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ID
3347569
Banca
IDECAN
Órgão
CRO - AL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                         A Colômbia que emociona na tragédia não é de Escobar. É de García Márquez.
            Quando o patriarca José Arcadio Buendía morre, uma chuva de pétalas amarelas cai sobre Macondo.
            Foi com as flores e a delicadeza do realismo fantástico de Gabriel García Márquez que a Colômbia disse adeus à Chapecoense. Em uma espécie de catarse coletiva que emocionou o mundo, 45 mil pessoas reunidas para chorar uma tragédia que não era sua formaram muito mais que um estádio lotado. A homenagem às vítimas da última quarta, na casa do Atlético Nacional, exibiu um país solidário, que soube dar seu melhor durante os piores dos dias.
           Macondo, a cidade criada por García Márquez no clássico “Cem anos de solidão”, não é Medellín, embora ambas estejam cercadas por montanhas. Só que a descrição de uma Colômbia fictícia, que mistura sofrimento e alegria, e onde coisas mágicas podem acontecer, combina muito mais com a realidade do que a dureza de “plata o plomo” que a história de Pablo Escobar pode oferecer.
           A Colômbia da cultura pop e do imaginário coletivo nem sempre é a alegria incontida de Shakira. Por vezes, ela é a lembrança da violência na voz de uma personagem de Sofia Vergara. Ou a dureza da morte de Andrés Escobar por um gol contra em uma Copa do Mundo. Narcos, nos últimos anos, recolocou o país, e Medellín em especial, em uma espiral de negatividade, relembrando a histórica relação da região com o narcotráfico.
          
Não foi esse país triste e sofrido que abraçou as dores pelos 71 mortos de uma das maiores tragédias da história do esporte mundial. Medellín, desde a última terça, é só cuidado e carinho. Camisas nas ruas, fitas verdes nas lapelas e recados carinhosos na parede de hotéis e lojas, todos relembrando a tragédia, dão o tom de solidariedade que tocou até quem nunca pisou na cidade antes.
          
A cerimônia da última quarta mostrou uma multidão de branco, cantando e chorando um time distante, até então quase desconhecido. Um Atlético Nacional, que em 1989 foi acusado de ganhar sua primeira Libertadores comprando juízes com dinheiro do narcotráfico, abriu mão de um título pelo rival que se foi. Uma população mobilizando mais de 200 pessoas em um espaço de horas, de forma voluntária, para dar conforto e cuidado aos familiares que quisessem dar seu último adeus aos entes queridos.
         
Quando os discursos no estádio Atanásio Girardot se encerraram, um helicóptero de resgate sobrevoou a multidão. Com as luzes apagadas, o veículo que foi usado nas buscas pelos corpos atirou pétalas roxas, vermelhas e brancas ao ar. Como no realismo fantástico de García Márquez, a tragédia por vezes é um rito de passagem marcado pela mágica. Mas quem duvidaria da verossimilhança de umachuva de flores na semana em que um avião de sonhos caiu do céu?
          
O sofrimento não desaparece. A Colômbia de Escobar se faz lembrar, com favelas, pobreza e violência. Só que não é assim que ela é apresentada a quem, por função ou opção, decide conhecê-la. “Aqui é um lugar perigoso. O perigo é você querer ficar”, “apresenta” o taxista.
           
“As estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segunda oportunidade sobre a terra”. O que a Colômbia e García Márquez ensinam, no entanto, é que beleza e bondade podem se sobrepor à dor nos momentos mais difíceis.

(PEREIRA, F. e FRANCE SCHINI, G. Disponível em: http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2016/12/02/a-colombia-que-emociona-na-tragedia-nao-e-de-escobar-e-de-garcia-marquez.htm.)

Um Atlético Nacional, que em 1989 foi acusado de ganhar sua primeira Libertadores comprando juízes com dinheiro do narcotráfico, abriu mão de um título pelo rival que se foi.”(6º§) Acerca do trecho sublinhado, é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    ? ?Um Atlético Nacional, que em 1989 foi acusado de ganhar sua primeira Libertadores comprando juízes com dinheiro do narcotráfico, abriu mão de um título pelo rival que se foi.?(6º§)

    ? Temos o pronome relativo "que" retomando o termo "Atlético Nacional", o pronome pode ser substituído por "o qual" e dá início a uma oração subordinada adjetiva explicativa.

    ? EXPLICATIVA (=ENTRE PONTUAÇÃO);

    ? RESTRITIVA (=SEM PONTUAÇÃO).

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Percebemos que a oração está entre vírgulas o que já indica ser subordinada adjetiva explicativa. O pronome "que", que introduz a oração, é um pronome relativo com função adjetiva de referir-se ao time "Atlético Nacional" dando valor de explicação para o excerto.

    Gabarito letra C!

  • Uma forma simples: O ''que'' é pronome relativo porque pode ser trocado por ''o qual'' e se refere ao que foi dito antes (Um Atlético Nacional).

  • oração subordinada adjetiva explicativa
  • A questão é de sintaxe e quer que analisemos a oração destacada em “Um Atlético Nacional, que em 1989 foi acusado de ganhar sua primeira Libertadores comprando juízes com dinheiro do narcotráfico, abriu mão de um título pelo rival que se foi”. Vejamos:

     .

    A) Trata-se de um adjunto adverbial deslocado.

    Errado. Não há que se falar em adjunto adverbial nesse caso.

    Adjunto adverbial: é sempre um advérbio ou uma locução adverbial. Caracteriza melhor a ação expressa pelo verbo, acrescentando ou especificando uma circunstância qualquer (modo, lugar, tempo...).

    Ex.: Nós estudamos muito bem ontem no curso. (“muito” é adjunto adverbial de intensidade. “bem” é adjunto adverbial de modo. “ontem” adjunto adverbial de tempo. “no curso” adjunto adverbial de lugar.)

     .

    B) Particulariza o sentido de “Atlético Nacional”.

    Errado. Iria particularizar se a oração em destaque fosse adjetiva restritiva, mas não é o caso.

    Oração subordinada adjetiva restritiva: Não é isolada por vírgulas. Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo indispensáveis ao sentido da frase.

    Ex.: Os celulares que são modernos custam caro. (somente os celulares que são modernos custam caro)

     .

    C) Explica a informação anteriormente mencionada.

    Certo. Temos, nesse caso, uma oração subordinada adjetiva explicativa (com vírgulas), que explica a informação anteriormente mencionada (um Atlético Nacional).

    Oração subordinada adjetiva explicativa: É isolada por VÍRGULAS. Explicam ou esclarecem, à maneira do aposto, o termo antecedente, atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma informação.

    Ex.: O homem, que é mortal, tem problemas na vida. (todo homem é mortal e todo homem tem problemas na vida)

     .

    D) Faz uma comparação com a informação mencionada anteriormente.

    Errado. Não há que se falar em comparação nesse caso.

     .

    Gabarito: Letra C

  • oração subordinada adjetiva explicativa ( tem virgula)

    oração subordinada adjetiva restritiva (não tem virgula)