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ID
3426442
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
MPE-CE
Ano
2020
Provas
Disciplina
Administração Pública
Assuntos

Com relação a planejamento e avaliação nas políticas públicas, julgue o item subsecutivo.


Com a avaliação ex ante, é possível evitar erros de formulação e desenho em um projeto.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito; CERTO.

    Avaliação ex-ante: é a avaliação que ocorre antes da implementação do projeto; terá como objetivo analisar a relevância, a coerência, como também a viabilidade do projeto. Para que esse tipo de avaliação ocorra, o avaliador deverá “projetar o que aconteceria com algumas características da população beneficiária caso o programa fosse executado, comparando os custos e benefícios da iniciativa com as alternativas disponíveis à sua implantação”.

    Avaliação ex-post: trata-se da avaliação realizada ao final do projeto; sua finalidade é levantar e avaliar os efeitos e impactos do projeto; também verificará a efetividade e eficiência do mesmo. “Avaliações de impacto são geralmente mais caras que as avaliações ex-ante, por exigirem levantamento de dados primários sobre o público-alvo, caso o programa não disponha de um sistema de monitoramento desenvolvido”. (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, 2007, p. 8)

  • A avaliação das políticas públicas deve começar no nascedouro, por meio da análise ex ante, a fim de verificar, fundamentalmente, se respondem a um problema bem delimitado e pertinente. Em função disso, observa-se se há um objetivo claro de atuação do Estado e se propõe um desenho que efetivamente possa ser alcançado. Entre outros tópicos, é necessário que as políticas públicas contem com essa análise ex ante para que os recursos públicos e o bem-estar da sociedade sejam otimizados. Desse modo, evita-se a detecção posterior de erros de formulação e de desenho, que, com maior racionalidade no processo inicial de implantação da política, poderiam ter sido previstos e eliminados.

  • Segundo PALUDO (2013), política pública é um “conjunto de meios, decisões e ações, que congregam diferentes atores e concentram esforços, utilizados pelos governos com vistas a mudar uma realidade, efetivas direitos e atender necessidades público-sociais". Ademais, segundo o Guia de Políticas Públicas: gerenciando processos da Escola Nacional de Administração Pública, as “políticas públicas são formuladas a fim de garantir o apoio de grupos politicamente poderosos em detrimento dos interesses públicos de longo prazo, que são pouco representados no sistema político".

    Para tanto, o processo de criação de políticas públicas consiste em cinco atividades essenciais: definição de agenda, formulação, tomada de decisão, implementação e avaliação. Para melhor entendermos a questão em análise, cabe uma breve explicação sobre cada uma dessas atividades:

    1. Definição de agenda – a agenda pública é um espaço em que os principais temas da sociedade em análise encontram-se em debate. Portanto, a formação de agenda pelos gestores públicos é um processo pré-decisório no qual ocorre a inclusão de determinado pleito ou necessidade social na lista de prioridades do poder público;

    2. Formulação de políticas públicas - envolve o “desenvolvimento de alternativas para possíveis cursos de ação governamental destinadas a tratar de problemas na agenda do governo. Os formuladores de políticas geralmente enfrentam janelas de oportunidade de curta duração para encontrar soluções viáveis devido à competição por sua atenção e/ou urgência dos problemas que enfrentam" (Guia de Políticas Públicas: gerenciando processos – ENAP). Nessa etapa, define-se quais atividades serão executadas, seus objetivos, marcos jurídicos, administrativos e financeiros;

    3. Tomada de decisão - envolve indivíduos ou grupos oficialmente sancionados ou autorizados, que decidem adotar um determinado curso de ação para implementação;

    4. Implementação de políticas públicas – essa é uma atividade-chave no processo de políticas públicas, pois é quando a política pública ganha forma e entra em vigor. A implementação ocorre na fase do processo de políticas públicas em que as decisões de política pública se traduzem em ações. Ademais, precisamos aprofundar um pouco mais sobre esta fase, Guia de Políticas Públicas: gerenciando processos – ENAP:

    “A Implementação é considerada uma das etapas mais difíceis e críticas no processo de polí- ticas para os gestores públicos – a fase em que qualquer deficiência na concepção das políticas ou quaisquer vulnerabilidades relacionadas ao ambiente externo se tornarão visíveis. Gestores públicos experientes sabem que serão basicamente julgados pela sua capacidade de dominar a “arte de fazer as coisas acontecerem" e não por suas boas intenções". Ademais, “para serem eficazes, os gestores públicos precisam desenvolver conhecimento e perspicácia de política em trabalho em rede (networking), defesa e negociação, um conjunto de funções que muitas vezes são relativamente desconhecidas para eles, caso tenham sido treinados no modo clássico da administração pública, com foco em cadeias hierárquicas de obrigação, e responsabilidade para com superiores e executivos políticos".

    5. Avaliação de políticas públicas – essa etapa está relacionada à análise do grau em que uma política pública está atingindo os seus objetivos. Segundo Paludo (2013): a avaliação “consiste na mensuração e análise, a posteriori, dos efeitos produzidos na sociedade pelas políticas públicas". Assim, a avaliação nos possibilita decidir quanto à manutenção, encerramento ou aperfeiçoamento da política pública.

