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ID
3347587
Banca
IDECAN
Órgão
CRO - AL
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                         A Colômbia que emociona na tragédia não é de Escobar. É de García Márquez.
            Quando o patriarca José Arcadio Buendía morre, uma chuva de pétalas amarelas cai sobre Macondo.
            Foi com as flores e a delicadeza do realismo fantástico de Gabriel García Márquez que a Colômbia disse adeus à Chapecoense. Em uma espécie de catarse coletiva que emocionou o mundo, 45 mil pessoas reunidas para chorar uma tragédia que não era sua formaram muito mais que um estádio lotado. A homenagem às vítimas da última quarta, na casa do Atlético Nacional, exibiu um país solidário, que soube dar seu melhor durante os piores dos dias.
           Macondo, a cidade criada por García Márquez no clássico “Cem anos de solidão”, não é Medellín, embora ambas estejam cercadas por montanhas. Só que a descrição de uma Colômbia fictícia, que mistura sofrimento e alegria, e onde coisas mágicas podem acontecer, combina muito mais com a realidade do que a dureza de “plata o plomo” que a história de Pablo Escobar pode oferecer.
           A Colômbia da cultura pop e do imaginário coletivo nem sempre é a alegria incontida de Shakira. Por vezes, ela é a lembrança da violência na voz de uma personagem de Sofia Vergara. Ou a dureza da morte de Andrés Escobar por um gol contra em uma Copa do Mundo. Narcos, nos últimos anos, recolocou o país, e Medellín em especial, em uma espiral de negatividade, relembrando a histórica relação da região com o narcotráfico.
          
Não foi esse país triste e sofrido que abraçou as dores pelos 71 mortos de uma das maiores tragédias da história do esporte mundial. Medellín, desde a última terça, é só cuidado e carinho. Camisas nas ruas, fitas verdes nas lapelas e recados carinhosos na parede de hotéis e lojas, todos relembrando a tragédia, dão o tom de solidariedade que tocou até quem nunca pisou na cidade antes.
          
A cerimônia da última quarta mostrou uma multidão de branco, cantando e chorando um time distante, até então quase desconhecido. Um Atlético Nacional, que em 1989 foi acusado de ganhar sua primeira Libertadores comprando juízes com dinheiro do narcotráfico, abriu mão de um título pelo rival que se foi. Uma população mobilizando mais de 200 pessoas em um espaço de horas, de forma voluntária, para dar conforto e cuidado aos familiares que quisessem dar seu último adeus aos entes queridos.
         
Quando os discursos no estádio Atanásio Girardot se encerraram, um helicóptero de resgate sobrevoou a multidão. Com as luzes apagadas, o veículo que foi usado nas buscas pelos corpos atirou pétalas roxas, vermelhas e brancas ao ar. Como no realismo fantástico de García Márquez, a tragédia por vezes é um rito de passagem marcado pela mágica. Mas quem duvidaria da verossimilhança de umachuva de flores na semana em que um avião de sonhos caiu do céu?
          
O sofrimento não desaparece. A Colômbia de Escobar se faz lembrar, com favelas, pobreza e violência. Só que não é assim que ela é apresentada a quem, por função ou opção, decide conhecê-la. “Aqui é um lugar perigoso. O perigo é você querer ficar”, “apresenta” o taxista.
           
“As estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segunda oportunidade sobre a terra”. O que a Colômbia e García Márquez ensinam, no entanto, é que beleza e bondade podem se sobrepor à dor nos momentos mais difíceis.

(PEREIRA, F. e FRANCE SCHINI, G. Disponível em: http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2016/12/02/a-colombia-que-emociona-na-tragedia-nao-e-de-escobar-e-de-garcia-marquez.htm.)

A homenagem às vítimas da última quarta, na casa do Atlético Nacional, exibiu um país solidário, que soube dar seu melhor durante os piores dos dias.”(2º§)
O acento grave indicador de crase foi corretamente empregado.
Assinale a
alternativa em que o acento grave está INCORRETAMENTE empregado.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    ? Queremos uma alternativa em que a crase esteja empregada incorretamente:

    A) O número de voluntários ultrapassa à duzentos ? crase incorreta antes de numeral.

    B) Oferecemos ajuda às pessoas que estavam desoladas ? oferecemos algo a alguém (=preposição "a") + artigo definido "as" que acompanha o substantivo feminino "pessoas" (=crase).

    C) Refiro-me às pessoas que foram como voluntárias ao aeroporto ? refiro-me a alguém (=preposição "a") + artigo definido "as" que acompanha o substantivo feminino "pessoas" (=crase).

    D) Ontem fomos àquela praça homenagear as vítimas do acidente aéreo ? fomos a algum lugar (=preposição "a") + pronome demonstrativo "aquela" (=crase).

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • fui direto ao ponto nem analisei as demais

    Gabarito A

  • Fredson puxa você é demais...excelente, é algo que ninguém de nós consegue! Ir direto ao ponto. Agora sim minha aprovação está garantida. Por favor eu dei um like no seu comentário e peço a TODOS que façam o mesmo...

    Só para descontrair kkkk

    E para ajudar segundo meu amigo Fredson Oliveira, Gabarito A

  • Diante de numerais não ocorre crase, a menos que seja hora exata.