SóProvas


ID
3359338
Banca
FCC
Órgão
DPE-AM
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Literatura e escola
       Na escola, a leitura de textos literários pode se tornar apenas uma tarefa de Português, uma obrigação – e lá se vai, se assim for, o prazer da leitura. O ser humano gosta de pensar que decide o seu destino, e só acredita que poderá ser feliz quando apenas sua vontade estiver no comando. Mas sou obrigado a confessar: algumas vezes fui ler por obrigação, a mando de professor, e acabei encontrando grande prazer na leitura.
     Toda a questão está em que haja uma boa combinação de fatores: ler certo texto, em certa idade, com a motivação pessoal de certos interesses. Todos esses “certos” são muito variáveis, mudam de pessoa para pessoa − mas a gente sabe quando a combinação resulta positiva: saímos satisfeitos com a descoberta de um mundo que não conhecíamos, que nem sabíamos ser possível, e que somos capazes de incorporar ao nosso próprio mundo, agora maior que antes.
      A experiência da literatura é insubstituível: nenhuma arte nos dá tanto o que pensar e sentir quanto essa que, contando com não mais que palavras, nos leva para todas as histórias, todas as geografias, nos embarca em todas as viagens e sensações. Não importa o avanço da tecnologia e de suas ofertas miraculosas: uma escola não pode deixar de proporcionar ao jovem a oportunidade de encontrar dentro de si a revelação de um mundo que certo livro, em certa idade, por conta de certos motivos, lhe oferece com tal intensidade que lhe deixará o vivo desejo de ler mais, de ler muitos outros mais.
(Ariovaldo Passos da Cunha, inédito

No primeiro parágrafo defende-se a tese de que a leitura de textos literários, na escola,

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    ? Conforme o 1º parágrafo: Na escola, a leitura de textos literários pode se tornar apenas uma tarefa de Português, uma obrigação ? e lá se vai, se assim for, o prazer da leitura. O ser humano gosta de pensar que decide o seu destino, e só acredita que poderá ser feliz quando apenas sua vontade estiver no comando. Mas sou obrigado a confessar: algumas vezes fui ler por obrigação, a mando de professor, e acabei encontrando grande prazer na leitura.

    ? Segundo o trecho em negrito, chegamos à conclusão que, mesmo compulsoriamente, a atividade de leitura pode ser prazerosa.

    Baixe a Planilha de Gestão Completa nos Estudos Grátis: http://3f1c129.contato.site/plangestaoestudost3

    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • #Análise das alternativas com os erros marcados em negrito:

    A) deve ser vista como o cumprimento de uma atividade aborrecida mas necessária.

    Incorreta. O autor não qualifica a leitura de textos literários como uma atividade aborrecida, mas como algo que fazemos por obrigação. E nem sempre uma obrigação, por maior que seja o peso da palavra, é considerada aborrecida. A justificativa está no enxerto a seguir: "[...]fui ler por obrigação, a mando de professor, e acabei encontrando grande prazer na leitura."

    B) acaba sendo uma prova de que muitos jovens só encontram sentido no que fazem sob coação.

    Incorreta. Aqui a banca inferiu uma condição divergente do texto, uma vez que o prazer da leitura nem sempre é oriundo da coação. O autor é bem claro na discussão de que isso acontece em alguns casos, consoante trecho a seguir: "Mas sou obrigado a confessar: algumas vezes fui ler por obrigação, a mando de professor, e acabei encontrando grande prazer na leitura."

    C) pode converter-se numa experiência prazerosa, ainda quando seja uma tarefa compulsória.

    Correta. É exatamente isso, dito com outras palavras, conforme trecho central a seguir: "Mas sou obrigado a confessar: algumas vezes fui ler por obrigação, a mando de professor, e acabei encontrando grande prazer na leitura."

    OBS.: De acordo com o contexto do texto, a palavra "obrigação" por ser substituída pela palavra "compulsória" descrita na assertiva.

    D) redunda em alto grau de satisfação quando os alunos participam da escolha dos autores.

    Incorreta. Extrapolação, visto que não há resquícios no texto acerca da participação dos autores na escolha dos autores.

    E) revela-nos nosso destino, que é o de virmos a apreciar as coisas que os outros já apreciam.

    Incorreta. Assertiva totalmente fora do contexto do texto.

    Gabarito: item "C"

  • Que texto maravilhosooooo! Amei! Como é bom fazer uma prova com um texto bom!

  • Em questões de interpretação e compreensão textual, o(a) candidato(a) deve atentar para os seguintes procedimentos de análise:

    (I)  Identificação das ideias presentes em fragmentos do texto OU

    (II) Identificação das ideias centrais do texto.

