Gomide (2006) selecionou em seu modelo teórico sete práticas educativas que compõem
o Estilo Parental, definido pela autora como o conjunto de práticas educativas utilizadas pelos pais
na interação com os filhos; cinco delas estão relacionadas ao desenvolvimento de comportamentos
anti-sociais (abuso físico, punição inconsistente,
disciplina relaxada, monitoria negativa e negligência) e duas favoráveis ao desenvolvimento de comportamentos pró-sociais (monitoria positiva e comportamento moral).
A monitoria positiva é definida como o
conjunto de práticas parentais que envolvem atenção e conhecimento dos pais acerca de onde seu filho se encontra e das atividades desenvolvidas
por ele. São ainda componentes da monitoria positiva as
demonstrações de afeto e carinho dos pais, princi-
palmente relacionados aos momentos de maior
necessidade da criança.
O comportamento moral refere-se a uma prática educativa pela qual os pais transmitem valores, como honestidade, generosidade e
senso de justiça aos filhos, auxiliando-os na discriminação do certo e do errado por meio de modelos positivos, dentro de uma relação de afeto. Pesquisas apontam alguns fatores como sendo essenciais para o desenvolvimento do comportamento moral nas crianças, são eles: a existência do sentimento de culpa; o desenvolvimento da empatia;
ações honestas; crenças parentais positivas sobre
trabalho e ausência de práticas anti-sociais.
A negligência ocorre quando os pais
não estão atentos às necessidades de seus filhos,
ausentam-se das responsabilidades, omitem-se de
auxiliar seus filhos, ou simplesmente quando interagem sem afeto, sem amor. Falta de calor e carinho na
interação com a criança pode desencadear sentimentos de insegurança, vulnerabilidade e eventual hostilidade e agressão em relacionamentos sociais.
A punição inconsistente se dá quando
os pais punem ou reforçam os comportamentos
de seus filhos de acordo com o seu (dos pais)
bom ou mau humor, de forma não contingente ao
comportamento da criança. Assim, é o estado emocional dos pais que determina as ações educativas, e não as ações da criança. Como conseqüência, a criança aprende a discriminar o humor de
seus pais e não aprende se seu ato foi adequado
ou inadequado.
A monitoria negativa (ou supervisão
estressante) caracteriza-se pelo excesso de fiscalização dos pais sobre a vida dos filhos e pela grande quantidade de instruções repetitivas, as quais
não são seguidas pelos últimos. Essa prática educativa produz um clima familiar hostil, estressado
e sem diálogo, já que os filhos tentam proteger
sua privacidade evitando falar com os pais sobre
suas particularidades.
Na disciplina relaxada verifica-se o não cumprimento de regras estabelecidas pelos pais.
Eles ameaçam os filhos e, quando se confrontam
com comportamentos opositores e agressivos,
omitem-se, não fazendo valer as regras que eles próprios determinaram.
Considera-se abuso físico quando os pais
machucam ou causam dor a seus filhos com a justificativa de que os estão educando. A prática do abuso físico pode gerar crianças apáticas, medrosas, desinteressadas.
GOMIDE, P. I. C. Inventário de estilos parentais: Modelo teórico, manual de aplicação, apuração e interpretação. Petrópolis: Vozes, 2006.
GABARITO: C