SóProvas


ID
3375655
Banca
AOCP
Órgão
UNIR
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Pesquisadores descobrem como transformar
sangue A e B em O

A novidade pode ajudar bancos de sangue ao
redor do planeta e salvar milhões de vidas

     Ninguém sabe ao certo como morreu o Papa Inocêncio VIII, no século 15. Uma lenda recorrente diz que, oito anos antes dos portugueses pisarem no Brasil, a Igreja estava tão desesperada para salvar o pontífice moribundo que cometeu uma loucura: pediu para três crianças, de 10 anos, trocarem parte de seu sangue por um pedaço de terra. O médico do líder católico ainda teria determinado que o sangue deveria ser bebido, via oral. Não deu certo. O Papa teria morrido logo depois.
     Essa história é, provavelmente, mentira – a Universidade de Toronto até chegou a buscar provas em 1999, mas não encontrou. A lenda, porém, se consagrou como “o primeiro transplante sanguíneo da história”.
      De lá pra cá, a lenda se tornou fato – e a medicina evoluiu muito quando o assunto é sangue. Em 1818, o obstetra inglês James Blundell realizou a primeira transfusão devidamente registrada, e em 1901 o austríaco Karl Landsteiner descobriu os tipos sanguíneos (A, B, AB e O), e como eles interagem entre si.
    Agora, um século depois, a maior revolução do tipo pode estar prestes a ser confirmada: um grupo de pesquisadores da Universidade de British Columbia, no Canadá, alega que conseguem transformar sangue tipo A, B ou AB em sangue tipo O.   
     (...) Todo mundo tem um tipo sanguíneo. Você mesmo é ou A, ou B, ou AB, ou O. Isso é importante porque a transfusão entre tipos de sangue diferentes pode matar – se você colocar sangue A em uma pessoa cujo tipo sanguíneo é B, o próprio organismo vai reagir e atacar esse novo malote de sangue. O contrário também ocorre. Sangue tipo A só doa para tipo A ou AB. Tipo B só doa para tipo B ou AB. AB é o menos flexível e só doa para o tipo AB.
      Por isso, o tipo sanguíneo mais valioso é o tipo O. Ao contrário dos demais, ele não promove reações defensivas no organismo de pessoas com nenhum tipo sanguíneo. Conhecido como doador Universal, o sangue O pode ser transferido pra qualquer pessoa. É por isso, é claro, que os Bancos de Sangue estão sempre procurando por doadores tipo O.
     Com a descoberta da universidade canadense, porém, os Bancos de Sangue podem ter ganhado na loteria. Qualquer sangue pode ir pra qualquer pessoa, uma revolução que tem o potencial de salvar milhões de vidas.
      Para conseguir o feito, o pesquisador Stephen Withers analisou a característica que difere entre cada tipo sanguíneo: são os chamados “açúcares antígenos”. O sangue tipo A carrega um determinado antígeno junto às suas células, quem tem sangue B possui outro, quem tem AB possui os dois.
       O sangue da transfusão só é aceito quando o corpo não detecta nenhum antígeno diferente do seu próprio.
       Só que quem tem sangue O não possui antígeno nenhum. E passa despercebido pelos sistemas de defesa. A ideia, então, foi tentar destruir esses açúcares das células de sangue – assim, em teoria, qualquer fluido sanguíneo ficaria igual ao tipo O.
    A saída para o extermínio adocicado se deu por meio de enzimas. Os pesquisadores procuraram substâncias que conseguissem quebrar as moléculas açucaradas (sem danificar o restante do material). O estudo procurou o elemento em mosquitos e sanguessugas, mas encontrou a solução em um local muito mais próximo: no nosso próprio intestino.
    Withers percebeu que alguns dos açúcares que consumimos são estruturalmente muito parecidos com os antígenos. Eles observaram que algumas bactérias presentes na flora intestinal auxiliam no processamento desses açúcares da alimentação
– e decidiram entender como elas reagiriam em contato com as células sanguíneas.       Foi tiro e queda: elas fizeram a “digestão” dos antígenos – e o que restou era sangue tipo O.
(...)

Por Felipe Germano
access_time23 ago 2018, 15h54 - Publicado em 22 ago 2018, 19h29

Considerando o texto apresentado, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir.

Como recurso composicional, o texto introduz o assunto com uma narrativa, buscando imprimir veracidade ao conteúdo relatado.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: ERRADO

    ? Como recurso composicional, o texto introduz o assunto com uma narrativa, buscando imprimir veracidade ao conteúdo relatado.

    ? Incorreto, é um recurso utilizado pelo autor para que ele possa embasar melhor o seu texto e discorrê-lo de uma melhor forma possível, não está relacionado com atribuição de veracidade.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • A questão quer saber se como recurso composicional o texto introduz o assunto com uma narrativa, buscando imprimir veracidade ao conteúdo relatado. Vejamos:

    1º parágrafo: "Ninguém sabe ao certo como morreu o Papa Inocêncio VIII, no século 15. Uma lenda recorrente diz que, oito anos antes dos portugueses pisarem no Brasil, a Igreja estava tão desesperada para salvar o pontífice moribundo que cometeu uma loucura: pediu para três crianças, de 10 anos, trocarem parte de seu sangue por um pedaço de terra. O médico do líder católico ainda teria determinado que o sangue deveria ser bebido, via oral. Não deu certo. O Papa teria morrido logo depois."

    O autor introduz o texto apresentando um relato antigo e inusitado do uso do sangue com propósitos medicinais. O próprio autor deixa claro que a história que introduz o texto provavelmente não é verídica, que provavelmente é mentira, e dessa forma não busca imprimir veracidade ao conteúdo.

    Um texto narrativo caracteriza-se pelo relato de fatos retratados por uma sequência de ações, relacionadas a um determinado acontecimento (real ou fictício), e apresenta personagens, narrador, espaço, tempo e enredo.

    Gabarito: ERRADO

  • O próprio texto afirma que “Essa história é, provavelmente, mentira”. Isso posto, a menção à narrativa não é de dar veracidade ao fato narrado, haja vista que o próprio texto apresenta evidências contrárias. O objetivo é despertar interesse do leitor pela abordagem.

    Resposta: ERRADA

  • "Ninguém sabe ao certo como morreu o Papa Inocêncio VIII, no século 15. Uma lenda recorrente diz que, oito anos antes dos portugueses pisarem no Brasil, a Igreja estava tão desesperada para salvar o pontífice moribundo que cometeu uma loucura: pediu para três crianças, de 10 anos, trocarem parte de seu sangue por um pedaço de terra. O médico do líder católico ainda teria determinado que o sangue deveria ser bebido, via oral. Não deu certo. O Papa teria morrido logo depois." GAB. E