    Quando se tratar de examinar os conteúdos referentes a fragmentos ou momentos do texto (I), devemos retornar a ele e localizar o trecho que deverá será analisado. Esse procedimento nos permite fazer um exame mais preciso de cada opção, possibilitando, inclusive, verificar mais rapidamente quando essas opções apresentam falhas de conteúdos em relação ao que se reconhece no texto. Assim, além do exame dos fragmentos textuais, devemos observar se as alternativas são construídas com as seguintes falhas:


    (1)   extrapolação do conteúdo: quando a informação da opção está além do que se encontra no texto, total ou parcialmente;

    (2)   divergências de conteúdo: quando há equívocos em relação ao conteúdo que se desenvolve no trecho do texto;

    (3)   redução de conteúdo:  quando a opção destaca parte de uma informação textual em detrimento de todo o conteúdo.


    Com base nessas informações, resgatemos o primeiro parágrafo do texto, o qual, segundo o que se propõe no enunciado, apresenta uma tese que devemos identificar entre as opções.


    Primeiro parágrafo: “Na escola, a leitura de textos literários pode se tornar apenas uma tarefa de Português, uma obrigação – e lá se vai, se assim for, o prazer da leitura. O ser humano gosta de pensar que decide o seu destino, e só acredita que poderá ser feliz quando apenas sua vontade estiver no comando. Mas sou obrigado a confessar: algumas vezes fui ler por obrigação, a mando de professor, e acabei encontrando grande prazer na leitura".


    Observemos que o autor apresenta o tema, a questão da leitura escolar, por meio de uma contextualização segundo a qual, para grande parte das pessoas, ler na escola ocorre somente por obrigação. No entanto, no último período do parágrafo, o conectivo adversativo MAS anuncia que algo do que foi contextualizado será contestado para, em seguida, mostrar-se um posicionamento contrário ao que se apresentou – essa mostra de posicionamento é o que se chama de TESE.

    Sendo assim, podemos identificar como tese do texto a opinião de que, segundo o escritor, mesmo que a leitura seja uma atividade escolar obrigatória, não está impedida a fruição ou a possibilidade de prazer nesse exercício. Nos parágrafos seguintes, para demostrar e tornar válida a sua tese, o autor argumenta que o prazer pode ocorrer, apesar da obrigação, se os condutores desse processo escolherem textos, métodos, lugares e faixa etária adequados para certa atividade com a leitura escolar. Nesse sentido, os professores são responsáveis em proporcionar o caminho para o prazer, em meio às exigências curriculares relativas à leitura escolar.


    De posse das informações anteriores e com base nas falhas de elaboração das opções incorretas, analisemos o que cada uma apresenta como tese do texto.


    A)    deve ser vista como o cumprimento de uma atividade aborrecida mas necessária.

    ERRADA.

    Na opção acima, encontramos incorreção devido a uma divergência de conteúdo, uma vez que, como tese, defende-se que pode haver o prazer, mesmo com a obrigatoriedade da leitura na escola. O conteúdo da letra A, de forma divergente, apresenta como suposta tese a de que a leitura escolar é uma atividade “aborrecida", mas necessária e que deve ser, por isso, cumprida. Por essa razão, a letra A não pode ser considerada como resposta da questão.


    B) acaba sendo uma prova de que muitos jovens só encontram sentido no que fazem sob coação. 

    ERRADA.

     A letra B pode ser identificada como opção que apresenta extrapolação de conteúdo em relação à tese original do texto. Isso porque, em momento algum, o autor informa ou defende que muitos jovens só encontram sentido numa atividade por meio da coação. A letra B, portanto, extrapola intensamente o posicionamento do autor.


    C) pode converter-se numa experiência prazerosa, ainda quando seja uma tarefa compulsória. 

    CORRETA.

    Pelo que se apresentou no início dessa explicação, constata-se que a letra C traz o comentário correto acerca da tese do texto, já que nela afirma-se ser possível converter uma tarefa compulsória numa experiência prazerosa.


    D) redunda em alto grau de satisfação quando os alunos participam da escolha dos autores. 

    ERRADA.

    Mais uma vez encontra-se uma extrapolação de conteúdo na letra D, pois não se discute, no texto, se ou como a escolha de livros por alunos pode interferir no prazer da leitura.


    E) revela-nos nosso destino, que é o de virmos a apreciar as coisas que os outros já apreciam. 

    ERRADA.

    Na letra E, há divergência de conteúdo em relação ao que se encontra no texto, pois não se afirma que a leitura literária escolar “revela-nos nosso destino", e sim que ela nos revela um mundo que um certo livro construiu em nós e despertou desejos, sobretudo o de buscar novas descobertas em outras leituras.


    Resposta: C

  • C) pode converter-se numa experiência prazerosa, ainda quando seja uma tarefa compulsória.

    texto

    Na escola, a leitura de textos literários pode se tornar apenas uma tarefa de Português, uma obrigação – e lá se vai, se assim for, o prazer da leitura. O ser humano gosta de pensar que decide o seu destino, e só acredita que poderá ser feliz quando apenas sua vontade estiver no comando. Mas sou obrigado a confessar: algumas vezes fui ler por obrigação, a mando de professor, e acabei encontrando grande prazer na leitura.