Em sua obra “Problemas da poética de Dostoiévski”,
Bakhtin apresenta a polifonia como a pluralidade de
vozes em equilíbrio presente, especificamente, na
obra de Dostoiévski e de alguns outros autores. É uma
metáfora cunhada da teoria musical, pois na música
temos a fuga, um gênero de natureza essencialmente
polifônica, na linguagem verbal, sob a visão
bakhtiniana (BAKHTIN, 1997b), temos o romance como
esse gênero. Dostoiévski foi o mestre da polifonia
verbal, isto é, distribuía os diversos pontos de vista
sobre o tema do romance de forma equipolente entre
os personagens, não colocando o herói ou o narrador
como monopolizador ou detentor do ângulo privilegiado
a partir do qual é avaliado o ponto de vista dos demais
personagens. Sendo assim, é correto afirmar que, num
romance polifônico:
I. O herói não é um objeto do autor, mas um sujeito, uma
autoconsciência.
II. O herói pode ter uma ideia totalmente contrária à do
autor.
III. Os personagens do romance se constroem não a partir
da visão acabada que deles têm o autor, mas do campo
de visão de seus outros personagens.
IV. Cada personagem do romance polifônico tem a sua
verdade.
Estão corretas as afirmativas: