O Brasil mantém relações diplomáticas com a Rússia desde o século 19, as quais foram rompidas duas vezes: 1917 – Rompimento de relações diplomáticas, em decorrência do não reconhecimento pelo Brasil do governo bolchevique e 1947 – Novo rompimento de relações diplomáticas, durante a presidência de Eurico Gaspar Dutra durante a Guerra Fria, entre 1947 e 1961.
Nem sempre essas relações convergiram, por exemplo, no âmbito dos BRICS, sendo que o Brasil tem se posicionado de modo contrário às propostas russas de maior regulamentação e controle do fluxo de informações na internet ? Alguem sabe essa parte?
É correto afirmar que o Brasil e a Rússia têm relações diplomáticas desde o século XIX. Mais especificamente desde 3 de outubro de 1828.
No entanto há equívocos no restante da afirmativa. Primeiramente os dois momentos de rompimento deste relacionamento ocorreram em 1917 e 1947. Não em 1961.
Em 1917, em função da Revolução Bolchevique na Rússia. A reabertura diplomática ocorreu em 1945, já com a URSS e não mais Rússia.
Há nova ruptura em 1947, em função do posicionamento do Brasil incondicionalmente ao lado dos EUA no contexto de Guerra Fria.
A Política Externa Independente, PEI, dos presidentes Jânio Quadros e João Goulart levaram à reabertura das Relações Diplomáticas em 1961, ativas até o presente momento.
Quanto às divergências entre Rússia e Brasil no âmbito das discussões do BRICS é verdade que elas existem. No entanto não são referentes à disponibilidade de informações na Internet nem são divergências apenas entre os dois países mas, na verdade, entre Brasil de um lado e os outros – Rússia, China, África do Sul e Índia de outro, no que se refere à alguns temas da agenda da arena internacional.
A grande questão, desde o governo Temer - que foi agudizada com o governo Bolsonaro – é a visão, e ação do BRICS, acerca da situação na América Latina. Principalmente no que se refere à crise na Venezuela. O Brasil é a favor da interferência contra o governo Maduro. Já a Rússia não reconhece Guaidós como governante legítimo da Venezuela. Por sua vez, China e Índia defendem a busca de soluções pelos próprios venezuelanos, sem interferência estrangeira de qualquer espécie.
Na verdade quem tem sério interesse na questão é o governo brasileiro. Não só por questão ideológica como também pela entrada de refugiados venezuelanos, fugidos da crise política e econômica. Tais refugiados têm trazido problemas para o Brasil, mesmo havendo a intenção de verdadeira ajuda.
Para completar, o documento da XI Cúpula do Brics, de novembro de 2019, foi marcado pela ausência de qualquer menção à forte instabilidade política que se alastrou pelo continente sul-americano nas últimas semanas. Não há comentários sobre a longa crise venezuelana, a instabilidade na Bolívia que levou à renúncia do presidente Evo Morales ou os intensos protestos no Chile.
Ou seja, a afirmativa não apresenta uma ideia correta. Não há o debate, ao menos no momento, acerca do controle, ou não, das informações veiculadas pela Internet. Há divergências mais sérias no presente momento.
RESPOSTA: ERRADO
A informação que o Felipe Silva passou abaixo é exatamente a informação que consta no site do Itamaraty sobre as relação do Brasil com a Rússia:
...
1917 – Rompimento de relações diplomáticas, em decorrência do não reconhecimento pelo Brasil do governo bolchevique
1945 – Restabelecimento de relações diplomáticas com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, após o encerramento da II Guerra Mundial
1947 – Novo rompimento de relações diplomáticas, durante a presidência de Eurico Gaspar Dutra
...
fonte: http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/ficha-pais/5587-federacao-da-russia
então 1917 é sim considerado rompimento, e não mero afastamento como mencionado em outra mensagem. A questão do posicionamento do Brasil em relação a proposta russa de regulamentação e controle de fluxo da internet provavelmente também esta errada, mas o fato de serem dois rompimentos de relações diplomáticas, já era suficiente para marcar a questão como Errada.