O importante fator a ser considerado em relação aos anestésicos locais é o grau de ligação do sal anestésico às proteínas plasmáticas na circulação materna. Quando um anestésico local é absorvido para o sangue materno, uma parte deste se liga às proteínas plasmáticas, restringindo sua passagem pela placenta, ou seja, o agente anestésico apenas atravessa a placenta quando na forma livre. Quanto maior o grau de ligação proteica, maior o grau de proteção ao feto.
Considerando-se a porcentagem de ligação proteica, a bupivacaína poderia ser o agente anestésico mais seguro para as gestantes. Entretanto, sua longa duração de ação anestésica (em média 6 a 7 horas), limita seu emprego em pacientes grávidas.
Uma vez na circulação do feto, a toxicidade dos anestésicos locais vai depender da quantidade de droga livre e da velocidade da metabolização. Como o sangue fetal apresenta quantidades menores de globulinas, a ligação com as proteínas é de apenas 50% daquela observada nos adultos. Como decorrência, tem-se mais anestésico livre na circulação.