SóProvas


ID
3419497
Banca
VUNESP
Órgão
Valiprev - SP
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto, para responder à questão .



        Se a vida é um vale de lágrimas, por que não processar os pais por nos terem trazido ao mundo?

      Se o leitor nunca pensou nessa hipótese, isso pode significar duas coisas. Primeiro, que é uma pessoa sã. Segundo, que nunca leu a saga do indiano Raphael Samuel, 27, que tentou processar os progenitores, segundo o jornal “The Guardian”.

      Sim, Samuel confessa que tem uma excelente relação com eles. Mas há, digamos, um “pecado original” que o rapaz não pode perdoar: ele nasceu sem dar o seu consentimento. Uma indenização, ainda que simbólica, seria uma forma de fazer doutrina: quando queremos ter filhos, é importante ter o consentimento deles.

      Por essa altura, o leitor inteligente que lê as minhas colunas já deve ter feito uma pergunta fundamental: como obter esse consentimento? E, já agora, em que fase?

      A ciência terá aqui uma palavra importante. Mas, conhecendo o narcisismo da espécie e a tendência irresistível de marchar pelas causas mais improváveis, não é de excluir que adolescentes de todas as idades, frustrados com a vida e com a necessidade de escovar os dentes, encontrem em Raphael Samuel um modelo (de negócio).

      Antigamente, os pais poupavam para a universidade dos filhos. Hoje, convém poupar primeiro para a indenização que eles nos vão pedir.

      No limite, ver o filho a pedir uma indenização aos pais por ter nascido faz tanto sentido como pedir uma indenização ao filho por ele não querer estar cá. Quem disse que só o filho pode ter razões de queixa?

      O problema dos cálculos meramente utilitaristas é que eles são dotados de uma espantosa flexibilidade. E da mesma forma que os filhos avaliam os seus danos por terem nascido, os pais podem atuar da mesma forma.

      Investiram tudo no delfim – patrimônio genético, tempo, dinheiro, sanidade e expectativas legítimas de que ele seria um adulto.

      Mas o ingrato, no fim das contas, ainda quer fazer contas. Se isso não é motivo para uma indenização pesada, só um anjo nos pode salvar.


(João Pereira Coutinho, Alô, filho, você quer mesmo sair?

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br.

Acesso em: 15.11.2019. Adaptado)

É correto concluir que, a partir de um fato divulgado na mídia, o autor traça

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    ? uma caricatura da situação, tratada com humor (=O autor faz uma caricatura comparando a atitude dos filhos com a provável atitude dos pais, dizendo que ambos possuem o mesmo direto).

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  • Assertiva D

    uma caricatura da situação, tratada com humor.

  • GABARITO: LETRA D

    uma caricatura da situação, tratada com humor.

  • Gente, se vcs não vão explicar o pq da resposta, não se deem o trabalho de colocar a resposta, pois o próprio site da ao clicar em "responder".... afff

  • estou procurando o humor. deve ser essa resposta

  • Legal, só faltou o humor. (Falta de sexo do avaliador.) <- isso é humor!

  • @Ana Paula de Oliveira, o pessoal coloca as respostas para a turma que não é assinante. Isso ajuda muito.

  • Gabarito: alternativa d (sem possibilidade de recursos)

    • Observem o título do texto: "Alô, filho, você quer mesmo sair?"

    • O quinto parágrafo também retrata com humor a situação.

    [A ciência terá aqui uma palavra importante. Mas, conhecendo o narcisismo da espécie e a tendência irresistível de marchar pelas causas mais improváveis, não é de excluir que adolescentes de todas as idades, frustrados com a vida e com a necessidade de escovar os dentes, encontrem em Raphael Samuel um modelo (de negócio).]



  • Para resolver esta questão, precisamos considerar os conceitos de interpretação textual e saber a diferença entre compreender e interpretar. Interpretar consiste em ter inferências sobre o texto observado além de conclusões sobre as ideias e assuntos abordados e trabalhados. Já compreender implica deter entendimento do que, de fato, está escrito. O comando da questão indica que a banca exige do candidato interpretação textual, já que requer o entendimento do texto, uma conclusão a partir de um fato narrado. Portanto, vamos analisar o texto.

