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ID
3443656
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Iguape - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                Há luz no fim do túnel dos jornais impressos?


      Castigados pela conjunção de duas crises – uma primeira de ordem conjuntural, ditada pelo cenário político e econômico, e uma segunda, estrutural, causada pela revolução digital – os próprios diários brasileiros se perguntam sobre o desfecho do imbróglio que tem reduzido suas receitas e, consequentemente, encolhido as publicações, provocando demissões em massa e despertando dúvidas crescentes sobre sua capacidade de entregar notícias, análises e opiniões relevantes.

       Durante o X Congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), a sobrevivência dos jornais norteou um debate que reuniu o trio formado por Ascânio Seleme, diretor de redação de O Globo, Ricardo Gandour, diretor de conteúdo do grupo Estado, e Vinícius Mota, secretário de redação da Folha de S.Paulo.

      Coube a Mota fornecer indicadores econômicos sombrios com impacto direto sobre os principais anunciantes dos jornais: o mercado imobiliário, o de automóveis e o de móveis e eletrodomésticos.

      Para além dos riscos econômicos, Gandour abordou o que considera uma preocupante rejeição por parte do público, em escala global, ao incômodo gerado pela notícia, que chamou de “aquilo que alguém não quer que seja publicado”. Segundo ele, tal fenômeno, em que a sociedade almeja o bem-estar rejeitando o contraditório, apresenta riscos para o gênero jornalístico como um todo, e não apenas para os jornais impressos.

       A fragmentação também foi indicada como um desafio importante, tanto no lado da demanda – o leitor – quanto no lado da oferta – o conjunto das mídias. À medida que o público mais jovem passa a ler notícias distribuídas em redes sociais, a notícia também se fragmenta, gerando um risco adicional, que o representante do Estadão chamou de “perda do discernimento do gênero jornalístico”. Nessa perda, o público já não saberia distinguir um texto informativo de um opinativo. A mitigação desse risco específico passaria pela sinalização clara pelos sites noticiosos do que seja uma notícia ou um editorial.

      Já a fragmentação da oferta repercute dramaticamente no mercado publicitário, onde os jornais, que já disputavam verbas com a TV, rádio e revistas, enfrentam os anunciantes digitais, como buscadores e redes sociais. Diante desse panorama desafiador, Gandour acredita que o futuro dos jornais depende da continuidade do método jornalístico, que rege um ofício pautado pela independência editorial e a investigação exaustiva. “A gente vê na internet coisas que não contemplam o método jornalístico, como falar de uma pessoa sem ouvi-la, reproduzir rumores sem checagem”, disse. “O jornalismo é a disciplina da verificação.”

                             (Angela Pimenta. http://observatoriodaimprensa.com.br. Adaptado)

A fragmentação no que se refere à demanda e a fragmentação da oferta, respectivamente, constituem um desafio para os jornais impressos, porque

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    ? Fragmentação da demanda: À medida que o público mais jovem passa a ler notícias distribuídas em redes sociais, a notícia também se fragmenta, gerando um risco adicional, que o representante do Estadão chamou de ?perda do discernimento do gênero jornalístico?. Nessa perda, o público já não saberia distinguir um texto informativo de um opinativo (=ou seja, faz com que o leitor sofra uma perda de consciência crítica). A mitigação desse risco específico passaria pela sinalização clara pelos sites noticiosos do que seja uma notícia ou um editorial.

    ? Fragmentação da oferta: repercute dramaticamente no mercado publicitário, onde os jornais, que já disputavam verbas com a TV, rádio e revistas, enfrentam os anunciantes digitais, como buscadores e redes sociais (=ou seja, aumento da concorrência).

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Assertiva D

    a primeira tende a reduzir a consciência crítica do leitor e a segunda impõe um maior número de mídias concorrendo entre si no mercado publicitário.

  • A questão requer Interpretação e Compreensão Textual.


    ALTERNATIVA (A) INCORRETA – A primeira não tende a diminuir o número de leitores interessados em textos com teor informativo, mas sim reduzir a consciência crítica do leitor, e a segunda é desenvolver a união de todas as mídias.


    ALTERNATIVA (B) INCORRETA – A primeira não limita a liberdade do jornalista porque se essa liberdade for limitada, as notícias perderão sua essência, e a segunda não reduz o número de anunciantes de peso. A ideia é compartilhar com todas as mídias.


    ALTERNATIVA (C) INCORRETA – A primeira é falsa porque não se refere ao leitor, e a segunda não corresponde porque o texto fala em unir as mídias, não fala em anular as novidades das matérias por conta da agilidade da internet.


    ALTERNATIVA (D) CORRETA – Devido a boa parte do público se sentir incomodado ao ler certas notícias, o objetivo do jornal é justamente reduzir a consciência crítica do leitor, e a segunda é justamente reunir todas as mídias compartilhando dos leitores e dos anunciantes.


    ALTERNATIVA (E) INCORRETA – A primeira não fala em dar preferência a sites noticiosos, o que fala é do risco de o leitor passar por esses sites sem perceber o que seja uma notícia ou um editorial, e a segunda é falsa porque o objetivo não dificulta a validação de rumores na internet. O objetivo é unir as mídias compartilhando dos leitores e dos anunciantes.


    GABARITO DA PROFESSORA: ALTERNATIVA (D)