SóProvas


ID
3430819
Banca
VUNESP
Órgão
FITO
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      No começo do mês, estive em Nova York. Durante as semanas que antecederam a viagem, fui anotando dicas de amigos em folhas de caderno, guardanapos, o que tivesse à mão. Só de “o melhor hambúrguer do mundo”, consegui umas sete sugestões; de “o cheesecake original”, quatro; e, com os endereços para comer sanduíches, enchi frente e verso de um papel A4.

      Como amizade e comida boa são duas coisas que respeito muito, em dez dias nos Estados Unidos eu gabaritei as anotações: voltei dois quilos mais gordo e, ainda no avião, fiz a promessa de, nos próximos seis meses, não chegar a menos de dez metros de uma batata frita.

      O que de mais saboroso provei por lá, contudo, não foi fast-food nem era uma especialidade local. Trata-se de um vegetal. Ou, para ser mais exato, um fruto: uma dádiva dos deuses que, infelizmente, não a encontramos por aqui. Chama-se tomate.

      Assemelha-se bastante, por fora, àquele fruto ao qual, em nosso país, também damos o nome de tomate, mas uma vez que seus dentes penetram a carne macia, o suco abundante escorre pelo queixo e o doce naturalmente se mescla ao sal em sua língua, você entende que está diante de um alimento completamente diferente.

      Acontece que a qualidade do tomate está ligada, entre outros fatores, à quantidade de água nele contida. Quanto mais líquido, mais macio e saboroso. O problema é que a maior presença de suco aumenta o sabor na mesma medida em que reduz a durabilidade. Os agricultores, pensando mais na performance de seu produto dentro dos caminhões do que em cima dos pratos, passaram a priorizar os frutos mais “secos”, foram cruzando-os e manipulando suas características até que os transformaram nesse tímido vegetal que aguenta todos os trancos da estrada, dura séculos na geladeira e quase chega a ser crocante em nossos dentes.

      Dou-me conta de que há questões mais urgentes a serem tratadas em nosso país: levar água encanada para cinquenta milhões de pessoas, criar escolas que ensinem a ler e escrever de verdade, evitar que a gente morra de bala perdida ou picada de mosquito. Mas queria pedir às autoridades competentes, sejam elas públicas ou privadas, que, depois de resolvidos os pepinos e descascados os abacaxis, ajudem a plantar tomates de verdade no Brasil. A vida é curta, meus caros, e não podemos medir esforços para deixá-la mais doce, macia e suculenta.

               (Antonio Prata. Fruto proibido. www.estadao.com.br, 13.12.2010. Adaptado)

Assinale a alternativa que apresenta vocábulo em destaque que indica intensidade.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA E

    ? ? e não podemos medir esforços para deixá-la mais doce, macia e suculenta. (6° parágrafo)

    ? Temos um advérbio de intensidade (=ele intensifica o sentido do adjetivo "doce", lembrando que um advérbio modifica um verbo, um adjetivo ou outro advérbio).

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Assertiva E

    … e não podemos medir esforços para deixá-la mais doce, macia e suculenta. (6° parágrafo)

    intensidade. = mais

  • Sobre a alternativa B:

    Ainda está com com sentido de tempo (Vunesp cobra bastante esse advérbio).

    Tempo: (caso da questão) hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre..

    Ainda pode ser também Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também.

    (Gabarito E) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão)

    Gabarito ( E )

    Obs: Quando meus comentários estiverem desatualizados ou errados, mandem-me msgns no privado, por favor, porque irei corrigi-los.