    Esse pequeno resumo é necessário para entendermos qual o processo de criação e para que serve uma política pública. Por fim, como o item em análise aprofunda aspectos da etapa de avaliação, vamos detalhá-la um pouco mais. Existem cinco tipos principais de avaliações administrativas, que combinam diferentes tipos de atividades de monitoramento e avaliação de impacto por parte dos gestores públicos (Guia de Políticas Públicas: gerenciando processos – ENAP):

    Avaliações de esforços - são tentativas de medir a quantidade de insumos do programa – pessoal, espaço do escritório, comunicação, transporte e assim por diante –, todos calculados em termos dos custos monetários que eles envolvem. Seu propósito é estabelecer uma linha de base de dados que pode ser usada para outras avaliações de eficiência ou qualidade de entrega do serviço.

    Avaliações de desempenho - examinam os produtos do programa – como o número de leitos hospitalares ou vagas nas escolas, ou o número de pacientes atendidos ou crianças ensinadas –, em vez de insumos. Seu principal objetivo é simplesmente determinar o que a política pública está produzindo, muitas vezes independentemente dos objetivos definidos. Esse tipo de avaliação produz benchmark (ponto de referência) ou dados de desempenho, que são utilizados como insumos para as avaliações mais abrangentes e profundas mencionadas abaixo.

    Avaliações de processo - examinam os métodos organizacionais, incluindo as regras e procedimentos operacionais, utilizados para executar programas. Seu objetivo normalmente é ver se um processo pode ser simplificado e tornado mais eficiente.

    Avaliações de eficiência - tentam avaliar os custos de um programa e julgar se a mesma quantidade e qualidade de produtos poderia ser alcançada de forma mais eficiente, ou seja, a um custo menor. Avaliações de insumo e produto são o alicerce desse tipo de avaliação.

    Avaliações de adequação de desempenho (também conhecidas como avaliações de eficácia) - comparam o desempenho de um determinado programa aos seus objetivos propostos, a fim de determinar se o programa está atingindo suas metas e/ou se as metas precisam ser ajustadas em função do cumprimento do programa. Esse também é o tipo de avaliação mais difícil de realizar. As necessidades de informação são imensas e o nível de sofisticação exigido para conduzir o processo é mais alto do que o que há geralmente disponível no governo.

    Porém, para respondermos à questão em análise, nos cabe aprofundar um pouco mais a etapa de avaliação de uma política pública. A avaliação, quanto ao momento/temporalidade, pode ser realizada antes (ex ante) ou posterior (ex post) à execução de um programa. Para responder ao item apresentado, precisamos entender um pouco mais da avaliação ex ante.

    Essa avaliação, segundo PALUDO (2013), a avaliação ex ante, “realizada antes do início de implementação de um programa, onde é necessário projetar o que aconteceria com algumas características da população beneficiária caso o programa fosse executado, comparando os custos e benefícios da iniciativa com as alternativas disponíveis à sua implantação".

    Em face do exposto, podemos concluir que uma avaliação prévia de uma política pública pode evitar erros e contribuir para uma melhor formulação e implementação da política. Portanto, o item em análise esta correto.


    GABARITO DO PROFESSOR: “CERTO".


    FONTES:
    Guia de Políticas Públicas: gerenciando processos. Escola Nacional de Administração Pública – ENAP, 2014.
    PALUDO, Augustinho. Administração Pública. 3ª Ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

    BIZU:

    Pessoal, quem está se preparando para provas que incluem a matéria de Políticas Públicas e quer passar na prova, DEVE ler este artigo publicado pela ENAP - Guia de Políticas Públicas: gerenciando processos, 2014.

    Comece a estudar forte hoje, HOJE!, porque daqui há 1(hum) ano você pode se arrepender de não ter começado hoje.

    Bons estudos!

  • Segundo PALUDO (2013, p. 445), a avaliação ex ante, “realizada antes do início de implementação de um programa, onde é necessário projetar o que aconteceria com algumas características da população beneficiária caso o programa fosse executado, comparando os custos e benefícios da iniciativa com as alternativas disponíveis à sua implantação".

  • Gab: CERTO

    Uma avaliação ex ante nada mais é do que uma avaliação anterior ao processo, em que verificamos se a formulação, planejamento, desenho e estrutura do nosso projeto está conforme o planejado e esperado. Isso tornará possível a evitação de erros, pois aplicaremos ferramentas de avaliação e controle e pode ser verificada a minimização de falhas. Portanto, gabarito certo!

    Anotações e resumos complementares de Chiavenato.

    Erros, mandem mensagem :)

  • Ex - Ante: realizada antes do projeto.

    Ex - post: realizada no final do projeto.

  • Ex - Ante: realizada antes do projeto.

    Ex - post: realizada no final do projeto.

  • Gab: CERTO

    Note que a questão diz apenas ser possível evitar erros e não que evitará. Outro ponto é que a avaliação ex ante pode ser aplicada antes da implementação do projeto, ou seja, avaliamos antes se aquela ação é necessária, se o planejamento está sendo de acordo com o que foi definido, tudo isso antes de efetivamente implantarmos o projeto. Portanto, gabarito certo.

    Erros, mandem mensagem :)

  • Não se evita erros. O que a avaliação ex ante possibilita é reduzir o risco de erros. Reduzir é diferente de evitar. Nem a palavra "possível" salva esse enunciado tolo.

  • CORRETO!

    Justamente por isso é realizada antes, para evitar erros e problemas.

  • CERTO

    Tipo de Avaliação >>Quanto ao momento de realização.

    Avaliação Ex ante (Avaliação Diagnóstica /Controle Prévio): trata-se de uma avaliação “inicial”, que ocorre antes da implementação. Busca-se identificar a situação. Essa avaliação é realizada para avaliar a viabilidade do programa/política pública a ser implementado. Trata-se de um controle proativo, que busca evitar erros no desenho e formulação de programas/políticas públicas.