SóProvas


ID
3391135
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
CISAMUSEP - PR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Desacelerar desde cedo – seria hora de ensinar meditação para as crianças?
Daniel Martins de Barros

    1. A meditação ensina a acalmar a mente, escapando da aceleração que tanto nos cerca. Por que não ensiná-la desde cedo para as crianças?
    2. A prática da meditação tem sido cada vez mais estudada e seus benefícios comprovados. Isso é tão difundido que nem seria preciso dizer que ela promove redução do estresse, melhora da função imunológica, aumento da compaixão, redução da pressão arterial, aumento das emoções positivas, redução da ansiedade, melhora na concentração, a lista é grande. Por outro lado, embora esteja presente na humanidade há milênios, na maioria das vezes é bem difícil iniciar exercícios de meditação, sobretudo para nós, ocidentais. Acalmar a mente não é conosco.
    3. Como os efeitos positivos no controle da ansiedade são claros, com frequência indico a prática para meus pacientes com transtornos ansiosos como uma medida adjuvante aos medicamentos, terapias ou atividades físicas. E invariavelmente me deparo com a dificuldade que as pessoas demonstram só de pensar em meditar. Numa dessas consultas, conversando com uma paciente, comentei que meditação poderia ser ensinada nas escolas: as crianças têm muito mais facilidade de desenvolver determinadas habilidades, e via de regra não estão ainda tão aceleradas como os adultos. Além disso, como a capacidade de se focar e manter a atenção é uma habilidade cada vez mais rara – mas indispensável para a educação – elas ainda ganhariam qualidade de estudo. Que gênio! Por que ninguém pensou nisso antes?
    4. Claro que já pensaram. Fui atrás de mais informação, e me deparei com uma revisão sistemática da literatura científica publicada em 2015, reunindo os estudos mais consistentes. Descobri que em vários países já há programas para incluir a meditação no currículo escolar. Segundo os dados levantados, que somando todos os estudos alcançava 1797 alunos, existem resultados positivos consistentes em diversos parâmetros. Maior bem-estar entre os estudantes, menos ansiedade, melhora no autocontrole emocional foram alguns dos benefícios comprovados, em maior ou menor grau. Melhora também nas funções cognitivas, notadamente a atenção, foi encontrada, embora não tenham sido atestados expressivos ganhos rendimento escolar até o momento.
    5. Várias técnicas foram utilizadas nesses diversos experimentos, mas praticamente toda meditação se baseia em três princípios: 1 – manter o foco num único estímulo (um som, uma imagem, um pensamento, os imputs sensoriais, a respiração etc.); 2 – perceber quando surgem distrações, e tranquilamente se desligar delas; 3 – retornar o foco para o estímulo escolhido. Embora muitas remetam a tradições orientais, místicas etc., esses princípios são totalmente independentes de crenças ou religiões, e fazem todo sentido: nossa mente vaga inquieta por um sem número de pensamentos, ruminações, preocupações, dando origem a emoções de toda espécie, muitas vezes negativas e prejudiciais. Meditar nada mais é do que aquietar a mente, impedindo-a de entrar nesse turbilhão descontrolado de pensamentos – daí a redução do estresse, melhora da atenção e assim por diante.
    6. Educar é preparar as crianças para a vida, fornecendo-lhes conhecimentos, competências e habilidades. Além de ensinar a raciocinar, a ler e fazer contas, a escola também as prepara – formalmente ou não – para estabelecer relações, gerenciar conflitos, fazer escolhas. Da mesma forma como lhes damos educação física – considerando que o uso do corpo pode e deve ser aprimorado para uma vida mais plena – por que não lhes dar também uma educação mental?
    7. Para além de qualquer ideologia, religião ou crença, diante dos resultados consistentes que vêm surgindo, fornecer às pessoas desde cedo uma habilidade mental para lidar com os desafios que irão enfrentar pode fazer muito sentido numa sociedade cada vez mais inquieta.
Adaptado de: http://vida-estilo.estadao.com.br/blogs/daniel-martins-de-barros/desacelerar-desde-cedo-seria-hora-de-ensinar-meditacao-para-criancas/.
Acesso em: 23 de março de 2016. 

Sobre o trecho “Que gênio! Por que ninguém pensou nisso antes?”, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    ?  ?Que gênio! Por que ninguém pensou nisso antes??

    ? Nós temos um dígrafo consonantal, duas consoantes formando somente um som.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • eu pensei

  • eu pensei

  • "O verbo “pensou” está no presente."

    Errado, está no pretérito perfeito.

  • a grafia de “por que” está incorreta.

    • Por que = pergunta (por qual motivo)

    a palavra “antes” está no plural.

    • Palavra "antes:" Advérbio = em tempo ou lugar anterior. Ex: "chegou antes e foi observar o jardim"
    • Palavra "ante": preposição = relaciona por subordinação (vocábulos, termos, orações etc.) com os seguintes sentidos: em posição próxima ou frontal a; em frente a, em presença de, perante. Ex: "ali estava, ante seus olhos, a prova"

    na palavra “nisso” há um dígrafo.

    • Dífonos: Assim como existem duas letras que representam um só fonema (os dígrafos), existe uma letra que representam dois fonemas Sim! É o caso de "fixo", por exemplo, em que o "X" representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são exemplos de dífono. Quando uma letra representa dois fonemas temos um caso de dífono.

    o acento da palavra “ninguém” é facultativo.

    • Oxítonas: Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em " a ", " e ", " o ", " em ", " ens ", seguidas ou não do plural(s) e também as terminadas em " éi ", " éu ", " ói " abertos: Pará - café(s) - cipó(s) - Belém - chapéu - papéis - herói. 
    • Está regra também é aplicada aos seguintes casos: Monossílabos tônicos terminados em " a ", " e ", " o ", seguidos ou não de "s": pá - pé - dói- há.

    o verbo “pensou” está no presente.

    • Pretérito perfeito - aqui Expressa que a ação está concluída, no passado, ou seja, a ação não se repetiu mais no passado.