Questão Q1159650

Para responder à questão, leia atentamente o fragmento do poema “Ismália” do poeta parnasiano Alphonsus de Guimaraens.

Ismália

Alphonsus de Guimaraens

Quando Ismália enlouqueceu,

Pôs-se na torre a sonhar…

Viu uma lua no céu,

Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,

Banhou-se toda em luar…

Queria subir ao céu,

Queria descer ao mar…

E, no desvario seu,

Na torre pôs-se a cantar…

Estava perto do céu,

Estava longe do mar…

[...]

As asas que Deus lhe deu

Rufaram de par em par…

Sua alma subiu ao céu,

Seu corpo desceu ao mar…

Considerando o poema “Ismália”, analise as afrmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).

( ) O poema apresenta uma antítese, repetida nos dois últimos versos de cada estrofe, que é fundamental para a compreensão do poema.

( ) Nos dois últimos versos da primeira estrofe, o eu-lírico comprova a loucura de Ismália ao dizer que ela via duas luas, uma percepção que apenas uma pessoa louca pode ter.

( ) Na terceira estrofe, a expressão “perto do céu” é uma metáfora que indica, não uma proximidade espacial e física em relação ao céu, mas, que ela estava, em sua insanidade, julgando-se digna do paraíso.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.

Alternativas

V, F, F.

F, V, F.

V, F, V.

V, V, F.

Comentários

GABARITO: LETRA A
(V) O poema apresenta uma antítese, repetida nos dois últimos versos de cada estrofe, que é fundamental para a compreensão do poema → correto, a antítese marca uma oposição de ideias, ideias contrárias: Viu uma lua no céu/Viu outra lua no mar; Queria subir ao céu/Queria descer ao mar; Estava perto do céu/Estava longe do mar; Sua alma subiu ao céu/Seu corpo desceu ao mar (temos antitéticos apresentados por palavras em negrito e preto e negrito em vermelho).
(F) Nos dois últimos versos da primeira estrofe, o eu-lírico comprova a loucura de Ismália ao dizer que ela via duas luas, uma percepção que apenas uma pessoa louca pode ter → falso, a ideia de duas luas faz uma analogia ao fato de Ismália pular da torre, o que fez com que seu corpo caísse no mar e sua morte subisse ao céu.
(F) Na terceira estrofe, a expressão “perto do céu” é uma metáfora que indica, não uma proximidade espacial e física em relação ao céu, mas, que ela estava, em sua insanidade, julgando-se digna do paraíso → falso, visto que, na última estrofe, é comprovado que estava se referindo à morte de Ismália, tudo indica que ela saltou da torre; a expressão "perto do céu" indica que ela estava perto de sua morte.
☛ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!
Alphonsus de Guimaraens, sobrinho do também erudito Bernado Guimarães, autor de A Escrava Isaura e O Seminarista, foi um poeta do simbolismo, cujas características principais são a valorização espiritual, a transcendência, uso de figuras de linguagem, musicalidade, atmosfera onírica, etc. Todos esses elementos são notados nesse poema.
(V) O poema apresenta uma antítese, repetida nos dois últimos versos de cada estrofe, que é fundamental para a compreensão do poema.
Verdadeiro. A figura de linguagem constantemente repetida permite-nos entender, ao final, que a Ismália morrera;
(F) Nos dois últimos versos da primeira estrofe, o eu-lírico comprova a loucura de Ismália ao dizer que ela via duas luas, uma percepção que apenas uma pessoa louca pode ter.
Falso. No céu, avistava a lua verdadeira; no mar, uma projeção desta que, naturalmente, qualquer um que tenha olhos e enxergue pode ver;
(F) Na terceira estrofe, a expressão “perto do céu” é uma metáfora que indica, não uma proximidade espacial e física em relação ao céu, mas, que ela estava, em sua insanidade, julgando-se digna do paraíso.
Falso. Encimada em uma torre, construção elevada, Ismália achava-se, sim, mais perto do céu, e não porque se considera digna do paraíso.
Letra A
GENTE DENUCIEM ESSES COMENTÁRIOS DE VENDAS, POÍS NÃO TEM NADA HAVER COM ESSA PLATAFORMA.
APROVEITADORES

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