- ID
- 3406630
- Banca
- IBFC
- Órgão
- Prefeitura de Candeias - BA
- Ano
- 2019
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Leia com atenção o fragmento adaptado do livro “O homem e seus símbolos” de Carl Gustav Jung para responder à questão a seguir.
O homem utiliza a palavra escrita ou falada para expressar o que deseja transmitir. Sua linguagem é cheia de símbolos, mas ele também, muitas vezes, faz uso de sinais ou imagens não estritamente descritivos. Alguns são simples abreviações ou uma série de iniciais como ONU, UNICEF ou UNESCO; outros são marcas comerciais conhecidas, nomes de remédios patenteados, divisas e insígnias. Apesar de não terem nenhum sentido intrínseco, alcançaram, pelo seu uso generalizado ou por intenção deliberada, significação reconhecida. Não são símbolos: são sinais e servem, apenas, para indicar os objetos a que estão ligados.
O que chamamos símbolo é um termo, um nome ou mesmo uma imagem que nos pode ser familiar na vida diária, embora possua conotações especiais além do seu significado evidente e convencional. Implica alguma coisa vaga, desconhecida ou oculta para nós. (...) Existem (...) objetos tais como a roda e a cruz, conhecidos no mundo inteiro, mas que possuem, sob certas condições, um significado simbólico.
O que simbolizam exatamente ainda é motivo de controversas suposições.
Assim, uma palavra ou uma imagem é simbólica quando implica alguma coisa além do seu significado manifesto e imediato. Esta palavra ou esta imagem têm um aspecto “inconsciente” mais amplo, que nunca é precisamente definido ou de todo explicado. E nem podemos ter esperanças de defini-la ou explicá-la. Quando a mente explora um símbolo, é conduzida a ideias que estão fora do alcance da nossa razão. A imagem de uma roda pode levar nossos pensamentos ao conceito de um sol “divino’’ mas, neste ponto, nossa razão vai confessar a sua incompetência: o homem é incapaz de descrever um ser “divino”. Quando, com toda a nossa limitação intelectual, chamamos alguma coisa de “divina”, estamos dando-lhe apenas um nome, que poderá estar baseado em uma crença, mas nunca em uma evidência concreta.
Por existirem inúmeras coisas fora do alcance da
compreensão humana é que frequentemente utilizamos
termos simbólicos como representação de conceitos que não
podemos definir ou compreender integralmente. Esta é uma das
razões por que todas as religiões empregam uma linguagem
simbólica e se exprimem através de imagens. Mas este uso
consciente que fazemos de símbolos é apenas um aspecto de
um fato psicológico de grande importância: o homem também
produz símbolos, inconsciente e espontaneamente, na forma
de sonhos.