SóProvas


ID
3483193
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
ITEP - RN
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Nossa bactéria interior

Hélio Schwartsman


      Se a consciência já parece bastante misteriosa quando tentamos circunscrevêla a um cérebro humano, ela fica ainda mais impenetrável quando se considera que a própria noção de corpo humano pode ser inadequada.

      Com efeito, já há alguns anos vem ganhando espaço na biologia e na medicina a ideia de que precisamos pensar o corpo humano não como uma entidade à parte, mas no conjunto de suas relações com o meio ambiente, em especial em relação a sua interação com espécies microscópicas com as quais vivemos em promiscuidade há dezenas de milhares de anos. Aqui, nós perdemos um pouco de nós para nos tornarmos um superorganismo, no qual outros seres vivos, notadamente aqueles que habitam nosso corpo, ganham importância.

      Inicialmente, esses modelos foram utilizados para explicar com certo sucesso a obesidade (as floras intestinais de gordos e magros têm composições diferentes), doenças do intestino e moléstias cardíacas. Mas os pesquisadores foram ficando ambiciosos e agora falam no eixo cérebro-intestino, que parece desempenhar um papel em várias doenças mentais, incluindo transtornos de ansiedade, do afeto, autismo e até mesmo surtos psicóticos e Alzheimer. Não é que bactérias causem essas moléstias, mas modulam a manifestação e a severidade dos sintomas.

      Particularmente interessante nesses modelos é que a flora intestinal é, em princípio, algo fácil de alterar com o uso de antibióticos, pro e prebióticos e de transplantes fecais. Já há quem fale em psicobióticos. É preciso dar um desconto ao entusiasmo dos pesquisadores, mas não há dúvidas de que é um campo promissor.

      Vale destacar quanto de complexidade esse modelo acrescenta a nós mesmos. Deixamos de ser um corpo composto por 10 trilhões de células comandadas por 23 mil genes para nos tornarmos um bioma ao qual se somam 100 trilhões de bactérias e 3 milhões de genes não humanos.

Adaptado de: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwarts-man/2017/12/ 1940148-nossa-bacteria-interior.shtml> . Acesso em: 11 dez. 2017.

Assinale a alternativa em que a classificação morfológica dada entre parênteses corresponde ao termo grifado.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: A

     a) “[...] Se a consciência já parece bastante misteriosa quando tentamos circunscrevêla [...]” (advérbio) → CORRETO. Temos um advérbio de intensidade modificando o sentido do adjetivo "misteriosa". Lembrando que um advérbio modifica um verbo, um adjetivo ou outro advérbio. 
     b) “[...] quando tentamos circunscrevê-la a um cérebro humano [...]” (preposição) → INCORRETO. O termo é um artigo indefinido (um, uma, uns, umas).
     c) “[...] desempenhar um papel em várias doenças mentais [...]” (conjunção) → INCORRETO. O termo é um pronome indefinido.
     d) “[...] para nos tornarmos um superorganismo [...]” (preposição) → INCORRETO. O termo é um pronome oblíquo átono.
     e) “[...] mas não há dúvidas de que é um campo promissor.” (pronome) → INCORRETO. Dúvidas DISSO (=o "que" é uma conjunção subordinativa integrante).

    ➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Bastante - Advérbio de intensidade;

    Um - Artigo Indefinido;

    Várias - Pronome indefinido;

    Nos - Pronome Obliquo Átono;

    Que - Nessa frase o ''QUE'' é uma conjunção subordinativa integrante.

    Gabarito: A

  • Advérbios: são palavras que modificam um VERBO, um ADJETIVO ou outro ADVÉRBIO.

    (classe de palavras invariável)

  • Se o "bastante" modifica adjetivo ou verbo, então é Advérbio.

  • advérbio não varia
  • Advérbio

    - Para ser adverbio tem que tá ligado a: Adjetivo, Verbo, Advérbio

     

    Pronome Indefinido

    Para ser pronome indefinido tem que tá ligado a: Substantivo

  • quase escorreguei nessa, excelente questão.

  • quase escorreguei nessa, excelente questão.

  • Ah AOCP eu vou comer seu fígado! HAHHAHAHA

  • IMPORTANTE!

    •  A palavra BASTANTE pode ser adjetivo (sinônimo de “suficiente”), pronome indefinido (indicando quantidade e modificando substantivo) ou advérbio (expressando intensidade e modificando verbo, adjetivo ou advérbio). Somente como advérbio, é que essa palavra será invariável.

    Exemplos:

    • ''Temos bastante trabalho para fazer.'': A palavra “bastante” está modificando o substantivo “trabalho”, expressando a ideia de quantidade imprecisa, indefinida. Trata-se de PRONOME INDEFINIDO.

    • '' A banca não considerou bastante o meu argumento e indeferiu meu recurso.'' A palavra “bastante” está modificando o substantivo “argumento”, sendo sinônima de “suficiente”. Trata-se de ADJETIVO.

    • ''Estou estudando bastante para o concurso.'' (A palavra “bastante” modifica o verbo “estudar”, expressando a ideia de intensidade. Trata-se de ADVÉRBIO.

  • ADVÉRBIO NÃO VARIA.

  • ADVÉRBIO NÃO VARIA  Advérbio de intensidade;