SóProvas


ID
3426613
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Cerquilho - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
História
Assuntos

A transição democrática iniciara com o reconhecimento da legitimidade do conflito. Com o transcurso da transição, a política teria passado a ser percebida como experiência eminentemente conflituosa, aberta, avessa a determinismos, sem espaço para sujeitos oniscientes ou verdades inelutáveis. Seria agora extemporâneo cogitar eliminar o conflito em nome de metas supostamente consensuais como estabilidade econômica ou reforma do Estado. [...] O governo Fernando Collor de Mello viria pôr à prova esse entendimento.


[Tarcísio Costa, Os anos noventa: o ocaso da política e
a sacralização do mercado. Em Carlos Guilherme Mota (org).
A experiência brasileira. A grande transação.]


O governo Collor, segundo o autor do artigo,

Alternativas
Comentários
  • B - voltou-se para uma agenda marcadamente econômica e, ao mesmo tempo, potencializou a negação da política.

  • Gabarito -B

    Questão de interpretação, para quem não conhece o fato (como eu), é claro.

  • Fernando Collor de Mello subiu ao poder em 1990, eleito depois de uma acirrada disputa com Luis Inácio Lula da Silva. Foi eleito com 35 milhões de votos contra 31 milhões de seu adversário. Recebeu um país com uma taxa de mais de 1000% de inflação. Sua campanha girou em torno de “luta contra a corrupção". Ele encarnou a figura do “caçador de marajás", aquele que iria desmascarar os funcionários públicos que tinham salários principescos para nada fazer. O trecho apresentado destaca a ideia de que o fim do regime militar coloca a nu a questão de que política é naturalmente conflituosa e que não é possível forjar uma unanimidade em nome de “metas supostamente consensuais como estabilidade econômica ou reforma de Estado". Isto é o que se descortina com a transição democrática para o Estado de Direito. Segundo o autor, o governo Collor de Mello colocou à prova o entendimento deste natural conflito. A questão pede que seja identificada a alternativa que, segundo o autor, caracteriza o governo Collor. É uma questão mais difícil. Exige uma leitura e compreensão detalhada do trecho. Segundo o autor, o governo Collor colocaria à prova a compreensão de que NÃO é possível eliminar o conflito político e supor consenso em toda a sociedade em nome de uma proposta econômica ou, em nome de uma reforma de Estado. É a partir da compreensão do trecho , então, que é possível analisar as alternativas apresentadas.

    A) INCORRETO- Além de não ser o ponto central do trecho transcrito, o governo Collor, economicamente liberal, abriu o país às importações.

    B) CORRETO. A proposta do governo Collor foi de unir o país em torno de um plano econômico que foi apresentado no momento da posse. E após as primeiras medidas – algumas atingiram em cheio as camadas médias eleitoras de Collor – busca-se, então, o apoio no Congresso. Esse é o caminho oposto do jogo democrático e da disputa política. Ao “potencializar a negação da política" Collor inviabilizou o sucesso do plano econômico e de seu governo, sem maioria no Congresso.

    C) INCORRETO- Há um ponto correto, que é a dificuldade do governo Collor em articular partidos e formar maioria no congresso mas, o controle da inflação não é um “ganho notável" . Embora a inflação tenha baixado de 1500 para 1100%, ainda não foi o suficiente para reativar a economia, principalmente com o fracasso dos Planos Collor I e II. Além disso, não é a proposta do trecho.

    D) INCORRETO – A política externa independente é de 1961 a 1964 – governos Jânio Quadros e João Goulart. O MERCOSUL é do governo Collor mas, evidentemente, não se relaciona com a política externa independente. E... não é tema do texto.

    E) INCORRETA – O governo Collor não propôs nenhuma reforma de Estado e desenvolvimentismo é projeto do governo JK. Não se refere ao texto.

    RESPOSTA : ALTERNATIVA B
  • Só comentando 2 fatos do governo Collor:

    1- Congelou o dinheiro na poupança de muitas pessoas

    2- Sofreu impeachment

    B - voltou-se para uma agenda marcadamente econômica e, ao mesmo tempo, potencializou a negação da política.

  • Em seu terceiro ano de governo, Collor foi denunciado por seu próprio irmão, Pedro, disse que o irmão era participante direto do esquema de corrupção montado por Paulo César Farias, ou PC Farias, que havia sido tesoureiro da campanha do presidente. PC Farias já era investigado pela Polícia Federal, mas até o momento da entrevista de Pedro, a investigação não havia chegado ao presidente.

  • Letra B

    A transição democrática iniciara com o reconhecimento da legitimidade do conflito. Com o transcurso da transição, a política teria passado a ser percebida como experiência eminentemente conflituosa, aberta, avessa a determinismos, sem espaço para sujeitos oniscientes ou verdades inelutáveis. Seria agora extemporâneo cogitar eliminar o conflito em nome de metas supostamente consensuais como estabilidade econômica ou reforma do Estado. [...] O governo Fernando Collor de Mello viria pôr à prova esse entendimento.

    Qual entendimento?

    Esquecer conflitos políticos em nome da estabilidade econômica.

