SóProvas


ID
3423529
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Cerquilho - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder à questão.



           Em primeiro lugar, a Educação trata de conhecimento, mas é preciso fazer a pergunta: o que significa conhecer? Porque conhecer pode ser uma armadilha, que guarda ilusões, equívocos, erros. Devemos ensinar aos jovens todas as dificuldades do conhecimento, todas as possibilidades de erro. Por exemplo, uma percepção visual não é uma fotografia, é uma reconstrução com os olhos. As pessoas que estão longe de mim parecem pequenas aos meus olhos, mas na minha mente estão normais, ou seja, todo conhecimento é uma tradução e uma reconstrução. E, em cada tradução, há possibilidade de erro. É muito importante ensinar a enfrentar o erro.
          O segundo problema da Educação é a compreensão humana. Não se ensina a compreender o outro. Quando falo do outro, não falo de estrangeiros, de pessoas que falam outra língua ou que são de outro país. Falo de quem está ao seu lado. É muito importante para a vida compreender esse outro. Então, tem a questão da crise. A crise é um momento de muito mais incertezas que em tempos normais. Há angústias e dificuldades. Na Educação, em tempos ditos normais, ensinam-se certezas, e não incertezas. Por exemplo, quando a França era um país ocupado pelos alemães, havia uma situação de incerteza, e era preciso encontrar possibilidades de enfrentar isso. Resistir à incerteza é importante.



(Edgar Morin, Qual é o papel da Educação hoje?
Depoimento para Audrey Furlaneto, 07.06.2019 – O Globo. Adaptado)

Leia o trecho a seguir:


O segundo problema da Educação é a compreensão humana. Não se ensina a compreender o outro. Quando falo do outro, não falo de estrangeiros, de pessoas que falam outra língua ou que são de outro país. Falo de quem está ao seu lado. É muito importante para a vida compreender esse outro. Então, tem a questão da crise.


As expressões destacadas podem ser substituídas, sem prejuízo de sentido e de acordo com a norma-padrão, respectivamente, por:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA E

    O segundo problema da Educação é a compreensão humana. Não se ensina a compreender o outro. Quando falo do outro, não falo de estrangeiros, de pessoas que falam outra língua ou que são de outro país. Falo de quem está ao seu lado. É muito importante para a vida compreender esse outro. Então, tem a questão da crise.

    A) A segunda implicação; Quando menciono o outro; Há, aliás, a questão da crise ? o termo em destaque apresenta um valor de soma de ideias, queremos um valor conclusivo.

    B) O segundo contratempo; Quando me dirijo ao outro; Assim sendo, há a questão da crise ? não está se dirigindo ao outro e somente o menciona a alguém.

    C) Outra dificuldade; Ao falar de alguém; Já que há, também, a questão da crise ? conjunção subordinativa

    D) Uma incógnita; Ao falar de quem é próximo; Depois, há também a questão da crise ? não temos ideia de proximidade.

    E) O segundo obstáculo; Quando me refiro ao outro; Finalmente, há a questão da crise

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  • Assertiva E

    O segundo obstáculo; Quando me refiro ao outro; Finalmente, há a questão da crise.

  • Essa questão trabalha compreensão textual, em que as informações estão explícitas no texto, e reescritura do texto: operadores argumentativos, coerência e coesão textual e significado dos vocábulos.

    Operadores argumentativos também chamados de articuladores textuais, marcadores discursivos ou operadores de discurso, são expressões linguísticas, isto é, expressões da língua responsáveis pelo encadeamento de segmentos textuais. Isso quer dizer que eles relacionam partes textuais (orações, períodos e parágrafos) contribuindo para a interpretação do enunciado. Os operadores argumentativos (= articuladores textuais) são responsáveis pela orientação argumentativa, deixando claro para o enunciatário (o receptor da mensagem) a intenção do enunciador (o emissor da mensagem).

     Antes de avaliar as alternativas, analisemos primeiro a questão.

    O segundo problema da Educação é a compreensão humana. Não se ensina a compreender o outro. Quando falo do outro, não falo de estrangeiros, de pessoas que falam outra língua ou que são de outro país. Falo de quem está ao seu lado. É muito importante para a vida compreender esse outro. Então, tem a questão da crise."

    Em “O segundo problema", o vocábulo “segundo" é um operador argumentativo responsável por ordenar o texto em uma sucessão de segmentos complementares.

    Em “Quando falo do outro", a conjunção subordinativa adverbial “quando" tem valor temporal.

    Em “Então, tem a questão da crise", o vocábulo “então" é um operador argumentativo também responsável pelo ordenamento do texto, indicando o fim de sucessão de segmentos citados.

    Com essas explicações, podemos agora analisar as alternativas.

    Alternativa (A) incorreta – “Implicação" não tem o mesmo sentido de “problema"; “Quando menciono o outro" mantém o sentido e a correção; o verbo haver substitui o verbo ter, no sentido existencial, inclusive sendo aquele mais formal que este, entretanto o vocábulo “aliás" não substitui o advérbio “então", pois este tem o sentido de “finalmente", e aquele de retificação.

    Alternativa (B) incorreta – “O segundo contratempo" tem o mesmo sentido de “O segundo problema"; “Quando me dirijo ao outro" não mantém o sentido de “Quando falo do outro", pois “dirigir-se" significa falar diretamente com o outro, e “falar do outro" significa falar de alguém, e não com alguém; “Assim sendo" exprime consequência, resultado. Portanto, não mantém o mesmo sentido.

    Alternativa (C) incorreta – “Outra dificuldade" mantém o mesmo sentido, pois ordena o texto em uma sucessão de segmentos complementares; “Ao" tem valor temporal, porém a correção gramatical estaria prejudicada, visto que o verbo falar estando no infinitivo não marca a presença de uma pessoa gramatical, como “falo de alguém" em que há a desinência de 1ª pessoa do singular; a locução conjuntiva causal “já que" não mantém o sentido original, pois a ideia da frase não é de causa, e a palavra “também" denota ideia de continuação, o que muda o sentido original.


    Alternativa (D) incorreta – “Incógnita" significa aquilo que não se pode avaliar, pois é algo desconhecido. Com isso, a substituição ficaria incoerente.


    “Ao falar de quem é próximo" denota uma ideia de familiaridade, já “quando falo do outro" denota a ideia de impessoalidade.

    “Também" denota ideia de continuação, o que muda o sentido original.



    Alternativa (E) correta – “Obstáculo" significa problema, dificuldade.


    “Quando me refiro ao outro" mantém o sentido original e a correção gramatical, já que o verbo referir-se é transitivo indireto o qual exige a preposição a.

    “Finalmente, há a questão da crise", o operador argumentativo “finalmente" possui o mesmo valor semântico de “então". O verbo haver substitui o verbo ter, no sentido existencial, inclusive sendo aquele mais formal que este.


    Gabarito da professora: Alternativa E.