SóProvas


ID
3430816
Banca
VUNESP
Órgão
FITO
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      No começo do mês, estive em Nova York. Durante as semanas que antecederam a viagem, fui anotando dicas de amigos em folhas de caderno, guardanapos, o que tivesse à mão. Só de “o melhor hambúrguer do mundo”, consegui umas sete sugestões; de “o cheesecake original”, quatro; e, com os endereços para comer sanduíches, enchi frente e verso de um papel A4.

      Como amizade e comida boa são duas coisas que respeito muito, em dez dias nos Estados Unidos eu gabaritei as anotações: voltei dois quilos mais gordo e, ainda no avião, fiz a promessa de, nos próximos seis meses, não chegar a menos de dez metros de uma batata frita.

      O que de mais saboroso provei por lá, contudo, não foi fast-food nem era uma especialidade local. Trata-se de um vegetal. Ou, para ser mais exato, um fruto: uma dádiva dos deuses que, infelizmente, não a encontramos por aqui. Chama-se tomate.

      Assemelha-se bastante, por fora, àquele fruto ao qual, em nosso país, também damos o nome de tomate, mas uma vez que seus dentes penetram a carne macia, o suco abundante escorre pelo queixo e o doce naturalmente se mescla ao sal em sua língua, você entende que está diante de um alimento completamente diferente.

      Acontece que a qualidade do tomate está ligada, entre outros fatores, à quantidade de água nele contida. Quanto mais líquido, mais macio e saboroso. O problema é que a maior presença de suco aumenta o sabor na mesma medida em que reduz a durabilidade. Os agricultores, pensando mais na performance de seu produto dentro dos caminhões do que em cima dos pratos, passaram a priorizar os frutos mais “secos”, foram cruzando-os e manipulando suas características até que os transformaram nesse tímido vegetal que aguenta todos os trancos da estrada, dura séculos na geladeira e quase chega a ser crocante em nossos dentes.

      Dou-me conta de que há questões mais urgentes a serem tratadas em nosso país: levar água encanada para cinquenta milhões de pessoas, criar escolas que ensinem a ler e escrever de verdade, evitar que a gente morra de bala perdida ou picada de mosquito. Mas queria pedir às autoridades competentes, sejam elas públicas ou privadas, que, depois de resolvidos os pepinos e descascados os abacaxis, ajudem a plantar tomates de verdade no Brasil. A vida é curta, meus caros, e não podemos medir esforços para deixá-la mais doce, macia e suculenta.

               (Antonio Prata. Fruto proibido. www.estadao.com.br, 13.12.2010. Adaptado)

Preservam-se as ideias encontradas no primeiro parágrafo do texto e a correção gramatical na frase:

Alternativas
Comentários
  • Assertiva C

    De recomendações, antes da viagem, quanto ao “melhor hambúrguer do mundo”, eu havia conseguido umas sete.

    S.V,C.A

  • qual o erro da A?

  • GABARITO C

    A) Eu estivera X [estive ] em Nova York no começo do mês e, nas semanas que antecederam a viagem, consegui muitas dicas com amigos.

    B) Antes da viagem, todas as vezes que eu encontrava amigos, eu havia anotado X [anotava ] dicas no primeiro pedaço de papel que aparecia.

    C) De recomendações, antes da viagem, quanto ao “melhor hambúrguer do mundo”, eu havia conseguido umas sete.

    D) Eu encheria X [enchi ] uma folha de papel A4 com dicas de endereço para comer sanduíches, depois X [antes ] que eu viajasse

    E) Se soubesse quantos restaurantes havia para se visitar em Nova York, eu teria pedido mais dicas X [não é possível extrair essa ideia do 1º parágrafo ]

  • As provas da VUNESP estão cada vez mais elaboradas... Eu, pelo menos até agora, ainda não tinha visto uma questão que, literalmente, estivesse "cobrando" interpretação e gramática...

  • Wendy Lemes,

    Não há erro gramatical na alternativa "A"

    O erro encontra-se no fato de que o tempo do verbo ESTAR (estivera) foi empregado no Pretérito mais-que-perfeito, ao passo que, no primeiro parágrafo do texto, o verbo ESTAR (estive) está no tempo Pretérito Perfeito. Isso faz com que a alternativa "A" destoe do comando da questão, que pede a preservação das ideias encontradas no primeiro parágrafo do texto.

    Estou aqui de férias e em quarentena, mas estudando.

    Vamos conseguir nosso objetivo, galera.

  • @Wendy, ele inicia um fato já com o "passado do passado", isso não faz sentido. O Pretérito mais que Perfeito, em suma, é utilizado após um fato que já passou...

    Ex: Eu estava em roma e estivera muito doente semanas antes, fiquei com medo de não poder viajar.

    Observe que, ao utilizar a forma "estivera" já se subentende que foi antes da viagem, porém eu explicitei isso apenas para compreensão.

    Agora, dizendo da forma como esta a A:

    Ex: Eu estivera em roma e estivera muito doente semanas antes.

    Observe que, na linha temporal, fica estranho e sem sentido.

  • só não entendi o porque de "umas sete" estar correta

  • A - Eu  ESTIVE em Nova York no começo do mês e, nas semanas que antecederam a viagem, consegui muitas dicas com amigos.

    B - Antes da viagem, todas as vezes que eu encontrava amigos, eu ANOTAVA dicas no primeiro pedaço de papel que aparecia.

    C - De recomendações, antes da viagem, quanto ao “melhor hambúrguer do mundo”, eu havia conseguido umas sete.

    D - Eu ENCHI uma folha de papel A4 com dicas de endereço para comer sanduíches, depois que eu viajasse.

    E - -

  • A - Eu  ESTIVE em Nova York no começo do mês e, nas semanas que antecederam a viagem, consegui muitas dicas com amigos.

    B - Antes da viagem, todas as vezes que eu encontrava amigos, eu ANOTAVA dicas no primeiro pedaço de papel que aparecia.

    C - De recomendações, antes da viagem, quanto ao “melhor hambúrguer do mundo”, eu havia conseguido umas sete.

    D - Eu ENCHI uma folha de papel A4 com dicas de endereço para comer sanduíches, depois que eu viajasse.

    E - -

  • Pelo amor de Beyoncé...

  • Preservam-se as ideias encontradas no primeiro parágrafo do texto e a correção gramatical na frase:

    A) Eu estivera em Nova York no começo do mês e, nas semanas que antecederam a viagem, consegui muitas dicas com amigos.

    Eu estive em Nova York no começo do mês e, nas semanas que antecederam a viagem, consegui ou conseguira muitas dicas com amigos.

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    B) Antes da viagem, todas as vezes que eu encontrava amigos, eu havia anotado dicas no primeiro pedaço de papel que aparecia.

    Antes da viagem, todas as vezes que eu encontrava amigos, eu anotava as dicas no primeiro pedaço de papel que aparecia.

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    C) De recomendações, antes da viagem, quanto ao “melhor hambúrguer do mundo”, eu havia conseguido umas sete. [Gabarito]

    Eu havia conseguido ou conseguira umas sete dicas de recomendações antes da viagem quanto ao “melhor hambúrguer do mundo”.

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    D) Eu encheria uma folha de papel A4 com dicas de endereço para comer sanduíches, depois que eu viajasse. (Não Preserva a Ideia)

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    E) Se soubesse quantos restaurantes havia para se visitar em Nova York, eu teria pedido mais dicas. (Não Preserva a Ideia)

  • Questão TOP 10 da Vunesp!!!