O edema agudo de pulmão (EAP) é uma síndrome clínica em que ocorre acúmulo de fluido nos espaços alveolares e intersticiais dos pulmões, podendo ser decorrente de causas diversas. O resultado do processo é caracterizado por hipoxemia, aumento no esforço respiratório, redução da complacência pulmonar e redução da relação ventilação perfusão Está relacionado, na maioria das vezes, a causas cardíacas , e em nosso meio é mais prevalente o acometimento valvular reumático.
Quadro clínico
O diagnóstico do EAP é clínico e sua gravidade depende da quantidade de líquido acumulado nos pulmões.
Em quadros iniciais, pequenos acúmulos provocam taquicardia, taquidispneia e estertores nas bases de ambos os pulmões. Quantidades maiores acumuladas vão gerar franca dispneia, ansiedade e agitação, palidez, sudorese fria, cianose de extremidades e estertoração em todos os campos pulmonares.
Em situação extrema, ocorre a saída de líquido espumoso róseo pela boca e pelo nariz, mimetizando afogamento, com tendência à deteriorização rápida e êxito letal em caso de retardo da terapêutica adequada.
A ausculta pulmonar pode apresentar sibilos e roncos associados aos estertores e a pressão arterial pode estar elevada (quando associada à crise hipertensiva) ou diminuída (na estenose mitral grave, em miocardiopatias avançadas).
Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia para Gravidez na Mulher Portadora de Cardiopatia. Disponível em < >
Segundo o Manual do SAMU, o quadro clínico do EAP apresenta-se:
Inicialmente com:
• taquipneia e dispneia leve, tosse seca, hipoxemia.
Com a evolução para:
• dispneia intensa, taquipneia, ortopneia, tosse com expectoração clara ou rósea, estertores pulmonares à ausculta (inicialmente na base, depois em todo o pulmão), com ou sem roncos e sibilos; e
• sensação de opressão torácica, palidez cutânea, extremidades frias, sudorese, cianose.