SóProvas


ID
3443653
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Iguape - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                Há luz no fim do túnel dos jornais impressos?


      Castigados pela conjunção de duas crises – uma primeira de ordem conjuntural, ditada pelo cenário político e econômico, e uma segunda, estrutural, causada pela revolução digital – os próprios diários brasileiros se perguntam sobre o desfecho do imbróglio que tem reduzido suas receitas e, consequentemente, encolhido as publicações, provocando demissões em massa e despertando dúvidas crescentes sobre sua capacidade de entregar notícias, análises e opiniões relevantes.

       Durante o X Congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), a sobrevivência dos jornais norteou um debate que reuniu o trio formado por Ascânio Seleme, diretor de redação de O Globo, Ricardo Gandour, diretor de conteúdo do grupo Estado, e Vinícius Mota, secretário de redação da Folha de S.Paulo.

      Coube a Mota fornecer indicadores econômicos sombrios com impacto direto sobre os principais anunciantes dos jornais: o mercado imobiliário, o de automóveis e o de móveis e eletrodomésticos.

      Para além dos riscos econômicos, Gandour abordou o que considera uma preocupante rejeição por parte do público, em escala global, ao incômodo gerado pela notícia, que chamou de “aquilo que alguém não quer que seja publicado”. Segundo ele, tal fenômeno, em que a sociedade almeja o bem-estar rejeitando o contraditório, apresenta riscos para o gênero jornalístico como um todo, e não apenas para os jornais impressos.

       A fragmentação também foi indicada como um desafio importante, tanto no lado da demanda – o leitor – quanto no lado da oferta – o conjunto das mídias. À medida que o público mais jovem passa a ler notícias distribuídas em redes sociais, a notícia também se fragmenta, gerando um risco adicional, que o representante do Estadão chamou de “perda do discernimento do gênero jornalístico”. Nessa perda, o público já não saberia distinguir um texto informativo de um opinativo. A mitigação desse risco específico passaria pela sinalização clara pelos sites noticiosos do que seja uma notícia ou um editorial.

      Já a fragmentação da oferta repercute dramaticamente no mercado publicitário, onde os jornais, que já disputavam verbas com a TV, rádio e revistas, enfrentam os anunciantes digitais, como buscadores e redes sociais. Diante desse panorama desafiador, Gandour acredita que o futuro dos jornais depende da continuidade do método jornalístico, que rege um ofício pautado pela independência editorial e a investigação exaustiva. “A gente vê na internet coisas que não contemplam o método jornalístico, como falar de uma pessoa sem ouvi-la, reproduzir rumores sem checagem”, disse. “O jornalismo é a disciplina da verificação.”

                             (Angela Pimenta. http://observatoriodaimprensa.com.br. Adaptado)

De acordo com o texto,

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    ? Segundo o texto: Para além dos riscos econômicos, Gandour abordou o que considera uma preocupante rejeição por parte do público, em escala global, ao incômodo gerado pela notícia, que chamou de ?aquilo que alguém não quer que seja publicado?. Segundo ele, tal fenômeno, em que a sociedade almeja o bem-estar rejeitando o contraditório, apresenta riscos para o gênero jornalístico como um todo, e não apenas para os jornais impressos.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Assertiva b

    o gênero jornalístico, de um modo geral, pode estar ameaçado por um comportamento próprio de leitores que rejeitam notícias que lhes causam desconforto.

  • A questão requer Interpretação e Compreensão Textual.


    ALTERNATIVA (A) INCORRETA – Os problemas enfrentados pelos jornais impressos não refletem só a má gestão financeira, eles ocorrem devido ao atual cenário de crise político-econômica no país além da revolução digital.


     ALTERNATIVA (B) CORRETA – Tal afirmação é corroborada no seguinte trecho do 4º parágrafo: Para além dos riscos econômicos, Gandour abordou o que considera uma preocupante rejeição por parte do público, em escala global, ao incômodo gerado pela notícia, que chamou de 'aquilo que alguém não quer que seja publicado'. Segundo ele, tal fenômeno, em que a sociedade almeja o bem-estar rejeitando o contraditório, apresenta riscos para o gênero jornalístico como um todo, e não apenas para os jornais impressos."


     

    ALTERNATIVA (C) INCORRETA – Não é a crise econômica enfrentada pelos principais anunciantes do jornal impresso que é responsável pela migração do público leitor para as mídias digitais, o que permitiu essa migração foi o fato de boa parte do público se sentir incomodado ao ler certas notícias.


    ALTERNATIVA (D) INCORRETA – O texto não aborda a questão do jornalismo sensacionalista televisivo. O futuro dos jornais pode ser considerado sombrio por conta do impacto direto sobre os principais anunciantes dos jornais. Além disso, devido o público jovem estar lendo mais nas redes sociais,  isso acaba gerando um risco adicional aos jornais impressos.


     ALTERNATIVA (E) INCORRETA – A dependência financeira com relação a seus anunciantes não comprometerá a independência editorial dos jornais impressos, isso vai depender da continuidade do método jornalístico.


    GABARITO DA PROFESSORA: ALTERNATIVA (B)

  • Acertei a questão, porém com ressalvas.

    o comportamento dos leitores é uma parte de um problema que possui várias frentes: crise conjuntural e estrutural, fragmentação dos meios de acesso à informação, rejeição do público, diminuição de receitas...

    por isso eu acho errado dizer "de modo geral" o gênero pode estar ameaçado

    Enfim

    seguimos