Questão 3437695

• Banca: VUNESP
• Órgão: Prefeitura de Campinas - SP
• Ano: 2019
• Provas: VUNESP - 2019 - Prefeitura de Campinas - SP - Fisioterapeuta
• Disciplina: Português
• Assuntos: Interpretação de Textos; Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o texto para responder à questão.

        Pouco antes de eu completar quatro anos de idade, nasceu nossa irmã mais nova, para quem eu escolhera o nome de Maria Bethânia, por causa de uma bela valsa do compositor pernambucano Capiba. Mas ninguém se sentia com coragem de realmente pôr esse nome “tão pesado” num bebê. Como havia várias outras sugestões, meu pai resolveu escrever todos os nomes em pedacinhos de papel que, depois de dobrados, ele jogou na copa de meu pequeno chapéu de explorador e me deu para tirar na sorte. Saiu o da minha escolha. Meu pai então pôs um ar resignado que era uma ordem para que todos também se resignassem e disse: “Pronto. Agora tem que ser Maria Bethânia”. E saiu para registrar a recém-nascida com esse nome. Recentemente, ouvi de minhas irmãs mais velhas uma versão que diz que meu pai escrevera Maria Bethânia em todos os papéis. Não é de todo improvável. E, de fato, na expressão resignada de meu pai era visível – ainda hoje o é, na lembrança – um intrigante toque de humor. Mas, embora me encha de orgulho o pensamento de que meu pai possa ter trapaceado para me agradar, eu sempre preferi crer na autenticidade do sorteio: essa intervenção do acaso parece conferir mais realidade a tudo o que veio a se passar desde então, pois ela faz crescerem ao mesmo tempo as magias (que nos dão a impressão de se excluírem mutuamente) do presságio e da unicidade absolutamente gratuita de cada acontecimento.

(Caetano Veloso. Verdade tropical. São Paulo, Companhia das Letras, 1997. Adaptado)

A partir da leitura do último período do texto, pode-se concluir que, para o autor,

• A. o acaso não existe, na medida em que o presságio rege a vida.
• B. a unicidade gratuita de cada acontecimento anula o acaso.
• C. o presságio e a gratuidade não necessariamente se excluem.
• D. a intencionalidade humana comprova o caráter ilusório do acaso.
• E. a existência do o é incompatível com a realidade dos fatos.

Gabarito: C

Comentários

• GABARITO: LETRA C

  ? Segundo o texto: [...] essa intervenção do acaso parece conferir mais realidade a tudo o que veio a se passar desde então, pois ela faz crescerem ao mesmo tempo as magias (que nos dão a impressão de se excluírem mutuamente) do presságio e da unicidade absolutamente gratuita de cada acontecimento.

  ? Ou seja, temos somente a impressão de que são excluídas, algo que, na verdade, não ocorre (=letra "d").

  Baixe a Planilha de Gestão Completa nos Estudos Grátis: http://3f1c129.contato.site/plangestaoestudost3

  ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

• Assertiva C

  o presságio e a gratuidade não necessariamente se excluem.

• Esta é uma questão de interpretação textual. Sobre a questão do acaso, ponto principal da questão, no final do parágrafo, Caetano Veloso afirma que prefere a interpretação do caso pautada na intervenção do acaso/ da sorte do que a justificativa lógica de que todos os pedacinhos de papel continham o mesmo nome. 
  
  A) o acaso não existe, na medida em que o presságio rege a vida.
  Incorreto, o autor crê na “intervenção do acaso" e, inclusive, afirma que essa intervenção pode conferir ainda mais realidade ao mundo. O pronome “ela" retoma o termo apresentado anteriormente: “intervenção do acaso". 
  
  B) a unicidade gratuita de cada acontecimento anula o acaso. 
  Incorreto, segundo o autor, a intervenção do acaso possibilita que “as magias do presságio" e a “unicidade absolutamente gratuita de cada acontecimento" cresçam ao mesmo tempo. 
  
  C) o presságio e a gratuidade não necessariamente se excluem.
  Correto, apesar de darem a impressão de exclusão mútua, o presságio e a gratuidade formam o próprio acaso para o autor.
  
  D) a intencionalidade humana comprova o caráter ilusório do acaso.
  Incorreto, para o autor, não há ilusão no que ele chama de “magias do presságio".
  
  E) a existência do o é incompatível com a realidade dos fatos.
  Alternativa insuficiente para avaliação.
  
  Gabarito do Professor: Letra C.

• Esta é uma questão de interpretação textual. Sobre a questão do acaso, ponto principal da questão, no final do parágrafo, Caetano Veloso afirma que prefere a interpretação do caso pautada na intervenção do acaso/ da sorte do que a justificativa lógica de que todos os pedacinhos de papel continham o mesmo nome. 

  A) o acaso não existe, na medida em que o presságio rege a vida.

  Incorreto, o autor crê na “intervenção do acaso" e, inclusive, afirma que essa intervenção pode conferir ainda mais realidade ao mundo. O pronome “ela" retoma o termo apresentado anteriormente: “intervenção do acaso". 

  B) a unicidade gratuita de cada acontecimento anula o acaso. 

  Incorreto, segundo o autor, a intervenção do acaso possibilita que “as magias do presságio" e a “unicidade absolutamente gratuita de cada acontecimento" cresçam ao mesmo tempo. 

  C) o presságio e a gratuidade não necessariamente se excluem.

  Correto, apesar de darem a impressão de exclusão mútua, o presságio e a gratuidade formam o próprio acaso para o autor.

  D) a intencionalidade humana comprova o caráter ilusório do acaso.

  Incorreto, para o autor, não há ilusão no que ele chama de “magias do presságio".

  E) a existência do o é incompatível com a realidade dos fatos.

  Alternativa insuficiente para avaliação.

  Gabarito do Professor: Letra C.