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ID
3401779
Banca
IBADE
Órgão
FUNDAC - PB
Ano
2019
Provas
Disciplina
Direito da Criança e do Adolescente - Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Lei nº 8.069 de 1990
Assuntos

É certo que o ECA é legislação aplicável a crianças e adolescentes, ou seja, pessoas até 18 anos de idade. Porém, nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente o ECA às pessoas entre 18 e 21 anos de idade. Exemplo disso é o caso de:

Alternativas
Comentários
  • A- liberação compulsória aos 25 anos de idade. - 21 anos de idade

    B- medida de internação aplicada à criança que praticou ato infracional com grave ameaça ou violência à pessoa. - à criança não se aplica a medida de internação

    C- medida de internação aplicada a adolescente que praticou ato infracional sem grave ameaça ou violência à pessoa. - com grave ameaça

    D- adolescente internado com 17 anos devendo cumprir a penalidade por três anos. - correta

    E- adolescente internado com 14 anos devendo cumprir a penalidade por três anos. - não é esse o caso em que se aplica a medida excepcional (até os 21 anos de idade)

    GABARITO: D

  • A questão exige o conhecimento estampado no art. 2º, parágrafo único do Estatuto da Criança e do Adolescente.

    Quando o ECA foi editado, o Código Civil previa que a maioridade só ocorria aos 21 anos. Já o Código Penal previa que a maioridade ocorria aos 18 anos. Resultado: dos 18 aos 21 anos a pessoa era considerada penalmente capaz, mas civilmente incapaz. Existia um limbo nesse período.

    Dessa forma, optou-se pela aplicação excepcional do Estatuto da Criança e do Adolescente em certos casos excepcionais (aplicação de medidas socioeducativas), em detrimento do Código Penal.

    Veja o que dispõe o parágrafo único do art. 2º do ECA:

    Art. 2, p.ú, ECA: nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre 18 e 21 anos de idade.

    Para complementar, veja o exemplo clássico de aplicação do Estatuto às pessoas maiores de 18 anos estampado no art. 121, §5º: a liberação será compulsória aos 21 anos de idade.

    Vamos às alternativas:

    ALTERNATIVA A: INCORRETA. A liberação compulsória será aos 21 anos de idade (art. 121, §5º, ECA).

    ALTERNATIVA B: INCORRETA. A criança, portanto, pessoa com até 12 anos incompletos, só poderá sofrer medidas protetivas, e não socioeducativas (que é o caso da internação). Ou seja, a pessoa até 12 anos incompletos não poderá ser internada. E, ainda que fosse, o período máximo de internação é de 3 anos e, quando da saída, ela ainda seria menor de 18 anos e receberia a aplicação integral, e não excepcional, do ECA.

    ALTERNATIVA C: INCORRETA. A internação não será aplicada no caso de ato infracional cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa, uma vez que é medida excepcional. Veja:

    Art. 122, I, ECA: a medida de internação só poderá ser aplicada quando: tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa.

    ALTERNATIVA D: CORRETA. É justamente o caso de aplicação excepcional do ECA. O adolescente que for internado aos 17 anos poderá cumprir sua medida por até 3 anos, ultrapassando, assim, a maioridade civil.

    ALTERNATIVA E: INCORRETA. O adolescente que for internado com 14 anos poderá receber a medida por até 3 anos, resultando na sua liberação com 17 anos, no máximo. Nesse caso, há a aplicação integral do ECA, e não excepcional.

    GABARITO: D

  • Uma dica que ajuda:

    Criança não sofre medida socioeducativa.

  • Pois é, acho que deixaria em branco na prova

  • Questão de raciocínio simples. Porém é necessário interpretar as alternativas levando em conta outros preceitos que estão ao longo do texto de Lei: como por exemplo:

     

    A)   alternativa compulsória – 21 anos de idade, e não aos 25.

    B)   a internação, como medida socioeducativa, só pode ser aplicada ao adolescente.

    C)    de acordo com art. 122, I a aplicação de internação será aplicada mediante o cometimento de “grave ameaça ou violência a pessoa”.

    D)   Gabarito – por causa do previsto no art. 121, §3º.

    E)    Não pode ser essa a resposta, apesar de confundir, por causa do previsto no art. 121, §2º.