivo, perceba que a construção faz referência ao "se" como algo com existência, estando precedido de artigo definido. É o equivalente a dizer: O professor retirou o aluno da sala.