    ENTENDENDO O CONTEXTO

    Leia o texto com calma e faça um mapeamento das ideias abordadas e o que elas, juntas, trazem de entendimento ao leitor. Fiz um mapa desse texto para que tenham uma noção da importância de conectar as ideias do texto. É óbvio que eu fiz com os requintes que o Word tem, mas você, na hora da prova, pode apenas fazer setas e ordenar as ideias. A ideia aqui não é a perfeição das formas, mas sim a resposta certa da questão, ok?







    Feita a interpretação do texto, temos propriedade agora para responder à questão.
    A) uma crítica ao fato, visto com intolerância.
    ERRADO – O autor tece uma crítica a respeito da postura do rapaz Raphael Samuel, mas não usa de intolerância, usa de humor para condenar a atitude do jovem.
    B) uma avaliação do fato, visto com desconfiança.
    ERRADO – Não existe uma avaliação do fato em si, mas sim uma crítica a respeito da atitude do rapaz ao processar os próprios pais.
    C) um questionamento do fato, considerado irresponsável.
    ERRADO – O autor não questiona, faz uma reflexão crítica acerca da atitude imatura do jovem.
    D) uma caricatura da situação, tratada com humor.
    CERTO – Caricatura é ressaltar os traços mais salientes detalhes para causar comicidade. No texto, percebemos que o autor trata da situação com humor e enfatiza o detalhe importante: mover um processo contra os pais por não poder dar o consentimento.
    E) um exame da situação, em tom de censura.
    ERRADO – Não há censura no texto. O autor faz uma reflexão crítica com humor acerca da situação. GABARITO: D
  • RESPOSTA COMENTADA

    Para resolver esta questão, precisamos considerar os conceitos de interpretação textual e saber a diferença entre compreender e interpretar. Interpretar consiste em ter inferências sobre o texto observado além de conclusões sobre as ideias e assuntos abordados e trabalhados. Já compreender implica deter entendimento do que, de fato, está escrito. O comando da questão indica que a banca exige do candidato interpretação textual, já que requer o entendimento do texto, uma conclusão a partir de um fato narrado. Portanto, vamos analisar o texto.

    ENTENDENDO O CONTEXTO

    Leia o texto com calma e faça um mapeamento das ideias abordadas e o que elas, juntas, trazem de entendimento ao leitor. Fiz um mapa desse texto para que tenham uma noção da importância de conectar as ideias do texto. É óbvio que eu fiz com os requintes que o Word tem, mas você, na hora da prova, pode apenas fazer setas e ordenar as ideias. A ideia aqui não é a perfeição das formas, mas sim a resposta certa da questão, ok?

    Feita a interpretação do texto, temos propriedade agora para responder à questão.

    A) uma crítica ao fato, visto com intolerância.

    ERRADO – O autor tece uma crítica a respeito da postura do rapaz Raphael Samuel, mas não usa de intolerância, usa de humor para condenar a atitude do jovem.

    B) uma avaliação do fato, visto com desconfiança.

    ERRADO – Não existe uma avaliação do fato em si, mas sim uma crítica a respeito da atitude do rapaz ao processar os próprios pais.

    C) um questionamento do fato, considerado irresponsável.

    ERRADO – O autor não questiona, faz uma reflexão crítica acerca da atitude imatura do jovem.

    D) uma caricatura da situação, tratada com humor.

    CERTO – Caricatura é ressaltar os traços mais salientes detalhes para causar comicidade. No texto, percebemos que o autor trata da situação com humor e enfatiza o detalhe importante: mover um processo contra os pais por não poder dar o consentimento.

    E) um exame da situação, em tom de censura.

    ERRADO – Não há censura no texto. O autor faz uma reflexão crítica com humor acerca da situação. GABARITO: D

  • Chorei de tanto rir --'

  • Ao eliminar as alternativas, fiquei em dúvida na C e D:

    analisando mais a fundo, não percebi nenhuma fala do autor criticando o indiano de irresponsável. O que deixa claro que pode não ser a C. 

    Por outro lado, é possível perceber diversas passagens com tom de humor, como por exemplo:

    "...Primeiro, que é uma pessoa sã." Quem concorda com a atitude do indiano não é uma pessoa "sã" na opinião do autor.

    "...forma de fazer doutrina"

    "o leitor INTELIGENTE" significando aqui que quem, por acaso, concordar com o indiano ao ler o texto não é inteligente.

    "...frustrados com a vida e com a necessidade de escovar os dentes" - adolescentes revoltados com coisas banais

    "...só um anjo nos pode salvar."

    Esse foi o meu ponto de vista para resolver a questão.

  • Engraçado em.