  • Fernando Collor de Mello subiu ao poder em 1990, eleito depois de uma acirrada disputa com Luis Inácio Lula da Silva. Foi eleito com 35 milhões de votos contra 31 milhões de seu adversário. Recebeu um país com uma taxa de mais de 1000% de inflação. Sua campanha girou em torno de “luta contra a corrupção". Ele encarnou a figura do “caçador de marajás", aquele que iria desmascarar os funcionários públicos que tinham salários principescos para nada fazer. O trecho apresentado destaca a ideia de que o fim do regime militar coloca a nu a questão de que política é naturalmente conflituosa e que não é possível forjar uma unanimidade em nome de “metas supostamente consensuais como estabilidade econômica ou reforma de Estado". Isto é o que se descortina com a transição democrática para o Estado de Direito. Segundo o autor, o governo Collor de Mello colocou à prova o entendimento deste natural conflito. A questão pede que seja identificada a alternativa que, segundo o autor, caracteriza o governo Collor. É uma questão mais difícil. Exige uma leitura e compreensão detalhada do trecho. Segundo o autor, o governo Collor colocaria à prova a compreensão de que NÃO é possível eliminar o conflito político e supor consenso em toda a sociedade em nome de uma proposta econômica ou, em nome de uma reforma de Estado. É a partir da compreensão do trecho , então, que é possível analisar as alternativas apresentadas.

    A) INCORRETO- Além de não ser o ponto central do trecho transcrito, o governo Collor, economicamente liberal, abriu o país às importações.

    B) CORRETO. A proposta do governo Collor foi de unir o país em torno de um plano econômico que foi apresentado no momento da posse. E após as primeiras medidas – algumas atingiram em cheio as camadas médias eleitoras de Collor – busca-se, então, o apoio no Congresso. Esse é o caminho oposto do jogo democrático e da disputa política. Ao “potencializar a negação da política" Collor inviabilizou o sucesso do plano econômico e de seu governo, sem maioria no Congresso.

    C) INCORRETO- Há um ponto correto, que é a dificuldade do governo Collor em articular partidos e formar maioria no congresso mas, o controle da inflação não é um “ganho notável" . Embora a inflação tenha baixado de 1500 para 1100%, ainda não foi o suficiente para reativar a economia, principalmente com o fracasso dos Planos Collor I e II. Além disso, não é a proposta do trecho.

    D) INCORRETO – A política externa independente é de 1961 a 1964 – governos Jânio Quadros e João Goulart. O MERCOSUL é do governo Collor mas, evidentemente, não se relaciona com a política externa independente. E... não é tema do texto.

    E) INCORRETA – O governo Collor não propôs nenhuma reforma de Estado e desenvolvimentismo é projeto do governo JK. Não se refere ao texto.

    RESPOSTA : ALTERNATIVA B

  • Governo Collor, também denominado como Era Collor, foi um período da  iniciado pela  do presidente , em  de , e encerrado por sua renúncia da presidência, em em 29 de dezembro de 1992 . Fernando Collor foi o primeiro presidente eleito pelo povo desde 1960, quando Jânio Quadro venceu a última eleição direta para presidente antes do início do Regime Militar. Seu afastamento em 2 de outubro de 1992 foi consequência da instauração de  no dia anterior, seguido por cassação.

    Fernando Collor de Mello assumiu a presidência no dia 15 de março de 1990. O Brasil vivia uma forte crise econômica e sofria com uma inflação muito alta, mas a expectativa da população com o novo presidente era elevada. O historiador Brasílio Sallum Júnior afirmou que pesquisas da época mostravam que 71% da população estava otimista com o governo. Em 15 de março de 1990, Fernando Collor assumiu a presidência do Brasil.

    A popularidade do presidente começou a ruir já no dia seguinte com o lançamento do Plano Collor. Esse plano econômico buscava resolver o problema da inflação no Brasil e apresentou várias medidas de choque. Entre essas medidas, uma já era bastante conhecida pela população na época: o congelamento de preços.

    Outra medida foi o confisco dos valores depositados na poupança para diminuir a quantidade de dinheiro circulando na economia. Com essa ação, valores acima de 50 mil cruzados novos ficariam confiscados por até 18 meses e, então, seriam devolvidos com juros e correção monetária. O anúncio do confisco gerou pânico e filas de pessoas nos bancos querendo sacar todo o seu dinheiro para evitar a perda.

    O Plano Collor também realizou o confisco de valores em contas-correntes e em uma modalidade da época chamada overnight, que era muito utilizada pela classe média como forma de combater os impactos da inflação sobre o salário mensal. Houve também um reajuste salarial e abertura do país para mercadorias importadas.

    A inflação até que cedeu às medidas de choque tomadas pelo governo, mas, no final de 1990, estava em crescimento novamente. O governo ainda procurou enxugar os gastos públicos e reduziu o número de ministérios (passando de 23 para 12 ministérios), demitiu funcionários públicos e começou um processo de privatização de estatais. Houve também aumento de impostos.

    A relação do presidente com o Congresso foi, a princípio, bastante estável, principalmente porque, nos primeiros meses de governo, a inflação foi mantida razoavelmente sob controle. No entanto, à medida que o presidente demonstrou ser incapaz de resolver a situação, essa relação com o Legislativo tornou-se bastante ruim. A oposição a Collor foi encabeçada principalmente pelo PT.

  • Collor teve um governo marcado pela agenda econômica e ao mesmo tempo potencializou a negação da política quando começou a ser acusado de corrupção e piorando com o processo de impeachment, logo a única que se mostra correta é a alternativa B.

    Gabarito B

  • Em 09/09/21 às 22:15, você respondeu a opção E.

    !

    Você errou!

    Em 18/07/21 às 07:45, você respondeu a opção A.

    !

    Você errou

  •  voltou-se para uma agenda marcadamente econômica (desenvolvimentismo)

    , ao mesmo tempo, potencializou a negação da política. ("Caçador de Marajás")