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ID
3349594
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de Lagoa Santa - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Psiquiatria
Assuntos

Os benzodiazepínicos (BZPs) possuem propriedades sedativas, hipnóticas, anticonvulsivantes, além de promoverem relaxamento muscular.Tal classe de medicamentos é amplamente utilizada na prática médica.

Sobre os BZPs, é incorreto afirmar:

Alternativas
Comentários
  • Os BZDs podem causar dependência física e química. A substituição de um BZD de ação longa por um de ação curta causaria a precipitação da abstinência.

    O correto é realizar o "desmame"

  • Se o paciente vinha usando doses TERAPÊUTICAS (para o diazepam, isso equivale a 5-40mg/dia), fazer redução de 10-25% da dose e manter a taxa de redução de 10-25% a cada poucos dias. Geralmente não é preciso adicionar fármacos.

     

    Se o paciente vinha com doses SUPRA-TERAPÊUTICAS, então, além da redução gradual da dose, pode ser necessário acrescentar alguma outra medicação, como carbamazepina, valproato, quetiapina, beta-bloq, clonidina ou, se o BZD que vinha sendo usado é de curta ação, trocar por um BZD de longa ação, como clonazepam ou diazepam.

  • A retirada de um benzodiazepínico deve ser feita de forma gradual, ao longo de algumas semanas, para minimizar a emergência de sintomas de abstinência. Embora um período de 4 a 8 semanas seja suficiente para a maioria das pessoas, a velocidade da redução costuma ser determinada pela capacidade do indivíduo de tolerar os sintomas secundários ao processo de suspensão. Períodos longos (superiores a 6 meses) devem ser evitados para que a retirada do benzodiazepínico não se torne o foco maior de preocupação em saúde da pessoa. Por mais que exista a possibilidade de ajustar a velocidade do processo de suspensão, deve ser estabelecido desde o início um calendário de retirada, buscando firmar um compromisso entre médico e paciente quanto à retirada do fármaco.

    Embora não haja uma fórmula universal, algumas estratégias de redução foram recomendadas e podem servir de parâmetro.

    Para doses baixas (como até 10 mg de Diazepam ou 0,5 mg de Clonazepam) e/ou quem tem facilidade em tolerar a retirada:

    • Reduzir a dose em 50% a cada semana.

    Para doses moderadas a altas e/ou quem tem dificuldade em tolerar a retirada:

    • Reduzir a dose entre 10% e 25% a cada 2 semanas; ou
    • Reduzir a dose em no máximo o equivalente a 5 mg de Diazepam (ou 0,25 mg de Clonazepam) por semana, ajustando a velocidade da redução de acordo com a tolerância da pessoa. Quando a dose diária estiver abaixo do equivalente a 20 mg de Diazepam (ou 1 mg de Clonazepam), tornar o processo mais lento, reduzindo o equivalente a 2 mg de Diazepam (ou 0,1 mg de Clonazepam) por semana; ou
    • Reduzir 10% da dose original a cada 1 a 2 semanas até que seja atingida uma dose de 20% da original. Então, reduzir a uma taxa de 5% da dose original a cada 2 a 4 semanas.

    Como as estratégias sugeridas incluem fracionamentos de doses, pode-se lançar mão das diversas formulações disponíveis para benzodiazepínicos (comprimidos de diferentes dosagens e formulações líquidas).

    A mudança de um benzodiazepínico de curta ação para outro de longa ação, embora sugerida por alguns autores, não apresenta vantagens claras. Sabe-se que a retirada de benzodiazepínicos de curta ação apresenta menores índices de sucesso em comparação com a retirada dos de longa ação, mas a mudança de um fármaco de meia-vida curta para um de meia-vida longa não está associada a melhores desfechos. Doses muito altas (equivalentes a 100 mg ou mais de Diazepam) podem requerer hospitalização para sua retirada, em função do risco de sintomas graves de abstinência.

    Fonte: https://www.ufrgs.br/telessauders/perguntas/ps-ansioliticos-benzodiazepinicos-dependencia/