A partir da teoria geral dos sistemas e da teoria da comunicação surgiram várias escolas de terapia familiar e vários institutos e centros de atendimento e de formação foram criados.
Para os teóricos da comunicação, qualquer comportamento verbal ou não verbal, manifestado por uma pessoa - o emissor -em presença de outra - o receptor - é comunicação. Ao mesmo tempo que a comunicação transmite uma informação, ela define a natureza da relação entre os comunicantes. Estas duas operações constituem, respectivamente, os níveis de relato (digital) e de ordem (analógico) presentes em qualquer comunicação. Quando estes dois níveis se contradizem, temos o paradoxo. A comunicação paradoxal está na origem da patologia familiar.
A família é vista como um sistema equilibrado e o que mantém este equilíbrio são as regras do funcionamento familiar. Quando, por algum motivo, estas regras são quebradas, entram em ação meta-regras para restabelecer o equilíbrio perdido.
A terapia desenvolvida a partir deste enfoque enfatiza a mudança no sistema familiar, sobretudo pela reorganização da comunicação entre os membros da família. O passado é abandonado como questão central, pois o foco de atenção é o modo comunicacional no momento atual. A unidade terapêutica se desloca de duas pessoas para três ou mais à medida em que a família é concebida como tendo uma organização e uma estrutura. É dada uma ênfase a analogias de uma parte do sistema com relação a outras partes, de modo que a comunicação analógica é mais enfatizada que a digital.
Os terapeutas sistêmicos se abstêm de fazer interpretações na medida em que assumem que novas experiências - no sentido de um novo comportamento que provoque modificações no sistema familiar - é que geram mudanças. Neste sentido são usadas prescrições nas sessões terapêuticas para mudar padrões de comunicação, e prescrições, fora das sessões, com a preocupação de encorajar uma gama mais ampla de comportamentos comunicacionais no grupo familiar. Há uma certa concentração no problema presente, mas este não é considerado apenas como um sintoma. O comportamento sintomático é visto como uma resposta necessária e apropriada ao comportamento comunicativo que o provocou.
Sobre o enfoque sistêmico no campo da terapia familiar, Carneiro (1996) afirma:
"O passado é abandonado como questão central, pois o foco de atenção é o modo comunicacional no momento atual" (p.16).
"A unidade terapêutica se desloca de duas pessoas para três ou mais à medida em que a família é concebida como tendo uma organização e uma estrutura" (p. 16).
"Os terapeutas sistêmicos se abstêm de fazer interpretações na medida em que assumem que novas experiências é que geram mudanças" (p.16)